Ao volante do Mazda CX-5. O que mudou no SUV japonês?

O SUV japonês viu atualizados alguns dos seus atributos, que ganham destaque nesta que é a sua versão mais apetrechada. O que esperar da versão “Homura” do CX-5 está neste artigo.

Mazda
SUV
Mazda CX-5 Homura 2.0 Skyactiv-G

O Mazda CX-5 viu alguns dos seus atributos recentemente atualizados e uma das novidades passa por uma inédita versão Homura. De elementos e acabamentos exclusivos, prima pela qualidade e conforto a bordo, onde nem a tecnologia fica de fora. Fomos perceber o que esperar desta versão do SUV japonês, recorrendo ao bloco 2.0 Skyactiv-G de 165 cv e caixa manual.

O Mazda CX-5 está prestes a celebrar a sua primeira década de existência e mantém-se como um dos pilares da marca na Europa. De linhas elegantes e refinadas, mantém-se fiel à filosofia de design Kodo que tem valido bastantes prémios e aplausos à Mazda. Homura, em japonês “chama” ou “fogo”, foi o nome escolhido para realçar a aparência deste SUV, marcado por elementos exclusivos. Por fora, (quase) nada muda, mantendo a mesma aparência do modelo 2020, mas por dentro é onde lhe valem alguns pontos extra.

Tudo igual… ou quase!

Primeiramente, e graças à pintura branca, conseguimos desde logo captar os primeiros elementos que fazem parte da versão Homura. No exterior, as jantes de liga-leve de 19″ e as capas dos espelhos, ambas de acabamento em preto, são exclusivas e garantem um aspeto visual mais apelativo. De maneira idêntica, o resto mantém-se inalterado, onde as linhas fluidas e também vincadas, já características, se mantêm presentes.

Passando ao interior, a figura altera-se. Primeiramente o destaque vai para um sistema de info-entretenimento de dimensões generosas, tomando conta de uma maior fatia da consola. Da mesma forma o interior ganha um novo destaque, onde os acabamentos em pele sintética e costura vermelha garantem nota extra na qualidade e atenção ao detalhe. Mantém o aspeto minimal e intemporal, como é apanágio da marca. Os bancos são também eles merecedores de nota positiva, tanto pelo revestimento em pele sintética e camurça, como pelo conforto. O apoio lateral é bom, mas reduzido na base das pernas. De ajuste elétrico para o condutor, contam ainda com aquecimento na fila da frente para os dias mais frios.

Sem mudanças na habitabilidade, o Mazda CX-5 Homura mantém o mesmo espaço a bordo, garantindo 477 litros de bagageira e facilitado por um portão elétrico. Na fila de bancos traseira viajam três ocupantes, sendo que o do meio acaba por sofrer pela altura do túnel central. Além disso, viajar com um ocupante no lugar do meio significa que imposibilitará a utilização das tomadas USB que se encontram dentro do apoio de braço central. Algo a rever Mazda…

Tecnologia é a melhor novidade

Como já havia referido acima, o novo Mazda CX-5 Homura inclui também algumas novidades no capítulo tecnológico. No que toca ao painel de instrumentos, mantém-se o mesmo misto entre o analógico e o digital, que se fundem de forma quase impercetível. Ainda que se afaste da atual tendência 100% digital, mantém uma leitura e interação facilitadas, que garantem uma boa comunicação com o condutor.

Da mesma forma, o novo sistema de info-entretenimento de 10,25″ traz uma nova vida ao cockpit. Bem enquadrado e de dimensões aproximadas ao restante mercado, prima por uma excelente qualidade e experiência do utilizador. Não sendo tátil, garante uma interação por meio de controlos na consola central (próximo do comando da caixa), que se torna mais prático do que parece. Primeiramente por estar mais próximo do nosso campo de interação e de certa forma bastante facilitado por comandos físicos. Em seguida, por não obrigar a esticar o braço e sair da posição de conforto, que obriga a tirar os olhos da estrada. Se bem que, ao início, ainda tive a tendência de ir clicar duas ou três vezes no ecrã. São os novos hábitos…

Por último, este Mazda CX-5 vem também equipado com head-up display projetado no para-brisas, que inclui alguns sistemas de ajuda à condução. Da velocidade aos sinais de trânsito, cruise-control e até mesmo deteção de ângulo-morto com aviso, são alguns dos pontos a favor de ter uma ajuda extra, sem ter de tirar o foco da estrada.

Embora a digitalização tenha vindo a ser um ponto-chave nas mais recentes apostas das marcas, a Mazda continua a saber distinguir o que faz realmente a diferença na interação homem-máquina. Por essa razão, não existem botões táteis (apenas físicos), tudo de forma a garantir uma facilidade de interação durante a condução sem quaisquer problemas.

