A crise dos semicondutores mergulhou o mercado mundial numa crise que, pelos vistos, não tocou a todos. Uma crise que não teve impacto no líder mundial de vendas. A Toyota foi o líder mundial de vendas em 2021, alargando a sua vantagem face ao Grupo Volkswagen. A casa japonesa conseguiu um crescimento de 10,1% face a 2020 entregando 10 496 milhões de unidades nos doze meses de 2021.
Por seu turno, a VW perdeu 4,5% de vendas e caiu para os 8882 milhões de unidades. Ou seja, o fosso entre Toyota e VW alargou nesta luta pela posição de líder de vendas mundial.
Porque fez uma gestão mais cuidada da disponibilidade de semicondutores, a Toyota não foi muito afetada pela crise destes recursos. O “stock” que construiu nos anos anteriores – negando a teoria vigente de não fazer “stocks” e trabalhando “just in time” – permitiu ser líder mundial.
Mas não só…
A Toyota conseguiu mais que isso. A estratégia seguida permitiu arrebatar à General Motors (GM) a liderança das vendas nos EUA. Um resultado importantíssimo, pois a GM há nove décadas que ocupava o lugar de líder vendas no gigantesco mercado norte americano.
Apesar de todos estes resultados, a Toyota insiste em dizer que o objetivo não é ser o número 1 mundial. “Ser o líder mundial nunca foi a motivação da Toyota e olhamos para a nossa performance de vendas como um resultado coletivo e fruto da decisão individual de cada um dos nossos clientes em apoiar as nossas marcas.” Palavras de Shiori Hashimoto, porta voz da Toyota.
Isto não quer dizer que as coisas sejam simples para a Toyota. Desde o verão que a casa japonesa tem sentido a mordida da crise dos semicondutores e teve, também, de recuar e reduzir produção. Para além disso já avisou que apesar de ser líder mundial de vendas, o objetivo de produzir 9 milhões de unidades no ano fiscal de 2021 (que termina em março) não deverá ser cumprido, mesmo com a chegada do seu novo modelo para o segmento B-SUV. O Yaris Cross é atualmente o modelo da marca mais afetado com atrasos nas entregas.