Não, não é engano. A edição de 2023 das 24 horas de Le Mans, terão, ao que tudo indica, um Nascar na grelha de partida. O Chevrolet Camaro Next Gen estará incluído no programa Garagem 56, reservado a carros inovadores ou novas tecnologias.
O anúncio foi feito à margem das 12 Horas de Sebring, na passada quinta-feira, na Flórida. A parceria, que inclui também a Goodyear, irá celebrar assim o centenário da prova francesa com o conjunto equipa/fabricante/pneu mais vitorioso nas ovais americanas.
Desde os primeiros dias da NASCAR, foi importante para meu pai que tivéssemos um papel visível no automobilismo internacional, e não há palco maior do que as 24 Horas de Le Mans
Jim France – CEO da Nascar
Os detalhes são ainda escassos e a participação está ainda pendente da aceitação formal por parte do ACO, organizador da prova. O que se sabe é que a base será o Chevrolet Camaro ZL1 da atual geração, modificado para se adaptar à realidade de um circuito convencional.
À cabeça do projeto estará Chad Knaus, vice-presidente para a competição da Hendrick, em estreita parceria com as outras duas marcas do “consórcio”. O alinhamento de pilotos, esse, não é ainda conhecido, podendo ser uma boa oportunidade para vermos, nomes como Kyle Larson ou Chase Elliot na grelha da maior prova automóvel do mundo.
Os “monstros” em Le Mans
Esta será assim a segunda aventura dos musculosos americanos, na clássica prova de resistência. Já em 1976, o fundador da Nascar, Bill France Sr., criou em conjunto com os organizadores, a classe Grand International, reservada aos Stock Cars.
À época apenas dois carros competiram, um Ford Torino e um Dodge Charger, mas nem por isso passaram despercebidos. Na cobertura da prova a imprensa francesa referiu-se aos gigantes de Detroit como os “dois grandes monstros”. O destaque, portanto, era óbvio face aos pequenos sport-protótipos e GT’s europeus, da altura.
A iniciativa que tornará possível esta participação especial, a Garagem 56, tem sido uma história de sucesso e superação desde a sua introdução em 2012. Ao longo dos dez anos tem permitido a entrada de conceitos inovadores, como o Delta Wing, ou o cumprir de um sonho para Frederic Sausset. O francês, amputado na sequência de uma grave infeção, alinhou ao volante de um Morgan LMP2 especialmente adaptado.
Agora traz-nos, de novo, um pedaço de história automóvel que, apesar de não contar no panorama competitivo, vai encher as medidas a todos os fãs do desporto automóvel.