A Extreme E é a nova competição de todo o terreno disputada com veículos 100% elétricos quer destacar o impacto das alterações climáticas em algumas zonas do planeta com uma competição limpa. Nascido das mesmas mentes que desenharam a Fórmula E, o Extreme E tem Alejandro Agag como a figura de proa.
O espanhol quis ir mais além e para reduzir de forma decisiva a pegada ambiental da competição. As viagens são feitas de barco, não haverá espetadores nas provas e a comitiva está limitada ao mínimo essencial. Para além disso, os organizadores querem oferecer com o Extreme E uma plataforma para os construtores desenvolverem tecnologia para o futuro da competição automóvel, piscando o olho ao envolvimento das marcas.
Formato semelhante ao do ralicross
O formato desportivo da competição é muito semelhante ao do ralicross. O primeiro dia de prova contempla quatro qualificações, onde os nove carros fazem duas voltas, a solo, ao traçado. E aqui nota para o facto de a competição ser mista, ou seja, cada carro tem a dupla de pilotos, um masculino e outro feminino.
A meio das duas voltas, o carro tem de parar numa zona chamada “Switch” onde há limitação de velocidade – os excessos são pagos a cinco segundos por quilómetro a mais – e um tempo mínimo de paragem de 45 segundos.
No segundo dia de provas, realizam-se as semifinais, com os dois melhores da primeira semifinal. Esta será ocupada com os três mais rápidos das qualificações que seguem para a final. A segunda semifinal será preenchida com os 4ºs, 5ºs e 6ºs classificados das qualificações e apenas o vencedor da “Crazy Race” (como se chama a segunda semifinal) passa á final. Os últimos três classificados nas qualificações disputam um “Shoot Out” para decidirem quem fica em 7º, 8º e 9º lugares. Na Final é encontrado o vencedor do X Prix, o nome das provas da Extreme E.
O Extreme E é uma montra para exibir a tecnologia de futuro da competição automóvel
São distribuídos pontos no final da qualificação (entre 12 e 4 pontos) e no final do segundo dia (aqui entre 25 e 4 pontos).
Dizer que, por enquanto, as qualificações são disputadas com um carro de cada vez, na Semifinal, “Crazy Race”, “Shootout” e Final, com os três carros.
Calendário com cinco provas
A primeira temporada do Extreme E tem um calendário com cinco provas. A primeira foi disputada na Arábia Saudita. O Desert X Prix decorreu na península de Al Ula, com um percurso encurtado de 16 km para pouco mais de metade e sem duelos nas qualificações.
A segunda prova será o Ocean X Prix, nos dias 29 e 30 de maio, e terá como pano de fundo o Lago Rosa, no Senegal. Local que foi palco durante anos da chegado do Rali Paris Dakar e que está assolado pelo aumento da poluição dos lagos. O mês de agosto (28 e 29) marcará a realização do terceiro X Prix, no caso o Arctic X Prix, na Groenlândia, local onde o degelo está a fazer desaparecer o gelo ártico.
A quarta prova será o Amazon X Prix nos dias 23 e 24 de outubro. Este será disputado na Amazónia, Brasil (onde a desflorestação é a maior ameaça). A primeira temporada fecha com o Glacier X Prix nos dias 11 e 12 de dezembro, tendo como palco a Tierra del Fuego na Argentina, alertando para o desaparecimento do gelo.
Odyssey 21: um carro com 550 cv!
O carro para esta competição é igual para todos. Trata-se do Odyssey 21, um chassis tubular com suspensões de triângulo sobreposto e mono amortecedor por roda. Os travões são da Alcon, e temos ainda dois motores elétricos colocados em cada um dos eixos e carroçaria em fibra de carbono.
Os dois motores têm 550 cv, pesa 1780 kg e a bateria de 40 kWh foi feita pela Williams Advanced Engineering. Os pneus feitos pela Continental têm 37 polegadas e a aceleração 0-100 km/h é cumprida em 4,5 segundos. A velocidade máxima é de 200 km/h.
Os pilotos e equipas
O plantel do Extreme E cinta com a presença de alguns pilotos de nomeada como Carlos Sainz, Sebastien Loeb, jenson Button ou Johan Kristoffersson. Fazem-lhe companhia Timmy Hansen, Mattias Ekstrom, Kyle LeDuc, Oliver Bennett e Stephane Sarrazin.
Do lado das senhoras, destaque para Jamie Chadwick, vendedora da Fórmula W dedicada às senhoras. Depois, encontramos Moly Taylor, campeã australiana de ralis, e Sara Price, Mikhaela Ahlin-Kottulinsky (neta de Freddy Kottulinsky, vencedor do Dakar 1980). Ainda a veterana Claudia Hurtgen, a piloto de motos e habitual no Dakar, Laia Sanz e a britânica Catie Munnings, Cristina Gutierrez e Christina Giampaoli Zonca.
Os únicos construtores presentes de forma oficial são a CUPRA com a equipa ABT e a Hispano Suiza. Mas há outros nomes fortes: Chip Ganassi (dono de equipas na Nascar, Indycar e no IMSA), Nico Rosberg (campeão do Mundo de F1 em 2016 com a sua equipa Rosberg Xtreme Racing). Sem esquecer, Lewis Hamilton (com a sua X44), Carlos Sainz (com a Acciona Sainz XE) e Jean Eric Vergne aliado a Adrien Newey na Veloce. Depois temos a equipa de Jenson Button (JBXE) e a Andretti United EXtreme E de Zak Brown (CEO da McLaren F1 e da Unied Autosports) e Michael Andretti (dono da Andretti Autosports na Indycar e na Fórmula E).
Os resultados do Desert X Prix
O duelo entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton, agora como donos de equipa, regressou. O primeiro “round” foi favorável ao alemão, pois Johan Kristofferssen e a Moly Taylor venceram o Desert X Prix, depois de se terem inclinado, devido a uma penalização, nas qualificações perante Sebastien Loeb e Cristina Gutierrez nas qualificações.
O segundo lugar foi para a dupla da Andretti United Extreme, Timmy Hansen e a bela Catie Munnings, ficando no terceiro lugar o Odyssey 21 da X44 de Lewis Hamilton, pilotado por Loeb e Gutierrez.
Destaque, ainda, para os capotanços violentos de Stephane Sarrazin, logo na primeira qualificação, e de Claudia Hurtgen na segunda. Além do embate violento no meio do pó entre o carro da Chip Ganassi Racing de Kyle Le Duc e o carro da ABT CUPRA pilotado por Claudia Hurtgen.