7 maravilhas! Estes são os melhores SUV elétricos que já conduzimos!

É um facto que, depois dos citadinos como o Smart, o Renault ZOE ou o BMW i3, agora são os SUV que oferecem uma maior oferta no que a modelos 100% elétricos diz respeito. Muitas marcas começaram mesmo por aí, oferecendo um SUV 100% elétrico como a entrada no mundo da eletrificação. É o caso da Skoda, com o Enyaq. Houve até quem convertesse um modelo mítico para SUV, oferecendo assim o seu primeiro elétrico sob um nome sobejamente conhecido e respeitado. Refiro-me, naturalmente, à Ford com o Mustang Mach-E.

Seja de que forma for, já são mesmo muitos os modelos SUV 100% elétricos no mercado. Assim por alto contamos cerca de 20 modelos e, provavelmente, estaremos a esquecer algum… Contudo, há modelos que se destacam dos restantes, seja pela autonomia, versatilidade, conforto ou até… dinâmica.

Mas afinal, qual o melhor SUV elétrico do mercado? Não existe uma única resposta à pergunta, mas estes foram, sem dúvida, os melhores que conduzimos.

Eis a nossa seleção dos melhores SUV elétricos que já conduzimos.

Hyundai IONIQ 5. O polivalente!

Com um desenho vanguardista que não é idolatrado por todos, o Hyundai IONIQ 5 foi um dos modelos mais aguardados. Convertido agora para SUV, visto que as anteriores gerações não o eram, o Hyundai IONIQ 5 oferece argumentos inegáveis. Está em bom plano na eficiência, dispõe de um bom nível de equipamento, e tem muito espaço.

Quando o ensaiámos até o referimos como um dos melhores elétricos do segmento, muito provavelmente… São 4,6 m de comprimento, 1,9 m de largura e 1,6 m de altura para uma distância entre eixos de três metros. Já no interior os materiais agradam num habitáculo acolhedor. Foi ainda o veículo que estreou o sistema V2L que permite o carregamento bidirecional. Aliás, para o experimentar, pegámos no Hyundai IONIQ 5 e fomos carregar um… Tesla!

Os carregamentos podem ser bastante rápidos, graças ao sistema elétrico de 800 V. Durante o nosso teste apenas destacamos como ponto negativo o facto da marca limitar as versões no nosso país, e ainda a ausência de Apple CarPlay e Android Auto sem fios. Tirando isso, continua um dos melhores elétricos que se pode adquirir.

Kia EV6. O irreverente!

Não está aqui por acaso… é um facto que se trata da mesma base do anterior, mas têm ADNs bastante diferentes. Se o modelo da Hyundai não puxa à componente dinâmica, este Kia EV6 é bem diferente, sendo muito divertido de conduzir. Para conheceres todas, mas mesmo todas as diferenças entre eles, carrega aqui.

É o primeiro modelo da Kia a utilizar a nova plataforma E-GMP para veículos 100% elétricos e ostenta generosas dimensões com quase 4,7 m de comprimento e mais de 1,8 m de largura. No interior sobressai a qualidade de materiais mas também o espaço a bordo, com uma bagageira ampla de 520 litros.

Outro ponto muito positivo é o bom isolamento do habitáculo a contribuir para bons níveis de conforto a bordo, que só em mau piso são prejudicados por uma suspensão mais firme. O motor no eixo traseiro recorre a uma bateria de 77 kWh, colocada sob o habitáculo, e que transmite 229 cv.

Na altura em que fizemos o teste ao Kia EV6, este era o melhor SUV elétrico em termos dinâmicos. Era… porque entretanto conduzimos o próximo!

Ford Mustang Mach-E. O traquina!

Uma agradável surpresa e, sem dúvida alguma, um digno portador do cavalinho de patas cruzadas que simboliza o mítico carro da Ford desde 1964. O Ford Mustang Mach-E é um 100% elétrico muito interessante em vários aspetos. Contudo, aquele que mais temos de destacar é a dinâmica e diversão ao volante. Isto pelo menos se tivermos a falar da versão AWD, aquela que tivemos oportunidade de ensaiar aqui.

A combinação dos dois motores, um em cada eixo, da-lhe uma potência de 351 cv o que, juntamente com um binário de 580 Nm, atribui-lhe prestações bem respeitosas. Para além disso, também o travão oferece um bom feedback, sendo fácil dosear a travagem. Suave quando se quer, sempre divertido de conduzir, e suficientemente desportivo quando nos empenhamos.

Mesmo assim, não hesito em dizer que o Mustang Mach-E é o 100% elétrico mais divertido que conduzi até hoje.

Nuno Antunes

No interior da curva o eixo traseiro faz as delícias para ter que se dar um pouco de volante mas depois, na saída, é o eixo da frente que comanda. Ou seja, conseguimos provocar o chassis, usufruir da tração no eixo traseiro, mas manter a segurança atribuída pelo sistema AWD. Aliás, ao esmagar o acelerador, normalmente até é possível constatar uma deliciosa deriva às quatro rodas.

Para além disso, a tecnologia está em excelente plano. Temos um grande ecrã de 15,5″ ao centro em posição vertical e muitas opções que vão sendo ampliadas com as atualizações “over the air”.

Skoda Enyaq. O familiar!

