Sebastien Ogier e Toyota vencem em Monza e são campeões do Mundo de Ralis

Sebastien Ogier e Julien Ingrassia venceram o Rali de Monza e assim são campeões do Mundo de Ralis 2021 juntamente com a Toyota Gazoo Racing.

As apostas favoreciam o oitavo título de Ogier: chegou a Monza com 17 pontos de vantagem e para ser campeão do Mundo, Elfyn Evans teria de vencer a prova e a “power stage” e esperar que o francês ficasse fora do pódio. O Rali de Monza, para além do facto de se disputar nos Alpes e ter como palco o mítico Autódromo Internazionale di Monza, revestiu-se de enorme significado porque assinalou o final da geração de carros WRC com 25 anos, o último rali disputado por Julien Ingrassia e o término da carreira nos ralis, a tempo inteiro, de Sebastien Ogier. Contudo, ambos terminaram em grande, ao serem campeões do Mundo de Ralis 2021.

Muitas emoções que só foram libertas quando Ogier chegou ao controlo final do Rali de Monza, subiu ao tejadilho do Toyota Yaris WRC e envergou o capacete dourado de campeão do Mundo.

No parque de assistências, Jari Matti Latvala, um finlandês muito latino, sentia-se vazio. “Foi muita ansiedade e confesso que não tenho palavras. Em 2018 dei um título mundial á Toyota e agora, na estreia como responsável máximo da equipa, fui recompensado com três títulos (pilotos, navegadores e construtores). Sou muitoi feliz por ter um conjunto de pessoas fantásticas e ter os melhores pilotos do mundo!”

Para a Toyota foi o quinto título de construtores depois das vitórias em 1993, 1994, 1999, 2018 e, agora, 2021.

Sebastien Ogier e Julien Ingrassia, agora campeões do Mundo de Ralis 2021, completaram 168 ralis do Campeonato do Mundo de Ralis, conquistaram 54 vitórias e venceram 632 classificativas, conheceram 15 abandonos e reclamaram 91 pódios.

A dupla francesa estreou-se no Rali do México de 2008 e terminaram a sua jornada no Rali de Monza de 2021 com o oitavo título (2013, 14, 15, 16, 17, 18, 20 e 21) mundial. Caso se confirme o regresso do francês em 2022 em regime de “part time”, Ogier terá a seu lado Benjamin Veillas, homem que tem trabalhado muito com o campeão do mundo, especialmente nos testes que Ingrassia já não fazia.

E dizemos “se” regressar, porque a esposa de Sebastien Ogier tem insistido muito para que o francês nascido em Gap abandone, de vez, a carreira nos ralis saindo em grande com mais um título e mais uma vitória, no caso, as últimas de um carro WRC.

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Campeões do Mundo de Ralis

Estou vazio, foi uma temporada longa e cansativa onde demos tudo para ganhar este título e por isso agora preciso de tempo para perceber o que vou fazer até porque tenho de falar com a equipa a quem, desde já, quero agradecer, pois sem eles nada disto era possível

Sebastien Ogier, octacampeão mundial de Ralis

Fica assim no ar o possível não regresso em 2022. Ou pelo menos de forma tão intensiva como se antevia.

Para Julien Ingrassia isso não se coloca, pois, o francês já era para ter abandonado a competição em 2020, mas aceitou o pedido de Ogier para mais uma temporada. Deixou de fazer testes e com o Rali de Monza chegou ao fim a carreira de um homem acarinhado por todos na caravana do Mundial de Ralis pelo seu feitio introvertido, mas muito divertido.

Não sei que dizer. É muita coisa para absorver, especialmente para um homem simples como eu que não está habituado a nada disto. Mas muito feliz por mais uma vitória, mais um título. Abandonar a competição é sempre difícil, mas com uma vitória e um título tudo se torna mais doce.

Julien Ingrassia

Muita emoção

Para se perceber como o ritmo foi elevado por parte de Ogier e Evans, Dani Sordo ficou no degrau mais baixo do pódio a mais de 20 segundos. E a emoção esteve sempre à flor da pele, deram-se oito mudanças de líder em 16 troços disputados, uma média verdadeiramente espetacular.

