Já conduzimos o Toyota Highlander, o maior SUV de sete lugares japonês

É novidade entre nós mas já existe desde o ano 2000. O Toyota Highlander é o maior SUV do construtor e oferece atributos bem para lá do espaço.

Toyota
SUV
Toyota Highlander 2.5 Hybrid Dynamic Force Premium AWD-i

O modelo chega pela primeira vez à Europa na versão híbrida da quarta geração. Apesar das suas imponentes dimensões, partilha a mesma plataforma (GA-K) com o RAV4, mas é bem mais comprido e, naturalmente, mais espaçoso. Este é aliás o maior SUV da Toyota superando mesmo as dimensões do Land Cruiser. Para além disso conta com sete lugares de origem e sistema de tração integral AWD-i.

Até então o modelo topo de gama da Toyota estava reservado ao mercado norte-americano, o que é facilmente percetível dadas as suas dimensões, e o espaço que sobra dentro do compartimento do motor desta versão europeia, onde normalmente se aloja um motor V6 com 3.5 l de capacidade e quase 300 cv. Para chegar à Europa, o downsizing foi obrigatório e passou a contar com um bloco 2.5 l que funciona em conjunto com duas unidades elétricas (um em cada eixo) alimentadas por baterias de hidretos metálicos de níquel colocadas por baixo da segunda fila de bancos.

Juntamente com o novo Yaris Cross, o Toyota Highlander permite ao construtor oferecer a gama de SUVs com motorização híbrida mais completa do mercado.

Assim, não só é capaz de uma potência combinada de 248 cv, como consegue oferecer uma tração integral denominada de AWD-i. Mas mais do que ajudar na potência e na tração, inegáveis mais valias, o sistema é também útil no dia a dia para apresentar consumos bem abaixo do que seria aceitável para um SUV com quase cinco metros (4,95m) de comprimento e mais de duas toneladas de peso. Em cidade, onde conseguimos rolar algum tempo em modo elétrico, o Toyota Highlander facilmente apresenta valores de consumos de cerca de 6 l/100 km. Quando nos fazemos à estrada estes valores sobem um litro para se fixarem em redor dos 7 l/100 km.

As generosas dimensões exteriores do Toyota Highlander são evidenciadas por vias bastante largas tanto na frente como na traseira combinando elegância com um aspeto musculado. Na frente a grande grelha recorda os maiores e mais resistentes modelos Toyota. Depois os vidros traseiros escurecidos e os faróis em LED emprestam-lhe a modernidade que se exige, e o degrau lateral não só ajuda no acesso ao habitáculo como lhe confere também mais robustez. As jantes são de 20″, mas o perfil não muito baixo dá uma preciosa ajuda não só no conforto, mas também na hora de sairmos para fora de estrada…

O maior SUV Toyota por fora, e por dentro…

O interior é amplo e com vários locais pensados para arrumação de objetos, sejam eles quais forem. Os materiais agradam na sua maioria, ainda que estes se concentrem nos lugares da frente e nas zonas superiores. A construção revela robustez, embora exista um ou outro ruído parasita que se faça ouvir quando em vez de tirarmos partido do sistema de som JBL, tentamos usufruir do silêncio protagonizado pela solução híbrida e que contribui para um bom ambiente a bordo. Nas zonas traseiras (2ª e 3ª filas) já predominam plásticos mais duros.

Na segunda fila contamos com climatização independente com comandos, bancos aquecidos, ligações USB e ainda cortinas nas portas. Os bancos permitem diversas regulações e abrem de forma a permitir o acesso à 3a fila, ainda que este pudesse ser melhor. Aqui a conversa já é outra. As saídas de climatização existem mas não temos portas USB. Depois, viajar na última fila só é viável deslizando a 2ª fila para a frente. Para além disso a altura é limitada devido à seção traseira descendente.

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Dos “200 aos 2000 litros”…

A bagageira oferece 658 litros na configuração de cinco lugares (865 até ao teto). No entanto, os bancos da terceira fila recolhidos fazem com que o fundo da bagageira tenha uma ligeira, mas estranha, inclinação. Por outro lado a chapeleira não revela tanta robustez como o restante conjunto, embora exista um local por baixo do piso para ser armazenada quando não é necessária. Por exemplo quando viajamos com a configuração de sete lugares. Aqui, passamos a dispor de 241 l de capacidade, ou 332 l até ao teto. Com as duas filas de bancos rebatidas, o espaço vai até aos 1909 litros de capacidade.

