Começa a ser um fato imutável: a Red Bull pode ganhar todas as provas! A única diferença é o nome de quem está atrás do volante e no GP de Singapura quem estava sentado no RB18 vencedor chama-se Sergio Perez. A superioridade é de tal ordem que o mexicano cometeu duas infrações durante os dois “Safety Car”.
Foi advertido na primeira e penalizado na segunda com cinco segundos. O colégio de comissários não quis ter o odioso da questão e a Red Bull ao ler que Sergio Perez estava sob investigação, pediu ao piloto que acelerasse o ritmo. Em cinco volta deixou Charles Leclerc a mais de sete segundos. Mais que suficiente para que a penalização que, inevitavelmente, teria de ser aplicada, tivesse efeito nulo na classificação! Quanto a Verstappen, está mais perto do título, precisa, apenas, de ganhar 10 pontos aos rivais em Suzuka.
Fim da sequência de vitórias de Verstappen
Diz o povo que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita e o fim de semana de Max Verstappen pode, muito bem, ser traduzido por este adágio popular. Primeiro, não esteve feliz nos treinos livres, depois foi “sabotado” pela equipa ao ter entrado na qualificação com combustível a menos, abortando a volta que lhe daria a “pole position”. Que caiu no colo de Leclerc enquanto o campeão em título foi apenas oitavo. Finalmente, uma corrida que começou com pista molhada não permitiu uma recuperação “à lá Verstappen” que o neerlandês acabou por prejudiocar com uma ultrapassagem a Lando Noris que nunca iria acontecer.
A sorte protegeu-o, pois, a saída de pista deu-se numa escapatória e o único dano foi nos pneus. Teve de ir à box, trocou por borrachas Pirelli macias vendo a sua recuperação esbarrar no limite de duas horas de corrida. Ficou em sétimo. Não deu para ser campeão em Singapura, mas deverá celebrar o segundo título consecutivo no Japão com muito saké!
Sergio Perez ganha GP de Singapura com classe
Saia da segunda posição da grelha neste GP F1 de Singapura, mas no arranque – atrasado durante uma hora devido às condições da pista (encharcada) e tendo em mente o acidente de 2017 entre Vettel, Raikkonen e Verstappen – decidiu a corrida a seu favor ao bater Charles Leclerc, o autor da “pole position”. E assim, a Red Bull manteve a invencibilidade no falhanço da equipa e da estrela da companhia, Max Verstappen.
Foi uma corrida dura para o mexicano que voltou a ganhar depois de ter sido o primeiro no Mónaco, mas ficou a ideia que tudo esteve, sempre, controlado e a aproximação de Leclerc foi mais consentida por um Perez em gestão de pneus do que conquistada pelo monegasco da Ferrari.
Não cometendo um único erro, Perez ainda teve carro, pneus e fôlego para colocar ultrapassar uma penalização imposta, depois da corrida, pelo Colégio de Comissários Desportivos.
Comissários sem coragem
Seria injusto que Perez perdesse uma vitória conquistada com classe. Porém, os comissários desportivos voltaram a errar com muita falta de coragem. Sergio Perez infringiu as regras do “Saferty Car” (SC). Nas duas ocasiões em que o Mercedes AMG GT Black Edition de vermelho pintado e conduzido por Bernd Maylander esteve em pista, o mexicano deixou demasiado espaço entre si e o SC.
Na primeira vez, foi dada uma advertência ao piloto da Red Bull e nem sequer a questão foi investigada. Na segunda vez percebeu-se a falta de coragem dos comissários: Perez voltou a fazer o mesmo e apareceu a mensagem que Sergio Perez estava a ser investigado por desrespeito do procedimento do SC. E logo depois foi comunicado que essa investigação seria decidida depois da corrida.
Um perfeito disparate! Sabia-se que o mexicano tinha prevaricado, as provas eram evidentes, mas… nessa altura Charles Leclerc estava encostado a Perez e os cinco segundos de penalização iriam influir no resultado da corrida.
Lembrando o final de 2021, preferiram lançar o manto da dúvida, mas a Red Bull percebeu a mensagem: quando se “investiga” quer dizer que vai sair penalização. A mensagem rádio foi clara: “temos de nos afastar de Leclerc cinco segundos”. Da parte da Ferrari também “não podemos deixar que ele se afaste mais de 5 segundos”.
A superioridade de Perez ficou clara: o Ferrari tinha desgastado os pneus, o Red Bull nem por isso e em menos tempo do que leva a dizer “a Red Bull quer ganhar todos os Grande Prémios até final da temporada de 2022 e ganhar os dois títulos em disputa” colocou a fasquia perto dos dez segundos.