E o drama esteve para acontecer mesmo no final da prova. Ogier deu violento toque com a roda dianteira do lado direito num dos blocos de cimento das chicanes do anel de velocidade de Monza. O pneu perdeu parte da lateral, mas não furou e a jante não partiu. Assim, Ogier ainda foi a tempo de igualar o tempo registado por Elfyn Evans.

Depois foi o galês que falhou uma travagem, saiu de estrada, deixou o motor ir abaixo e perdeu bastante tempo para Ogier. A questão do título estava decidida! Sebastien Ogier/Julien ingrassia e a Toyota Gazoo Racing Team eram os campeões do Mundo de Ralis 2021.

Lutas constantes

A Hyundai voltou para Alzenau para lamber as feridas deixadas por uma época onde apenas venceram três ralis – Ártico com Tanak, Ypres e Catalunha com Neuville – e perderam a oportunidade de fazer o “hat trick” no campeonato de construtores.

Thierry Neuville esteve muito bem exceto a meio da segunda etapa quando perdeu o controlo do i20 WRC e deixou espalhados pelo chão destroços e 27 segundos. O suficiente para promover Dani Sordo ao pódio, posição que o espanhol defendeu com maestria.

Kalle Rovanpera conheceu um rali aborrecido! O finlandês, vencedor na Estónia e na Grécia, teve de se sentar no lugar do cordeiro sacrificial que tinha de assegurar os pontos (eram apenas 5) para que a Toyota fosse campeã do Mundo. Desta forma foi obrigado a chegar ao fim da prova. Conduziu “como se estivesse a ir à Missa” e ainda teve tempo para uns piões para gáudio dos espectadores, argumentando que tinha um problema nas notas que mostravam muitos… “donuts”…

O Ford Fiesta WRC despediu-se do Mundial de Ralis, pois em 2021 será a vez do Puma Hybrid ocupar o lugar no Mundial. A despedida foi modesta com um oitavo lugar de Gus Greensmith (acumulou pequenos erros ao longo dos três dias de prova) e mais um abandono e regresso em “Super Rali” para Adrien Fourmaux, depois de capotar na manhã da primeira etapa.

WRC2 e WRC3

O Rali de Monza decidiu, igualmente, a campeã de equipa do WRC2 que verteu em favor da Movisport de Nicolai Gryazin. A equipa cujo Skoda Fabia Evo é assistido pela rival Toksport, roubou a esta o título de 2021. O já campeão do Mundo WRC2, Andreas Mikkelsen ficou atrás de Jari Huttunen. Este abandonou o Hyundai i20 N Rallye2 e apresentou-se em Monza ao volante do Ford Fiesta Rally2 da M-Sport.

Finalmente, no WRC3, Yohan Rossell levou o Citroen C3 Rally2 à vitória nos derradeiros metros do Rali de Monza. Bateu Kajetan Kajatanowicz e sagrou-se, assim, Campeão do Mundo de Ralis WRC3.

Classificação final

  • 1º Ogier/Ingrassia (Toyota Yaris WRC) 2h39m08,6s;
  • 2º Evans/Martin (Toyota Yaris WRC) a 7,3 seg;
  • 3º Sordo/Carrera (Hyundai i20 WRC), a 21,3s;
  • 4º Neuville/Wydaeghe (Hyundai i20 WRC), a 32 s;
  • 5º Solberg/Edmondson (Hyundai i20 WRC), a 1m32,0s; …
  • 10º Crugnola/Omettro (Skoda Fabia Rally2 Evo), a 9m06,90s (1º WRC3);
  • 11º Rossel/Renucci (Citroen C3 Rally2), a 9m09,9s (Campeão WRC3); …
  • 14º Huttunen/Lukka (Ford Fiesta Rally2), a 10,20s (vencedor da categoria WRC2); etc.

Classificadas 67 equipas.

Campeonato do Mundo Pilotos

  • 1º Sebastien Ogier, 230 pontos;
  • 2º Elfyn Evans, 207 pts;
  • 3º Thierry Neuville, 176 pts;
  • 4º Kalle Rovanpera, 142;
  • 5º Ott Tanak, 128 pts; etc (classificados 31 pilotos)

Campeonato do Mundo Construtores

  • Toyota Gazoo Racing World Rally Team, 520 pontos;
  • 2º Hyundai Shell Mobis World Rally Team, 462 pts;
  • 3º M-Sport Ford World Rally Team, 199 pts;
  • 4º Hyundai 2 C Competition, 68 pts.