Fez a “pole position” e na corrida deu um recital de condução culminado com um “solo” brilhante que fez soar a Portuguesa no pódio do Mónaco E-Prix. Depois de se cobrirem de ridículo durante a prova de Valência, onde António Félix da Costa perdeu a possibilidade de ganhar, devido à falta de autonomia dos carros, o traçado do Mónaco veio provar que a Fórmula E está desenhada para este tipo de circuito.
Depois de rubricar a “pole position”, António Félix da Costa tinha perspetiva de ganhar o Mónaco E-Prix e reencontrar o caminho do sucesso depois do título de 2020. E o começo da corrida com Félix da Costa a fazer um excelente arranque, prometia uma prova monótona e com o português a marcar encontro com a vitória. Nada de mais errado!
Robin Frijns colou-se ao DS Techeetah do campeão de 2020 e passou por ele em Saint Devote na quarta volta.
Com os dois primeiros a iluminarem o “attack mode” e a perderem posições devido a saírem largo para ativar este modo, as primeiras voltas foram verdadeiramente incríveis. Uma corrida louca onde os pilotos iam trocando de posição ao sabor dos “attack mode”.
A luta pela vitória acabaria por misturar estratégia e consumo de energia. E nesse jogo, Frijns parecia que ia levar a melhor, pois, a meio da corrida tinha deixado António Félix da Costa para trás qualquer coisa como 1,4 segundos, esgotada a ajuda do primeiro “attack mode”.
O holandês acabaria por cometer um erro de avaliação. Terminado o primeiro “attack mode”, Frijns espoletou o segundo na volta seguinte, mas perdeu a posição para Maximilian Gunther e teve de usar energia para passar o alemão e o português.
António Félix da Costa com prestação memorável!
Félix da Costa decidiu ativar o “attack mode” pela segunda vez e teve de muscular a defesa da posição face a Mitch Evans na passagem por Mirabeau e no gancho Loews. Utilizando o que restava do “attack mode”, Félix da Costa anulou a vantagem do holandês e devolvendo a ultrapassagem de Frijns na travagem no final do túnel.
Mitch Evans estava endiabrado e depois de passar por Frijns e apoderar-se do segundo lugar, “atirou-se” ao primeiro lugar e facilmente passou pelo português por fora na estreia e veloz curva de Beau Rivage.
Mas, René Rast bateu nas barreiras na luta com Nick Cassidy, o “safety car” foi trazido para a pista e isso acabou por não verter em favor de Mitch Evans. Até porque o ataque desenfreado à liderança cobrou a fatura em termos de energia e com 1% de défice de energia face aos adversários, Evans perdeu a sua curta vantagem e teve de se defender de Félix da Costa após o recomeço.
Até à última volta
E na última volta, o português esteve sublime e com uma fabulosa ultrapassagem – perseguiu Evans até ao limite e depois com um bloqueio de rodas apenas o suficiente para conseguir entrar em curva – recuperou a primeira posição na Nova Chicane. Evans teve de se arrastar com a pouca energia que restava na bateria e foi ultrapassado por Robin Frijns e resistiu, mesmo em cima da linha de meta, a Jean Eric Vergne. O colega de equipa de Félix da Costa andou aos encontrões com Mitch Evans e Maximiliam Gunther, mas salvou o quarto posto.
Com o segundo lugar, Robin Fijns é agora o líder do campeonato, seguido de Nick de Vries e de Mitch Evans, com António Félix da Costa a chegar ao quarto lugar, mas muito mais perto da liderança, apenas 10 pontos. A próxima ronda do Campeonato do Mundo de Fórmula E será no México, em Puebla, onde serão realizadas as rondas 8 e 9 a partir do dia 18 de junho.
Classificação final do Mónaco E-Prix 2021:
- 1º António Félix da Costa 26 voltas em 47m20,697s
- 2º Robin Frijns a 2,848s
- 3º Mitch Evans a 2,872s
- 4º Jen Eric Vergne a 3,120s
- 5º Maximilian Gunther a 3,270s
- 6º Oliver Rowland a 3,865s
- 7º Sam Bird a 4,150s
- 8º Nick Cassidy a 4,752s
- 9º Andre Lotterer a 5,503s
- 10º Alex Lynn a 5,759s Classificados 19 pilotos