Claro que a penalização apareceu no final da corrida, mas foi perfeitamente inócua e não influi no resultado. A justiça foi servida pois Perez não merecia perder o GP de Singapura, mas os comissários desportivos voltaram a ficar mal na fotografia.
Pouco Sainz e muito McLaren
Carlos Sainz ficou no terceiro lugar, mas se Verstappen não tivesse asneirado o espanhol não tinha chegado ao pódio, pois, esteve sempre “fora dela”.
Por seu turno, a McLaren esteve sempre próximo dos primeiros lugares e Lando Noris esteve na génese do erro de Verstappen que o atrasou. O neerlandês pensava que eram “favas contadas”, mas o jovem britânico deixou-lhe o lado molhado da pista e o campeão do Mundo caiu na esparrela, travou quase na Indonésia e deixou Noris no quarto lugar. Melhor, ainda, foi o quinto lugar de Daniel Ricciardo, finalmente, a dar um ar da sua graça com a equipa que vaio abandonar no final do ano.
Mas o melhor ainda estava para chegar para a equipa de Zak Brown e Adreas Siedler: na luta direta com a Alpine pelo quarto lugar do Mundial de Construtores, viu os carros franceses abandonar com motores fora de combate e registou pontos suficientes para ultrapassar os franceses. Um fim de semana fantástico para a McLaren.
Aston Martin colocou dois carros nos pontos, Mercedes desiludiu
Sebastian Vettel bem pode estar a arrepender-se de abandonar a F1 no final do ano. Fez mais uma belíssima prova em que deu asas a Lance Stroll e protegeu o filho do patrão dos ataques de vários pilotos. Terminou Lance Stroll num belo sexto lugar e o alemão ainda ficou com um belo oitavo lugar. Suficiente para a Aston Martin subir ao sétimo lugar do Mundial de Construtores.
Pierre Gasly levou o Alpha Tauri até ao último ponto, atrás de Lewis Hamilton. Foi uma corrida dura para a Mercedes que viu George Russell ficar fora dos pontos, depois de partir da linha de box pela mudança da unidade de potência. Foi o primeiro a mudar para pneus para piso seco, perdeu muito tempo e acabou por se envolver com Mick Schumacher num incidente que provocou um furo no Mercedes. Um fim de semana frustrante para Russell.
Quanto a Lewis Hamilton, passou de favorito à vitória (pensava ele) a um nono lugar final. Tudo porque apesar de ter á sua frente um Carlos Sainz lento, nunca o conseguiu ultrapassar, cometeu um raro erro à volta 33 e bateu nas barreiras de segurança danificando a asa dianteira. Trocou de pneu e de nariz do carro e voltou a cometer segundo erro na frente de Verstappen e deixou o neerlandês escapar condenando-se ao nono lugar final.
Classificação final do GP F1 Singapura
- Sergio Perez (Red Bull RBPT), 59 voltas em 2h02m20,238s;
- Charles Leclerc (Ferrari), a 2,595s;
- Carlos Sainz (Ferrari), a 10,305s;
- Lando Norris (McLaren Mercedes), a 21,133s;
- Daniel Ricciardo (McLaren Mercedes), a 53,282s;
- Lance Stroll (Aston Martin Mercedes), a 56,330s;
- Max Verstappen (Red Bull RBPT), a 58,825s;
- Sebastian Vettel (Aston Martin Mercedes), a 1m032s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 1m01,515s;
- Pierre Gasly (Alpha Tauri RBPT), a 1m 09,576s; Classificados 14 pilotos.
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Pilotos
- Max Verstappen, 341 pontos;
- Charles Leclerc, 237 pts;
- Sergio Perez, 235 pts;
- George Russell, 203 pts;
- Carlos Sainz, 202 pts;
- Lewis Hamilton, 170 pts;
- Lando Norris, 100 pts;
- Esteban Ocon, 66 pts;
- Fernando Alonso, 59 pts;
- Valtteri Bottas, 46 pts; Classificados 19 pilotos
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Construtores
- Red Bull Racing, 576 pontos;
- Ferrari, 439 pts;
- Mercedes, 373 pts;
- McLaren Mercedes, 129 pts;
- Alpine Renault, 125pts;
- Alfa Romeo Ferrari, 52 pts;
- Aston Martin Mercedes, 37 pts;
- Haas Ferrari, 34 pts;
- AlphaTauri RBPT, 34 pts;
- Williams Mercedes, 6 pts.