Mercedes-Benz Classe S (400d). Um ensaio “like a BOSS”! ?

Um ensaio que tanto pode ser feito ao volante, como atrás, usufruindo da qualidade, luxo e conforto desta berlina executiva que é o Mercedes-Benz Classe S.

Mercedes-Benz
Executivo
Mercedes-Benz S 400 d 4MATIC

Considerado várias vezes como o melhor automóvel do mundo, o Classe S da Mercedes-Benz é sinónimo de luxo, requinte, qualidade, mas também representa o melhor a nível de tecnologia e segurança. Não estamos só perante a limousine de luxo mais vendida em todo o mundo, estamos diante de um dos automóveis mais evoluídos de sempre, no que a carros de produção diz respeito, naturalmente. O Classe S é, e sempre foi sem dúvida, uma montra de tecnologia onde encontramos o melhor que se faz na indústria automóvel. Prontos? Vamos a isso!

Nesta sétima geração (W223) encontramos linhas mais fluídas e que lhe assentam muito bem, sem aquele ar pesado e grandalhão. As dimensões passam bem despercebidas. Apesar dos mais de 5 metros de comprimento e quase 2 metros de largura para esta versão “curta”, as proporções são corretas. A distância entre eixos é superior a 3 metros. Felizmente, não é só esteticamente que o novo Classe S disfarça bem as dimensões, também ao volante elas raramente se sentem, mas… já vamos a isso!

Os puxadores retráteis surgem quando nos aproximamos como que dando as boas-vindas. O primeiro toque no puxador destranca a porta e esta “solta-se”. Lá dentro está, como referi, o melhor que se faz. Depois, basta encostar a porta que o sistema soft-close faz o resto.

Big brother automóvel?

Em primeiro lugar posso começar por dizer que o Mercedes-Benz Classe S reconhece o condutor por reconhecimento facial, ou até vocal, existindo também um sensor de impressão digital na consola para o mesmo efeito. Uma vez reconhecido, muito pode ser parametrizado a nível das definições do automóvel. Posição dos bancos e volante, espelhos, climatização, som, cortinas e muito, muito mais.

Feitos os ajustes, arranquemos para a estrada. De imediato se destaca o painel de instrumentos que projeta a informação de forma tridimensional. Impossível ficar indiferente. Para além de totalmente parametrizável, como a Mercedes-Benz já nos tem tão bem habituado, a informação é apresentada em 3D, o que deixem-me que vos diga não é só “mariquice”, é uma experiência formidável! Tal só é visível no lugar do condutor, olhando de qualquer outro ângulo, toda a informação é legível, mas sem o efeito tridimensional. É através de sensores colocados também no topo do painel de instrumentos, que o Classe S consegue não só “ler” a nossa face para nos reconhecer, como detetar vários outros comportamentos que lhe permitem atuar, como por exemplo sonolência. Sim, ele olha por quem vai ao volante, constantemente…

Experiência “like a boss”

Muito há para explorar a bordo do Classe , e foi o que fomos fazendo. Mas a experiência a bordo de um Classe S também passa pelos lugares traseiros. É aqui que muitos dos proprietários de um Classe S vão viajar. Mas estes, nem sabem o que perdem lá à frente! É um automóvel pensado para nos transportar com níveis de conforto e luxo a bordo inigualáveis, mas agora é também um automóvel que entusiasma a conduzir. Vive-se tão bem atrás refastelado nas poltronas com inúmeros ajustes e opções, como sentado ao volante com uma posição de condução perfeita, fruto também dos inúmeros ajustes de banco e volante.

Bancos elétricos com inúmeros ajustes incluindo massagens, aquecimento e ventilação, tanto na frente como na traseira. Nos da frente, o melhor é mesmo a opção dos bancos dinâmicos. Na prática, as laterais enchem para compensar o apoio em curva. Sabem o que vos digo? Uma delícia! Lá atrás, cortinas laterais e traseira, e espaço de sobra para cruzar a perna e abrir o jornal, para além de vários tipos de massagens. Tudo ajustável não apenas nos comandos das portas, mas também no tablet que se encontra entre as duas poltronas, colocado no apoio de braço central. Este, permite comandar também algumas funções de audio, infelizmente nem todas… Uma nota apenas para o espaço atrás dos sofás traseiros (porta-bagagens entenda-se) com 550 litros de capacidade.

Qualidade, e refinamento!

Mas se nos lugares traseiros se viaja “like a boss”, é na frente, e agarrados ao volante com botões táteis, que se pode explorar outras capacidades, sejam elas dinâmicas, ou tecnológicas. E apesar das dimensões, acreditem que vale a pena fazer uma estrada mais sinuosa ao volante deste Mercedes-Benz S400d. É simplesmente incrível a agilidade desta limousine, mesmo neste caso sem o opcional eixo traseiro direcionável. A precisão da direção é excecional, e a caixa de velocidades não merece qualquer reparo primando pela suavidade na desmultiplicação das relações.

E o motor? E que motor! O acordar do seis cilindros deste S400d traduz-se imediatamente em refinamento. É, sem dúvida alguma, outro nível! Um nível que não é naturalmente para todos, mas que todos reconhecem. Não pensem, no entanto, que se fica pelo refinamento. São 330cv e 700Nm disponíveis às 1200 rpm, que permitem andamentos altamente insuspeitos para um automóvel com mais cinco de metros de comprimento e duas toneladas de peso.

