O GP do Canadá e o Circuito Gilles Villeneuve foram palco para a primeira vitória de Max Verstappen na prova canadiana, a 26ª da sua carreira. Ultrapassou Niki Lauda e Jim Clark para se tornar no 9º piloto mais vitorioso da Fórmula 1 e termina a nova prova do Mundial de Fórmula 1 2022 com 46 pontos de avanço sobre Sergio Perez e 49 para Charles Leclerc. Mas nem tudo foram facilidade para o neerlandês que, graças a um “Safety car”, acabou a prova com Carlos Sainz à sua ilharga sendo forçado a andar mais do que aquilo que tinha desejado.
Os incidentes que complicaram a vida a Max Verstappen, leia-se dois “Virtual Safety Car” e um “Safety Car”, forçaram o campeão do mundo de 2021 a trabalhos forçados quando pensava que poderia poupar a mecânica a caminho da sexta vitória da temporada.
O caminho para mais uma vitória parecia atapetado, primeiro, pelas penalizações sofridas por Charles Leclerc. O piloto da Ferrari iria penalizar depois dos problemas em Baku, mas ao mudar o motor e a eletrónica além do turbo, o monegasco teve de largar do final da grelha de partida.
Depois, Fernando Alonso viu uma oportunidade de dar nas vistas e roubou o segundo lugar da grelha a Carlos Sainz. O espanhol da Alpine não iria fazer um “all in” na primeira curva, já o espanhol da Ferrari poderia ser diferente.
Portanto, tudo parecia estar preparado para mais um passeio no Parque Jean Drapeau para Max Verstappen. Nada de mais errado!
GP do Canadá entre Verstappen e Sainz
Em primeiro lugar devido a um “Virtual Safety Car” (causado por Sergio Perez) que, inexplicavelmente, a Red Bull decidiu usar para trocar os pneus no carro de Verstappen. Foi demasiado cedo e, apesar de ter ganho tempo com essa paragem serôdia, o campeão do mundo ficava com mais uma paragem para fazer.
Entretanto, Sergio Perez tinha ficado fora de prova com um problema mecânico – foi ele que fez sair o VSC – e as campainhas de alarme soaram na Red Bull que, imediatamente, fizeram o neerlandês abrandar o ritmo.
A centelha de sorte para Verstappen surgiu na segunda intervenção do “Virtual Safety Car” (VSC) que a Ferrari aproveitou para trocar os pneus do carro de Sainz. Infelizmente, o espanhol entrou tarde e o VSC (provocado pelo abandono de Mick Schumacher) acabou ainda antes de terminar a troca de pneus no carro do espanhol.
Verdade que o campeão do Mundo ficou na frente com alguma vantagem, mas com pneus muito mais desgastados. A paragem nas boxes era inevitável e o piloto da Red Bull viu-se a mais de dez segundos de Carlos Sainz.
“Safety Car” decidiu a corrida em favor de Verstappen
Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) acabou por dar uma ajudinha a Max Verstappen, cinco voltas depois: distraído, o pequeno japonês saiu das boxes com pneus frios e quando estava na saída das boxes não evitou uma saída de pista. Que acabou com a sua corrida e deu novo fôlego a Verstappen.
A Ferrari entendeu que esta seria a oportunidade de trocar os pneus do carro de Sainz. O espanhol ficava, uma vez mais, com pneus mais frescos face a Verstappen. O “Safety Car” anulou as vantagens em todo o pelotão e a corrida era lançada em outras bases.
Porém, o espanhol nunca esteve, apesar do DRS, em condições de apanhar Max Verstappen e, acumulando ligeiros erros na perseguição ao Red Bull, Sainz acabou a corrida a pressionar o neerlandês. Mas sem nunca ter estado em condições de colocar em perigo a posição do campeão do Mundo, que venceu a prova com menos de um segundo de avanço para Carlos Sainz.
Charles Leclerc termina em quinto e fica mais longe do título
Se Carlos Sainz estava triste no final dizendo à equipa “dei tudo, mas não foi possível”, Verstappen estava contente, mas realista ao dizer que “eles tinham um bom ritmo e teria sido difícil recuperar se tivesse ficado atrás dele. Felizmente este ano temos um carro muito rápido em reta.”
