Na primeira edição desta rúbrica fizemos um exercício de memória até à origem dos pequenos desportivos a que apelidamos de Pocket Rocket. Descobrimos a história de John Cooper e como ele nos trouxe um dos segmentos mais amados do mundo automóvel. Desta feita é hora do raciocínio contrário… Numa altura em que se anuncia a morte dos motores a combustão a curto prazo, será que estes pequenos desportivos poderão sobreviver? E, se sim, como?
O estado da arte
Como já vimos na compilação dos Pocket Rockets disponíveis no mercado, aqui no site do Clube Escape Livre, a oferta não é propriamente vasta e faz-se notar a extinção de alguns dos modelos mais icónicos do segmento, como o Clio RS, Ibiza Cupra ou os modelos GTI da Peugeot.
Um exemplo dos tempos modernos, é a eletrificação do Suzuki Swift Sport, que oferecia uma das mais puras e descomplicadas experiências de condução e que acabou por ser o vanguardista nesta mudança de paradigma e um exemplo do que está para vir. Ganhou uma componente elétrica, naturalmente benéfica para consumos, mas perdeu potência… Já o MINI Cooper ganhou uma versão 100% elétrica que tenta não fugir às suas origens no conceito de go-kart feeling.
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A tecnologia híbrida e elétrica é hoje a grande aposta da indústria, com evoluções constantes na sua fiabilidade, performance e experiência de condução. Desta forma, reduz-se cada vez mais o ceticismo à sua volta, sobretudo, no mercado generalista. Será então que este ceticismo também se desvanecerá no nicho que são os Pocket Rockets? Vejamos…
Futuro… no passado!
Um dos construtores que mais cedo apostou na eletrificação e que paralelamente nos deu alguns dos Pocket Rockets mais icónicos da história, foi a Renault.
A marca francesa anunciou recentemente a restruturação da sua icónica “subsidiária” Alpine, como o seu braço desportivo e, note-se, totalmente elétrico. Este passo estratégico é semelhante ao que a Ford nos deu quando utilizou a marca “Mustang” para o seu novo SUV elétrico. Retira a “carga negativa” de ser um Renault elétrico e substitui-a por uma “carga emocional” que a histórica Alpine transmite.
Desta forma elimina por completo e entrave psicológico, o que aliado a uma boa dinâmica de condução, oferece ao consumidor um pacote ainda mais apelativo até do que os atuais Pocket Rockets.
É por isso provável que vejamos no futuro, por exemplo, os modelos Clio e Megane totalmente elétricos e reinventados sob a marca Alpine, ou até mesmo o renascer do histórico Renault 5. Outras marcas como a CUPRA e DS, ambas com uma forte componente na eletrificação são também candidatos a oferecerem-nos produtos novos e com o potencial de revolucionar o segmento. Assim o esperamos…
Ou seja…
Que as “pilhas” estão a caminho não há qualquer dúvida, não é no entanto garantido que tal facto venha desvirtuar ou muito menos eliminar os Pocket Rockets.
A geração atual destes desportivos pouco tem já a ver com a sua génese, são maiores, mais pesados e menos “crus” do que os seus antepassados, mas nem por isso perderam o seu divertimento e prazer de condução, bem pelo contrário, substituíram-nos por outros argumentos e preservaram o seu apelo.
Não temos assim razões para duvidar que a troca das octanas pelos eletrões vai mudar este paradigma, podendo até trazer novas vantagens e pontos fortes. Resta-nos esperar para ver!