A etapa 4 do Dakar 2022 que levou a caravana até Riade, a capital da Arábia Saudita, acabou decidida, nos automóveis, por uma penalização. Já nas motos, destaque para a estreia do português Rui Gonçalves no pódio de uma etapa. Um excesso de velocidade roubou a Yazeed Al-Rajhi (Toyota Hilux) a vitória na especial de hoje com 465 km contra o cronómetro e uma ligação de 242 km. Foram apenas dois minutos, porém, suficientes para o atirar de primeiro para o quinto lugar da etapa. Assim, ofereceu de bandeja mais uma vitória a Nasser Al-Attiyah (Toyota Hilux GR DKR).
Foi uma etapa de loucos que teve na frente o sul africano Henk Lategan. O piloto da Toyota Gazoo Racing – saído da prova de forma prematura devido a um capotanço violento e fora da luta pela vitória este ano ao arrancar uma roda à Hiliux logo na madrugada da prova – liderava a prova com uma boa vantagem para Yasir Seaidan (Mini), Carlos Sainz e Mathieu Serradori (Century).
Infelizmente, o ritmo imposto acabou por não satisfazer a Hilix GR DKR e, sensivelmente, com dois terços de especial concluída, Lategan viu uma suspensão traseira partir espalhando pelo chão a vantagem adquirida e mais umas horas de tempo perdido á espera da assistência.
Sainz vs Loeb na etapa 4
A partir daqui foi uma luta ao segundo entre Carlos Sainz, Sebastien Loeb (sem furos!), Yazeed Al-Rahji e Nasser Al-Attiyah. O espanhol foi o primeiro a chegar à linha de meta e estava confiante. Mas Loeb tirou-lhe o sorriso dos lábios batendo-o por… 27 segundos após 465 km de especial! A vitória acabou por sorrir a Al-Rajhi, mas quem riu por último foi o piloto da Toyota Gazoo Racing. A penalização ofereceu a Al-Attiyah mais uma vitória em especiais do Dakar, seguido de Loeb com mais 25s e de Carlos Sainz com mais 52 segundos. Um pódio que coube em um minuto.
Na classificação geral deste Dakar 2022, reforço de liderança para Nasser Al-Attiyah cuja Toyota Hilix GR DKR tem, agora, 38m05s de vantagem para o BRX Hunter de Sebastien Loeb e 49m05s sobre a Toyota Hilux de Yazeed Al-Rajhi. Lucio Albvarez (Toyota Hilux) caiu para o quinto lugar atrás de Giniel de Villiers (Toyota Hilux GR DKR).
Stephane Peterhansel voltou a ser tocado pelo azar e após a aterragem de um salto pior julgado pelo piloto ao km 98, a suspensão traseira do Audi RS Q e-tron partiu e danificou o sistema de refrigeração do motor de combustão interna. Mais umas valentes horas perdidas para o francês. Nani Roma, ao volante de um BRX Hunter, também não foi feliz e ficou parado ao km 80 da especial com problemas mecânicos.
Azar para o navegador português
Dia complicado para o português Filipe Palmeiro que viu o seu piloto, Benediktas Vanagas, capotar de forma violenta a Toyota Hiliux da Overdrive. Um capotanço de frente que fez o carro dar várias cambalhotas. Tanto Vanagas como Palmeiro saírem ilesos do acidente, mas ficaram parados à espera da assistência.
Para Paulo Fiúza e para Vaidotas Zala, as coisas correram um pouco melhor e fecharam a etapa no 22º lugar a pouco mais de 25 minutos do vencedor da tirada. Contas feitas, Paulo Fiúza é, agora, o melhor dos portugueses no 13º lugar da geral. Miguel Barbosa e Pedro Velosa (Toyota Hiliux) foram 43º na especial e ocupam o 39º lugar à geral a 5h53m08s.
Barreda Bort ganha nas motos, Rui Gonçalves estreia-se no pódio
O destaque da quarta etapa do Dakar 2022 para as motos não foi a segunda vitória em especiais em 2022 por parte de Joan Barreda Bort. Quem merece destaque é Rui Gonçalves (Sherco) que depois de um calvário enorme devido a problemas mecânicos, sublinhou a capacidade dos pilotos lusitanos com um terceiro lugar na etapa, o seu primeiro pódio na prova, depois de ontem Joaquim Rodrigues ter cumprido a estreia a ganhar no Dakar.
Dakar Etapa 3: Joaquim Rodrigues vence nas motos, Sainz coleciona 40ª vitória em especiais
O piloto português Joaquim Rodrigues levou a sua Hero ao primeiro lugar da 3ª etapa do Dakar 2022 dedicando-a a Paulo Gonçalves.
A outra parte do destaque pertence a Danilo Petrucci. O piloto do Moto GP andou na frente com a sua KTM, deu que fazer aos principais adversários e acabou mesmo por rubricar o terceiro melhor tempo. Porém, uma penalização de 10 minutos empurrou-o para o 15º lugar, escancarando as portas do pódio a Rui Gonçalves. Este pelo caminho bateu o seu “chefe de fila” na Sherco, Lorenzo Santolino. O espanhol segue no quinto lugar, o português é 38º a 2h07m22s.