O motor de seis cilindros (OM656) e a caixa automática 9G-Tronic são ambos irrepreensíveis e aqui no S400d parece que foram feitos um para o outro.

Desta forma, o peso sente-se quando aplicamos o travão, mas o sistema de travagem com discos maiores no eixo dianteiro que faz parte do Pack AMG desta unidade, dão uma boa ajuda.

Entretanto, depois de alguns quilómetros apercebemo-nos do trabalho exímio da suspensão que não conhece outra coisa que não seja o conforto. É de braços sobrepostos com molas pneumáticas que permitem variar a altura. Naturalmente não para sair do asfalto, mas para ultrapassar todos os imprevistos no piso de forma indiferente. Já nos modos Sport e Sport+ esta desce de forma a termos um centro de gravidade também ele mais baixo. É de facto irrepreensível a filtrar todas e quaisquer irregularidades da estrada. É inclusivamente capaz de as prever e se adaptar antecipadamente.

Por outro lado, os vidros duplos e o isolamento referencial separam-nos do mundo lá fora. E quando escurece, tudo ganha outra dimensão. Uma vez mais tanto no exterior com os faróis digital light, como no interior com a iluminação LED em todo o habitáculo. É de tal forma acolhedor, e confortável, que parte deste artigo foi escrito nos lugares traseiros, enquanto o Classe S repousava de mais uma viagem.

Durante a condução do Classe S só não gostei de uma coisa. O volante! É sem dúvida alguma muito apelativo, e tem naturalmente excelente pega, mas os novos comandos não convencem. Passaram a ter tecnologia háptica e touch em simultâneo, e na prática nem sempre se revelam práticos. O local onde se encontra o carregamento sem fios para smartphones, também não convence. É muito pouco prático e não permite sequer ver o equipamento.

Agilidade insuspeita!

Mas se as prestações são até previsíveis perante um motor com números bem expressivos, bem como a estabilidade imperturbável mesmo a velocidades proibitivas, o que não é de todo previsível é de facto a agilidade deste Classe S. Mesmo sem o opcional das quatro rodas direcionais, este Mercedes-Benz S400d manobra-se tão bem em estrada como até em cidade. O excelente diâmetro de viragem, já uma imagem de marca da Mercedes-Benz, faz tudo parecer fácil, naturalmente que em conjunto com todas as câmaras e sensores presentes.

Depois, a sétima geração do Mercedes-Benz Classe S foi a primeira a adotar a segunda geração do sistema de info-entretenimento MBUX com um ecrã de 12,8 polegadas colocado, pela primeira vez, na vertical. Todas as funções são aqui controladas de forma simples e intuitiva.

A tecnologia a bordo do Classe S é do melhor e mais evoluído que podemos encontrar na indústria automóvel.

Não há dúvida que, entre as massagens, o perfume, a qualidade percetível em cada detalhe, e toda a atenção aos mais ínfimos pormenores, o Classe S é, de facto, um apelo aos sentidos.

Dos quase 30 mil euros de opcionais deste Mercedes-Benz Classe S 400d, destaco o Pack Premium Plus. São “apenas” 13 mil euros, mas temos bancos traseiros climatizados com regulação elétrica dos assentos laterais e apoios de cabeça com função memória, faróis Digital Light capazes não só de fazer da noite dia, como de projetar sinais na estrada, realidade aumentada para o sistema MBUX no head-up display, ecrã 3D para o condutor, sistema de som surround Burmester® e Iluminação ambiente ativa. Para além disso, ainda temos o vidro laminado isolante de calor, com isolamento sonoro e refletor de infravermelhos, o tablet traseiro, e muito muito mais.

Como calculam, muita da tecnologia que referi ao longo deste ensaio faz também parte da vasta lista de opcionais da gama Classe S.

O Mercedes-Benz Classe S já está equipado com tecnologia que permite uma condução autónoma avançada, para já apenas limitada por questões de legislação. No entanto, já dá para perceber e testar alguns sistemas que naturalmente apresentam aqui um nível de evolução tal que não merecem qualquer nota menos positiva.

Conclusão

O porta-estandarte da Mercedes-Benz mantém tudo aquilo que o caracteriza na 7ª geração. Qualidade, luxo e tecnologia do melhor e mais evoluído que há no mercado. Agora, está mais ágil e seguro com todos os sistemas de apoio à condução. Por outro lado, o motor Diesel de seis cilindros prima por um refinamento inacreditável e é capaz de excelentes prestações, em conjunto com a caixa de velocidades 9G-Tronic. Mantém-se uma referência e um carro onde apetece viajar.

Ficha Técnica

Cilindrada

2925 cm3

Cilindrada

700 Nm

Binário Máximo

330 cv

Potência

Cilindrada

5.4 s

0-100 KM/H

250 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

6,7 l/100 km

Combinado

9,1 l/100 km

Registado

177 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

135 700€

Base

172 983€

Ensaiado


Thumbs UpMotor/Caixa. Qualidade. Conforto. Tecnologia. Insonorização.

Thumbs DownConsumos. Botões do volante. Posição do carregamento sem fios.