CYBEX 22 banner Pub Portugal Zline

Conforto é prioridade no SUV japonês

Entrar no Mazda CX-5 Homura garante desde logo uma sensação de conforto e bem-estar, que se estende a cada jornada estradista. Não se espante, a altura ao solo apenas lhe garante uma maior desenvoltura em tomadas fora-de-estrada muito pontuais. O habitat natural do CX-5 é na estrada, e daqui a pouco já explico porquê…

A posição de condução é (mais) alta, mas confortável, e garante uma boa visibilidade para além do capot alongado. Mesmo com as suas generosas dimensões, é possível contar com a ajuda de câmaras de apoio ao estacionamento. Estas, além de uma excelente(!) qualidade, garantem uma visão de topo e 360º do CX-5 Homura.

Para além disso, e parte do equipamento de série, inclui ainda um sistema de som Bose® para animar qualquer viagem, associando ainda a ligação a plataformas móveis (Android Auto e Apple CarPlay) para ajudar à festa. As ajudas à condução são também elas parte do equipamento de série e, ao contrário de alguns concorrentes, não são intrusivas e sabem quando agir, ajudando a manter uma condução descontraída e segura.

Na motorização Skyactiv-G, “não há bela sem senão”

A nível mecânico, este Mazda CX-5 Homura está equipado com o conjunto propulsor 2.0 Skyactiv-G de 165 cv e 213 Nm, associado a uma caixa manual de seis velocidades. De trabalhar suave e bastante equilibrado, tem na teoria o que lhe acaba por faltar na prática. Eu passo a explicar.

Sendo um bloco atmosférico (e ainda sem ajudas elétricas à vista) peca por uma resposta mais tardia em aceleração e recuperação. Em contrapartida, somos obrigados a dar mais uso à caixa, que por si só tem um escalonamento algo longo. Em estrada é onde garante uma melhor resposta, sendo progressivo e conseguindo manter um andamento bastante linear, privilegiando os consumos – já que inclui um sistema de desativação de cilindros, que funciona de forma impercetível.

Mas sempre que é necessário uma recuperação de velocidade ou ultrapassagem, somos obrigados a dar uso a “umas mudanças abaixo”. Falta-lhe aquele empurrão extra de um turbo – ou de um motor elétrico. Contudo, esta caixa não deixa de ser uma surpresa pelo excelente tato mecânico e preciso, que me fez desejar ter um motor vivaz à altura.

De aspirações familiares, o CX-5 com recurso a esta motorização, garante consumos reais na casa dos 7 litros. Como resultado, no final do nosso contacto, o computador de bordo marcava 7,1 l/100 km. Valores alcançados numa utilização maioritariamente de estrada e auto-estrada, e sem grandes problemas.

Mazda CX 5 Homura 61

É o carro certo para mim?

O Mazda CX-5 Homura mostra-se num patamar de exigência elevada, onde os seus atributos vão além do vasto equipamento que inclui. Bem equipado, bem construído e, acima de tudo, espaçoso e confortável, garante uma excelente relação qualidade-preço. Agora com atributos extra que o deixam mais apetecível, garante uma aproximação até dos premium germânicos.

Peca apenas pela ausência de um grupo propulsor à sua imagem, que poderá vir a ser alvo de ajuste num futuro próximo, para fazer face às exigências de emissões cada vez mais apertadas. E desde 2017, o CX-5 passou a Classe 2 nas autoestradas, a juntar ao imposto de selo prejudicado pelas emissões e cilindrada. Estes são essencialmente os dois fatores que têm condenado as vendas do Mazda CX-5 no nosso país.

Os preços no mercado nacional para o novo Mazda CX-5 Homura começam nos 37 004€, que nesta unidade incluía ainda a pintura “branco pérola” (650€). Assim, o valor final a considerar são 37 654€ – o qual pode beneficiar de desconto adicional com campanha de financiamento a decorrer.

Conclusão

O novo Mazda CX-5 Homura chega ao mercado com novos atributos ao nível do equipamento e acabamentos, com destaque para a tecnologia e conectividade. Espaçoso, bem construído e muito confortável, apenas peça pelo conjunto propulsor. A caixa tem um excelente tato, mas o escalonamento da mesma e falta de vigor do motor em aceleração e recuperação deixam muito a desejar.

Ficha Técnica

Cilindrada

1998 cm3

Cilindrada

213 Nm

Binário Máximo

165 cv

Potência

Cilindrada

10,3 s

0-100 KM/H

201 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

6,8 l/100 km

Combinado

7,1 l/100 km

Registado

153 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

38 434€

Base

37 654€

Ensaiado


Thumbs UpConforto, espaço a bordo, equipamento e materiais.

Thumbs DownConjunto motor-caixa, prestações.