Já Charles Leclerc largou de último e chegou a quinto quando caiu a bandeira de xadrez, recuperando até onde foi possível. A estratégia ficou arruinada com os dois “VSC” e o “Safety Car” e os problemas de tração do Ferrari – apesar do F1-75 ter mimado muito os pneus. Apesar de ultrapassagens de antologia, o monegasco não evitou perder muito pontos e estar, agora, a 49 pontos de Verstappen.
GP do Canadá: Mercedes surpreende
Apesar de tudo o que tem acontecido, a Mercedes chegou ao Canadá e Lewis Hamilton apareceu sem dores nas costas e com um andamento inesperado. Na sexta-feira parecia que tudo estava igual ou pior que em Baku, mas, na corrida, o sete vezes campeão do Mundo conseguiu igualar o ritmo de… Verstatppen e Sainz! Não acredita? Hamilton ficou a seis segundos de Verstappen!
Já George Rusell teve de se inclinar face a Lewis Hamilton, mas continuou a manter a consistência: foi quarto classificado e manteve o quarto lugar do campeonato de pilotos.
Alpine desilude após primeira fila da grelha para Alonso
A estratégia voltou a bater Fernando Alonso. O espanhol voltou à primeira linha da grelha com um segundo lugar que não alcançava há 10 anos, desde o Grande Prémio de Espanha. Curiosamente, a penúltima vez que esteve na primeira fila da grelha de partida tinha sido no GP do Canadá de 2011.
A estratégia acabou por correr melhor a Esteban Ocon, e o “El Plan” voltou a falhar o objetivo de chegar ao pódio. A última vez que lá esteve foi no Qatar em 2021 (3º lugar). Ocon ficou com o sexto lugar, Alonso ficou em sétimo. Que acabou em nono depois de uma penalização de cinco segundos pós corrida.
Tendo ficado atrás de Zhu Guanyu na qualificação, Valtteri Bottas (10º para o chinês, 11º para o finlandês) terminou a corrida no oitavo posto, na frente do chinês, beneficiando do “Safety Car” para ultrapassar Zhou Guanyu.
Aston Martin pontua, McLaren e Haas em queda livre
O último lugar pontuável do GP do Canadá ficou para o canadiano Lance Stroll ao volante de um Aston Martin. O outro carro da equipa, depois de uma corrida fantástica em Baku, foi para casa de mãos vazias de pontos, com um pálido 12º posto. Arriscou na estratégia (parou muito cedo) e acabou traído pelos VSC e pelo “Safety Car”.
A Haas fez uma excelente qualificação, mas tudo se desmoronou quando Mick Schumacher foi forçado a abandonar com problemas mecânicos e Kevin Magnussen teve de ir às boxes trocar o nariz do carro. Acabou em último!
Pierre Gasly não conheceu uma prova fácil e afundou-se no 14º lugar atrás de Alex Albon, o melhor Williams, e na frente de Lando Norris (McLaren) – a quem nada correu bem! Daniel Ricciardo (McLaren) foi 11º e Nicholas Latifi escapou ao último lugar graças a Magnussen.
Classificação final
- Max Verstappen (Red Bull), 70 voltas em 1h36m21,757s;
- Carlos Sainz (Ferrari), a 0,993s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 07,006s;
- George Russell (Mercedes), a 12,313s;
- Charles Leclerc (Ferrari), a 15,168s;
- Esteban Ocon (Alpine Renault), a 23,890s;
- Valtteri Bottas (Alfa Romeo), a 25,247s;
- Zhou Guanyu (Alfa Romeo), a 26,952s;
- Fernando Alonso (Alpine Renault), a 29,945s;
- Lance Stroll (Aston Martin), a 38,222s; etc. Classificados 17 pilotos
Classificação Mundial de Pilotos
- Max Verstappen, 175 pontos;
- Sergio Perez, 129 pts;
- Charles Leclerc, 126 pts;
- George Russell, 111 pts;
- Carlos Sainz, 102 pts; Classificados 18 pilotos
Classificação Mundial de Construtores
- Red Bull, 304 pontos;
- Ferrari, 228 pts;
- Mercedes, 188 pts;
- McLaren, 65 pts;
- Alpine Renault, 57 pts;
- Alfa Romeo, 51 pts;
- Alpha Tauri, 27;
- Aston Martin, 16 pts;
- Haas, 15 pts;
- Williams, 3 pts.