A paixão dos portugueses pelos ralis já não é propriamente novidade. Desde as primeiras edições do Rally de Portugal que os aficionados ladeiam as estradas por esse país fora, para ver passar as máquinas do mundial. Ainda assim, para muitos, é difícil, ou mesmo impossível, aventurar-se por “maus caminhos” nas serras portuguesas e, por isso, o ACP trouxe a montanha a Maomé. Este ano, foram três as Super Especiais do Rally de Portugal e o público agradeceu da melhor maneira.
Rally de Portugal 2022: Kalle Rovanpera, um piloto de outro planeta, vence em ano de festa
O Rali de Portugal terminou após três longos dias que arrancaram em Coimbra com a primeira Super Especial e única novidade da prova de 2022.
Coimbra com mais encanto
Foi a grande novidade deste ano. A cidade dos estudantes estreou a sua nova Super Especial, nas margens do Mondego, e da melhor maneira.
A etapa citadina, marcou o início competitivo do rali, ainda na quinta-feira, com uma impressionante moldura humana. O percurso de 3,06 km incluiu a passagem pelo, conhecido, Portugal dos Pequenitos, tendo sido uma das poucas oportunidades para ver os cabeças de cartaz, Ogier e Loeb em competição, antes dos seus abandonos.
Ainda antes do arranque, houve lugar à cerimónia de abertura, com a passagem dos concorrentes pelo pódio, e também a demonstração dos clássicos no mesmo troço. O presidente da câmara, José Manuel Silva, não deixou de marcar presença, fazendo o troço ao lado do conterrâneo, Filipe Albuquerque, num Citroën DS3 R5.
A tradição de Lousada
Se há cidades em Portugal onde se respira rali, Lousada é uma delas!
Situada a pouco mais de 15 minutos do Porto, Lousada é já um ponto de passagem obrigatória para o campeonato do mundo de ralis. O circuito da Costilha, recebe desde 2015 a sua Super Especial, com o atrativo adicional de se realizar a pares, com dois pilotos a competirem diretamente no troço.
Pela sua configuração natural, o Euro Circuito de Lousada, como também é conhecido, é um verdadeiro anfiteatro da velocidade, capaz de albergar milhares de pessoas, com condições difíceis de encontrar noutros locais.
O resultado, vê-se todos os anos. A “romaria” de Lousada é uma certeza no Rally de Portugal e já um verdadeiro símbolo do mundial.
O regresso da Foz
Foi a casa de acolhimento do Rally de Portugal no Porto, depois do início das obras na Avenida dos Aliados. A zona da Foz foi mais uma vez a anfitriã da última especial do rali, no sábado, onde, nem a chuva, demoveu milhares de pessoas a marcarem presença.
Desenhada em volta da Fortaleza de S. João Batista, a Porto Super Special Stage, mostrou ao mundo a zona nobre do Porto, banhada pelo Rio Douro e pelo Oceano Atlântico, com uma moldura humana verdadeiramente invejável. Apesar da existência de bancadas a grande maioria dos espectadores foi-se aglomerando em volta das vedações e nas galerias dos prédios mais próximos, assistindo à prova dessas posições.
As três voltas ao traçado empedrado, incluíram os típicos piões, curvas apertadas e até um salto. O facto de se ter realizado ao fim do dia, dificultou a vida aos pilotos, com os pneus já muito gastos dos troços do dia, ao que se juntou a chuva para criar uma superfície de difícil aderência. Alguns dos concorrentes chegaram mesmo a referir-se a esta especial, como a “mais lenta da vida deles”, atestando as dificuldades por que passaram.