Regressando aos lugares da frente do Toyota Highlander, o destaque vai ainda para o grande ecrã de 12,3 polegadas que fornece todas as informações de media, sistema híbrido, navegação e smartphone, sendo a única nota menos positiva a distância a que fica do condutor durante a operação. A climatização tem comandos físicos e incluem-se bancos ventilados e aquecidos. Na zona inferior dispomos ainda de três tomadas USB, duas para carregamento e uma para ligação ao sistema, e uma tomada 12v. Há ainda um carregador sem fios para smartphones integrado no apoio de braço dianteiro.

Na estrada, e fora dela…

Já conhecendo a solução híbrida que a Toyota aplicou ao Highlander, basta referir que não existe hipótese de carregar a bateria de 1,9 kWh senão em andamento. Este não é um híbrido plug-in.

Durante o nosso ensaio tivemos oportunidade de testar o Toyota Highlander não apenas na estrada, mas também fora dela. Afinal, este foi também um dos nossos companheiros durante a ação “Dar Neve a Lisboa“, e que percorreu alguns trilhos fora de estrada entre a Serra da Estrela e Lisboa. Nota negativa? Apenas à quantidade de avisos sonoros que recebemos como por exemplo “apenas e só” por ter a porta aberta.

Muito suave na cidade, com uma direção leve e uma boa posição de condução, é fácil fazer o imponente Highlander mover-se sem recorrer ao motor a combustão. Mesmo sem precisar de forçar o modo EV através de um botão situado na consola central. Nos primeiros regimes nem damos conta das dimensões e peso do conjunto. Aliás, o Highlander tem sempre muito fôlego, e é capaz de boas prestações.

Contudo, é sempre preferível fazê-lo de uma forma progressiva já que a caixa de velocidades de variação contínua não perdoa nas recuperações mais céleres, obrigando o motor a invadir o habitáculo que por sinal está muito bem insonorizado. O Toyota Highlander é um rolador nato que quer muitos quilómetros pela frente mas sem pressas, até porque só assim tiraremos partido de bons consumos bem como das restantes qualidades deste SUV de grandes dimensões, como sejam o conforto e a boa insonorização, fruto dos vidros com isolamento acústico e do material isolante existente um pouco por todo o habitáculo.

A Toyota entende que grandes SUVs são para grandes viagens, daí que para o construtor a solução passe por esta opção híbrida cinética, e não por uma versão plug-in

Para além dos modos de condução “Eco”, “Normal” e “Sport”, o Toyota Hghlander dispõe ainda do modo “Trail” que otimiza o sistema de controlo de tração. Durante a nossa viagem para “dar neve a Lisboa” foi por demais evidente a facilidade com que o sistema AWD-i é capaz de lidar com os obstáculos que exigem tração em mais do que um eixo. O Highlander é capaz de enviar até 80% de tração para o eixo traseiro ainda que apenas a velocidades reduzidas.

Contudo, mais do que isso, foi por demais evidente o conforto e o bom trabalho de suspensão, nomeadamente do sistema de controlo de rolamento com binário variável. É ele um dos responsáveis por tornar o Toyota Highlander quase imperturbável em todas as situações. Nem mesmo o adornar de carroçaria, que seria de esperar num automóvel com estas dimensões, se faz sentir em demasia. Apesar das dimensões e peso, o maior SUV da Toyota consegue uma boa agilidade e um comportamento estável.

O Toyota Highlander tem tração integral e é capaz de rebocar até duas toneladas, mas é considerado classe 2 nas portagens nacionais

Nesta versão Premium, a mais equipada, ganhamos ainda mais equipamento. Entre eles, a porta da bagageira elétrica com sensor de movimento, o teto panorâmico, a câmara 360º, o head-up display, o sistema de navegação e o sistema de som JBL.

Conclusão

O Toyota Highlander reúne credenciais inequívocas. Para além de muita tecnologia e equipamento a bordo, é um SUV com muito espaço e conforto e que consegue apesar de tudo bons consumos e boa agilidade com uma tração que permite já algumas incursões fora de estrada.

Ficha Técnica

Cilindrada

2487 cm3

Cilindrada

239 Nm

Binário Máximo

248 cv

Potência

Cilindrada

8,3 s

0-100 KM/H

180 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

7,1 l/100 km

Combinado

7,1 l/100 km

Registado

160 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

65 990€

Base

74 840€

Ensaiado


Thumbs UpConforto. Espaço. Consumos.

Thumbs DownMotor em aceleração.