A eletrificação é, hoje em dia, a palavra de ordem na indústria automóvel. No entanto, a par dos muito falados combustíveis sintéticos, o hidrogénio começa a afigurar-se como uma possível solução para o futuro. Sem problemas de autonomia e livre de emissões poluentes, a Ford patenteou o seu projeto para fazer do elemento mais abundante do Universo, o combustível do amanhã. Será que em breve veremos um Ford a hidrogénio?
Hyvia é o caminho para a mobilidade de hidrogénio verde da Renault
A Renault anunciou recentemente um plano para uma mobilidade de hidrogénio verde e que contará com três novos modelos ainda este ano.
O primeiro passo mediático já tinha sido dado pela Toyota quando, em julho passado, apresentou um Corolla de competição, movido a hidrogénio. Mais tarde em dezembro, ficamos também a conhecer um GR Yaris, igualmente modificado para ser alimentado por este combustível alternativo.
Estes protótipos, que servirão apenas para testes, irão permitir à Toyota perceber a tecnologia e como esta se pode aplicar num modelo de produção, num futuro a médio prazo.
Subaru já testou combustível sintético… nas corridas!
Desconfiada da mobilidade 100% elétrica, a Subaru testou um combustível sintético que pode prolongar a vida dos motores de combustão.
A relevância desta patente da Ford, requerida já em 2013, mas só agora conhecida, por outro lado, é de grande relevância. Ao contrário da Toyota, a marca norte-americana não se limitou a modificar um bloco já existente, submetendo sim as especificações técnicas para um motor pensado, desde a sua génese, para ser alimentado por hidrogénio.
Por não ser uma simples adaptação, a tecnologia da Ford permitirá reduzir o problema da detonação precoce do hidrogénio, comum nestes motores. Desta forma será possível um maior controlo da combustão, melhores prestações e, igualmente, melhor fiabilidade.
Para os mais geeks, deixamos aqui os desenhos submetidos pela Ford.
Apesar da tecnologia ser ainda embrionária e retratar apenas um cilindro, demonstra já um know-how relevante por parte da Ford. A continuação do desenvolvimento desta tecnologia poderá muito bem ser o futuro do automóvel e, quem sabe, não veremos um V8 a hidrogénio, por exemplo, num futuro Mustang? Esperemos para ver…
As duas faces do hidrogénio
O romance ao hidrogénio já não é novo. A tecnologia tem captado a atenção e os esforços de muitos na indústria automóvel, numa aposta para melhorar a mobilidade elétrica.
A tecnologia “Fuel Cell”, onde o hidrogénio é transformado em eletricidade através da eletrólise, tem sido apontada como uma possível solução ao papão da autonomia. Este processo, no entanto, apesar de limpo, tem encontrado vários obstáculos no caminho para a massificação. Seja a infra-estrutura, inexistente, ou a complexidade na construção destes modelos, começa-se a tornar cada vez menos provável a sua adopção numa escala alargada.
Este novo impulso, com os motores a combustão a hidrogénio pode ser o passo atrás que era necessário, para dar dois à frente. Talvez uma tecnologia existente e, dita, ultrapassada, possa mesmo ser o meio para um futuro viável e sustentável.