Foi outra enorme surpresa mas por outros motivos. O Skoda Enyaq assume uma postura bem diferenciada dos restantes modelos do grupo VW. Existe muito espaço, bons materiais, e várias soluções “Simply Clever” como os ganchos na bagageira para que os sacos das compras não se espalhem pelos 585 l de bagageira, ou ainda uma tomada 12v. Para os lugares traseiros existem fichas USB-C mas também uma tomada 230v. Nem sequer os comandos e consola central se limitam a uma cópia dos restantes modelos. O Skoda Enyaq tem a sua própria personalidade.

Encontramos uma boa posição de condução, uma excelente visibilidade ajudada por uma posição elevada e, para estacionamentos, pela boa câmara de marcha-atrás. Já nos lugares traseiros, a colocação da bateria sob o piso que é completamente plano, resulta numa generosa distância entre-eixos. Tal permite colocar o banco de trás bastante recuado, conseguindo-se boas cotas de espaço.

Por outro lado, o raio de viragem é muito bom, o que favorece muito as manobras em cidade. Um excelente familiar com muito espaço, boa qualidade e muito agradável de conduzir. Para além de tudo isso também é elétrico, o que permite poupar algum dinheiro em combustível.

Mercedes-Benz EQA. O certinho!

Foi talvez o automóvel 100% elétrico com o qual percorremos mais quilómetros. Isto porque o Mercedes-Benz EQA foi o protagonista da 1ª Volta Elétrica a Portugal. Ao contrário dos anteriores, aqui contamos com um modelo que assenta numa plataforma (MFA-II) também utilizada para modelos a combustão. Basta referir que este EQA não é nada mais nada menos do que um Mercedes-Benz GLA com uma motorização 100% elétrica.

Contudo, o isolamento acústico foi aprimorado, algo muito relevante já que se trata de um modelo 100% elétrico. A bagageira conta com 340 l, cerca de 90 l a menos que o modelo a combustão. O túnel central, ainda que exista, é praticamente nulo contribuindo para uma boa habitabilidade. Isto acontece uma vez que todo o piso está ligeiramente mais alto, fazendo com que os passageiros viajem com as pernas um pouco mais fletidas.

A boa gestão da bateria permite valores de consumos, e consequentemente autonomia, bastante aceitáveis. O Mercedes EQA cumpre aquilo que dinamicamente se pode exigir de um SUV 100% elétrico sem esquecer o peso adicional das baterias. Com o intuito de melhorar o comportamento dinâmico, e aproximá-lo dos modelos a combustão, foram feitos ajustes nos amortecedores, nas molas, nos casquilhos, e ainda nas barras estabilizadoras. De qualquer modo, os 190 cv são mais do que suficientes para boas recuperações, ainda que prejudiquem fortemente os consumos quando tiramos partido delas.

Durante o nosso extenso ensaio, o mais pequeno SUV elétrico da Mercedes-EQ demonstrou ainda excelentes níveis de conforto.

BMW iX3. O premium!

O BMW iX3 é o primeiro SUV 100% elétrico da marca bávara e veio para conquistar terreno junto dos SUV premium de emissões zero. Na nossa opinião consegue-o através de excelentes níveis de conforto e qualidade a bordo. No geral sobressai um ambiente muito bem insonorizado, que se destaca sendo um automóvel 100% elétrico, e deveras confortável.

No que diz respeito à tecnologia nada a apontar. Um sistema de info-entretenimento muito completo e que prima por uma utilização que tanto pode ser feita pelo ecrã tátil como pelo comando rotativo na consola.

Atrás contamos com 510 litros de capacidade de carga, que já são interessantes, embora ultrapassados por exemplo pelo Skoda Enyaq. Temos uma excelente posição de condução, alta e com boa visibilidade, ajudada por bancos com excelente apoio e conforto e um ambiente em que o condutor assume um papel preponderante.

Com “apenas” um motor montado no eixo traseiro, o BMW iX3 debita 286 cv e 400 Nm de binário. Ora, mesmo com mais de duas toneladas de peso (2260 kg) e sem tração integral, o SUV elétrico da BMW consegue uma boa dinâmica e claro, acelerações vigorosas.

Volvo XC40 Recharge. O insuspeito!

É, destes todos, aquele com o qual tivemos um maior contacto. O Volvo XC40 P8 Recharge foi o nosso primeiro “carro de serviço” no âmbito do projeto “Um ano Elétrico“. Com ele percorremos o país de norte a sul em cerca de 10 mil quilómetros, aos quais até fizemos as contas de quanto poupámos.

Não é de todo o SUV elétrico mais económico, até porque a elevada altura e as linhas mais “quadradas” não ajudam na aerodinâmica, mas a nível de prestações o Volvo XC40 P8 é estonteante. É o mais potente desta lista com 408 cv capazes de o fazer alcançar os 100 km/h em menos de cinco segundos.

Contudo, existem mais atributos no Volvo XC40 Recharge e que nós conhecemos bem, particularmente desta versão Twin Engine, ou seja, com dois motores, um em cada eixo, a atribuírem-lhe uma tração integral, este SUV surpreendeu-nos fora de estrada, mesmo em trilhos de areia.

Destaca-se também nos materiais com o interior das portas forrado, materiais suaves e agradáveis ao toque, mas desilude um pouco na montagem com vários ruídos a surgirem da consola central. Com os consumos obtidos, o Volvo XC40 P8 Recharge conseguirá uma autonomia de cerca de 350 km.