A União Europeia adiou votação final sobre o fim dos motores de combustão interna que se deveria realizar hoje. Tudo porque os italianos convenceram os alemães que o fim dos motores de combustão iria trazer grandes consequências sociais. Juntaram-se a esta sensação os anúncios de vários construtores sobre redução de efetivos – apontando a menor necessidade de mão de obra para fazer carros elétricos – para a Alemanha arrepiar caminho, dar o dito por não dito e ameaçar abster-se na votação, o que atiraria ao chão o regulamento já ratificado.
Tal como disse Mark Twain, as notícias sobre a morte dos motores de combustão parece que foram, manifestamente, exageradas.
A União Europeia adiou a votação final sobre o fim dos motores de combustão interna que deveria ter sido realizada hoje dia 7 de março. A Comissão Europeia e a Suécia, nesta altura com a presidência rotativa da União Europeia, estão a tentar reagendar essa votação. Porém, os sinais que chegam da Alemanha e de outros países dizem que não estará para breve a ratificação do regulamento europeu que coloca um fim nos motores de combustão interna.
União Europeia adiou votação final pressionada pela Alemanha
Tudo porque a Alemanha, convencida pelos italianos e pelos progressos feitos, entretanto, por alguns construtores e empresas do meio petrolífero nos combustíveis sintéticos (agora denominados e-fuels)travou a fundo e inverteu o sentido de voto, ameaçando abster-se na votação final. Isso levaria ao fim do regulamento.
De um lado está a Alemanha que, pelas palavras do seu Chanceler, Olaf Scholz, deixou claro que o seu país não está disposto a abandonar as negociações para a extensão da vida dos motores de combustão para lá de 2035 com a utilização dos e-Fuels. O alemão já veio dizer, também, que as conversações têm sido construtivas.
Do outro lado está a Comissão Europeia, com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão, a dizer que “estamos num diálogo construtivo. Damos todo o apoio à abertura tecnológica, mas ela deve estar de acordo com o nosso objetivo de mudança climática.”
Acrescentou, ainda, que as conversas têm sido “boas e construtivas”. Ou seja, a pressão é forte e como referimos no início, as notícias sobre a morte dos motores de combustão interna podem ter sido, manifestamente, exageradas.
Enfim, mais um episódio na novela “o fim dos motores a combustão”.