Com os resultados apurados no final da etapa, Sam Sunderland (GasGas) reforçou a sua liderança, desta feita, face a Matthias Walkner (KTM). Seguem-se Adrien van Beveren (Yamaha), Daniel Sanders (GasGas) e Lorenzo Santolino (Sherco) a fechar o Top 5.
António Maio é o 2º melhor português em prova
O segundo melhor português na etapa de hoje foi António Maio que levou a sua Yamaha até ao 20º lugar. Com este resultado, Maio subiu ao 26º lugar da geral a 1h22m21s. Joaquim Rodrigues não foi feliz e perdeu quase meia hora para Barreda Bort, recuando para o 19º lugar da geral, o segundo melhor piloto da Hero.
Mário Patrão, piloto beirão aos comandos de uma KTM 450 Rally foi o 44º classificado na especial. Estando inscrito na categoria “Original by Motul”, Patrão tem feito bom uso das suas excelentes capacidades como mecânico. Apesar de alguns problemas, subiu ao 67º lugar da geral a 5h07m52s depois de um bom 44º lugar na etapa de hoje. É, ainda, 11º entre os pilotos da categoria “Original by Motul”.
Alexandre Azinhais (KTM) e Arcélio Couto (Honda) seguem no 73º e 81º lugares, respetivamente. Já a Honda de Pedro Bianchi Prata é 105º classificada a 8h33m50s.
Manuel Andujar (Yamaha) venceu a etapa entre os Quad, mas a liderança continua nas mãos do americano Pablo Copetti (Yamaha) que tem, agora, 13m20s de vantagem para Alexandre Giroud (Yamaha) e 27m55s para Aleksandr Maksimov (Yamaha). Andujar é quarto e fecha o Top 5 o Yamaha YFM700R de Marcelo Medeiros.
Portugueses sobem nos LW Proto e SSV, Kamaz esmaga nos camiões
Apesar de não ter sido um dia particularmente animado para os portugueses neste Dakar 2022, a verdade é que nos LW Proto e nos SSV, a armada portuguesa continua a subir na classificação.
No dia em que o norte americano Seth Quintero (OTR3) provou ser o mais rápido do plantel dos LW Proto, ganhando mais uma especial com mais de sete minutos de vantagem para o seu colega de equipa Guillaume de Mevius (OTR3) e 15m26s para o líder da classificação geral, Francisco Lopez Contardo (Can Am XRS).
Destaque, ainda, para o quarto lugar de Cristina Gutierrez (colega de equipa de Sebastien Loeb na X44 do campeonato Extreme E, ao volante de um OTR3), que lhe ofereceu o quinto lugar à geral dos LW Proto a 2h18m33s.
Quanto a Mário e Rui Franco, levaram o Yamaha YZX1000R ao 14º lugar na etapa, subindo ao 6º lugar da geral a 3h18m07s.
Nos SSV, Rodrigo Luppi de Oliveira (Can Am Maverick XRS) foi o vencedor da tirada de hoje, batendo Austin Jones (Can Am Maverick XRS) e Michal Goczal (Can Am Maverick XRS). O irmão Marek Goczal (Can Am Maverick XRS) e Rokas Baciuska (Can Am Maverick XRS) fecharam o Top 5 da etapa.
Na classificação geral deste Dakar 2022, Austin Jones é o líder com 5m13s para Rodrigo Luppi de Oliveira, seguido de Michal Goczal a 16m33s.
Portugueses em destaque nos SSV
Os portugueses continuam a fazer boa figura nos SSV. Luis Portela de Morais e David Megre (Can Am Maverick XRS) seguem no 12º lugar a 2h39m11s e Rui Oliveira e Fausto Mota (Can Am Maverick XRS) estão no 19º lugar a 4h00m29s.
Eduard Nikolaev (Kamaz) ganhou mais uma etapa para a equipa russa, na frente de Shibalov e de Sotnikov. Mais um pódio arrebatado pela Kamaz, ficando Janus van Kasteren (Iveco) como o melhor dos outros perdendo 5m44s para o melhor dos russos.
Contas feitas, Dmitry Sotnikov lidera com 6m10s para Eduard Nikolaev e 25m05s para Anton Shibalov. O quarto é, agora, Janus van Kasteren, a 48m54s, depois de passar pelo Praga de Ales Loprais, quinto a 58m10s.
Amanhã teremos a quinta etapa do Dakar 2022. Esta começa e acaba em Riade, tendo 214 km de ligação e 346 km de especial. Traçado desenhado a oeste da capital da Arábia Saudita, marca uma mudança abrupta de cenário. As dunas e a areia são trocadas pelos pisos de terra e pedras na primeira parte. Depois, regressam as dunas numa extensão de quase 80 km. A passagem por esta cordilheira de dunas pode vincar diferenças entre os melhores.