VW avisa que o ano de 2023 poderá ser pior que 2022!

A VW avisa que 2023 será um ano pior que o de 2022 para a indústria automóvel. Foi o seu diretor financeiro, Arno Antlitz que o referiu

A VW avisa que 2023 será um ano pior que o de 2022 para a indústria automóvel. Foi o seu diretor financeiro, Arno Antlitz que o referiu destacando a inflação e a deterioração do ambiente económico. Nada de muito novo depois de se perceber que a guerra na Ucrânia está para durar, a inflação “come” muito do rendimento dos consumidores, até em países com sólida economia, e as dificuldades com os semicondutores e as crises sociais vão surgir em força em 2023.

Arno Antlitz, o todo-poderoso diretor financeiro (CFO) do Grupo Volkswagen não esteve com meias palavras quando analisou o ambiente atual da indústria automóvel. Disse, claramente, que o ano de 2023 será “ainda desafiador” que 2022. As razões são evidentes: a inflação continua descontrolada – e para a combater as taxas de juro aumentam tirando poder de compra – e a previsão económica tem vindo a tornar-se cada vez pior.

VW FABRICA ZWICKAU 2

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VW avisa que 2023 será mais desafiador que 2022

Por isso, Antlitz, em declarações à Bloomberg TV, não teve problema em dizer que o ambiente económico está a piorar e que vai haver redução da procura. Soluções? O CFO do Grupo Volkswagen elencou algumas.

Desde logo melhorar a produtividade e reduzir os custos fixos, pois o grupo VW não vai poder passar para os clientes os custos, em franca subida, da matéria-prima e, sobretudo, da energia.

Curiosamente, o CFO do grupo VW espera um crescimento da indústria, mas pequeno e deprimido com apenas um dígito. Mas esta evolução positiva pode desaparecer, rapidamente, se os custos se descontrolarem mais que o previsto.

A indústria automóvel vai continuar a sentir dificuldades com o fornecimento de semicondutores e com o aumento da energia, mas estão a apostar no desfazer dos estrangulamentos dos fornecedores para alimentar as entregas. Apesar da procura estar a diminuir.

VW avisa que há projetos em avaliação

O que sucede com alguns, como o Grupo Volkswagen, é carteiras de encomendas cheias que vão suportar as vendas dos primeiros seis meses de 2023. Depois, as coisas serão mais complicadas e os preços vão subir e a procura diminuir.

Por outro lado, o Grupo Volkswagen tem de lidar com o megalómano projeto 100% elétrico desenhado por Herbert Diess. Para além de ser caríssimo, tem gerado muita discórdia interna. Como se não bastasse essa situação, os constantes atrasos no desenvolvimento de “software” têm gerado atrasos no lançamento de novos modelos, fundamentais, para as marcas de topo Audi e Porsche.

Não espanta, por isso, que Oliver Blume, o CEO do Grupo Volkswagen esteja a reavaliar quase todas as estratégias e planos desenhados por Herbert Diess. O alemão queria apanhar a Tesla – detestava estar atrás dos americanos – e lançou o grupo numa espiral despesista para acelerar os projetos 100% elétricos a uma velocidade impossível.

OLIVER BLUME CEO GRUPO VW

Oliver Blume vai adiar alguns projetos

Ainda esta semana, Oliver Blume vai apresentar ao conselho de fiscalização do grupo nova atualização dos planos para o futuro. 

O mais urgente, como o Escape Livre já revelou, é cuidar da divisão Cariad. Os muitos problemas criados pela divisão de software do grupo levaram ao adiamento de modelos e, sobretudo, do Trinity, o projeto de gama elétrica do grupo VW.

E este assunto é verdadeiramente sério. Na atualidade, o “software” é fundamental para o desenvolvimento dos modernos carros elétricos. E será ainda mais importante no futuro.

Por isso é que Blume quer a Cariad a funcionar a pleno vapor, pois a capacidade de desenvolver diversas plataformas de “software” e de sistemas operativos vai ditar a velocidade de novos lançamentos e como dividir a produção por diversas unidades fabris.

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Mercado chinês de EV é o grande problema

Outra área de negócio que está a preocupar Oliver Blume e Arno Atlitz reside na produção de baterias. Não fazendo o “spin off” da Cariad e mantendo a divisão de “software” como parte do projeto de crescimento dop grupo VW, Blume vai ter de enfrentar outra dificuldade.

O negócio de produção de baterias é o grande sorvedor de recursos neste momento. Não só pelo investimento inicial que foi massivo, mas também a continuação da necessidade de investir nos próximos anos.

Esta divisão de produção de baterias chama-se “PowerCo” deverá abraçar seis fábricas europeias e poderá ser a porta de entrada para novos investidores, pois não há dinheiro em caixa para este tipo de investimento.

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Ainda por cima, as previsões para a China estão cada vez mais pessimistas e quando o maior mercado do mundo de veículos 100% elétricos começa a perder fôlego, as campainhas de alarme tocam.

Por isso mesmo a Mercedes-Benz reduziu os preços – indo ao bolso buscar a diferença – a Tesla suspendeu a produção do Model Y na China e a Volkswagen cortou 14% os objetivos de vendas. Mas os problemas podem não ficar por aqui…