O Rali do México foi ganho por Sebastien Ogier, oito vezes campeão do mundo de Ralis, que venceu pela sétima vez a prova sul americana, desempatando com Sebastien Loeb o recorde de vitórias. Contas feitas, o piloto da Toyota assumiu a liderança do Mundial de Pilotos depois de ganhar duas das três provas já disputadas. O Rali do México conheceu um final épico com Thierry Neuville a roubar o segundo lugar a Elfyn Evans, a contas com problemas na suspensão do Toyota GR Yaris.
Na categoria WRC2, vitória para Gus Greensmith (Skoda Fabia Evo Rally2), na frente do campeão do Mundo da categoria em 2022, Emil Lindholm, ficou em segundo e o filho de Petter Solberg, Oliver, fechou o pódio da categoria.
O Rali do México regressou ao convívio do Mundial de Ralis, depois de ter saído à pressa devido à pandemia de Covid-19 em 2020, com os mesmos argumentos de sempre: altitude que coloca desafios a pilotos e máquinas, pisos duros e com pouca aderência, troços longos e saltos impressionantes.
Muitas coisas mudaram, exceto o nome do vencedor do rali: Sebastien Ogier. O francês tinha ganho a encurtada edição de 2020 e igualado com Sebastien Loeb o número de vitórias na prova. Hoje a “part time” com a Toyota, Ogier voltou a ganhar, desempatou com Loeb e passa, com sete vitórias, a ser o piloto que mais venceu no México.
Rali do México: Esapekka Lappi deu luta a Ogier
A vitória de Ogier, polvilhada com rapidez, inteligência e paciência, foi fácil, sem dúvida, mas poderia ter sido bem diferente. Porque Esapekka Lappi, ex-companheiro de equipa na Toyota, encontrou conforto e confiança, finalmente, no Hyundai i20 N Rally1 e andou no dia de sexta-feira a um nível que impressionou Ogier.
Mas no sábado, logo na madrugada do terceiro dia de rali, o finlandês atirou com o Hyundai contra um poste e colocava um ponto final no seu rali, danificando o “rol bar” e nem sequer podendo regressar em Super Rali para tentar pontos na Power Stage. Ficou estendida a passadeira vermelha para Ogier vencer da forma que melhor sabe fazer, gerindo a vantagem e deixando claro quem é o melhor.
Apagado o fogo da luta pela vitória, o rastilho para uma luta sem quartel acendia-se com as passagens a fundo de Thierry Neuville. Esse ritmo colocou-o na luta pelo pódio até que Lappi levou essa refrega para um objetivo acima. O belga foi escovando tempo à distancia que o separava de Elfyb Evans e este, com uma calma olímpica, defendia-se.
Acabou tudo por se decidir no derradeiro dia de prova: Evans atacou no troço de Otates com mais de 35 km, ganhou tempo a Neuville e parecia que tinha despertado da letargia. Mas um braço de suspensão danificado diminuía o ritmo do GR Yaris e perante a necessidade de chegar ao final do rali, Evans não teve como evitar a ultrapassagem, a voar, do belga da Hyundai no derradeiro troço da prova.
Kalle Rovanpera foi colecionando pequenos erros que adicionados ao facto de ter aberto a estrada no primeiro dia de prova – devido ao atraso de Tanak – verteram numa exibição algo cinzenta que nem o esforço na Power Stage recompensou, pois voltou a errar e não conseguiu os 5 pontos de bónus. O quarto lugar saldou a passagem de Rovanpera pelo México.
Igualmente preso à necessidade de marcar pontos para a Hyundai, Dani Sordo não esteve particularmente rápido e depois do abandono de Lappi, tudo ficou claro na mente do espanhol. O quinto posto foi o possível.
Ott Tanak azarado, Takamoto Katsuta depressa demais
Vencedor na Suécia, Ott Tanak sabia que iria abrir a estrada no México e estava preparado para um rali difícil. Venceu as duas passagens pela Super Especial desenhada nos túneis da cidade de Guanajuato e entregou-se à missão de limitar os danos. O que Richard Millener, responsável da M-Sport, não esperava era uma debacle total dos seus carros. Primeiro, o campeão do Mundo de 2019 que, mal entrou no primeiro troço de sexta-feira, viu o turbo do Ford Puma partir-se perdendo 7 minutos de uma assentada e mais uma mão cheia deles ao se arrastar até final da ronda matinal. A M-Sport reparou o Puma, mas experiências com a afinação do carro, alguns problemas com os amortecedores dianteiros e um carro que, em terra, ainda não rima com o estónio, retiraram-no da luta pela primeira posição. Conseguiu levar para casa 6 importantes pontos.
Depois foi Pierre Louis Loubet que na mesma especial bateu e danificou a suspensão, abandonando a prova. Regressou em Super Rally e voltou a bater e a ficar de fora, acabando o terceiro dia a rezar a todos os santos que não voltasse a sair de estrada. Jourdan Serderidis também bateu e acabou por encerrar o troço para os que ainda não o tinham realizado.
No dia em que fez 30 anos, Takamoto Katsuta teve uma prenda aziaga: demasiada velocidade à entrada de uma curva atirou-o para fora de estrada num capotanço sem tocar com o tejadilho no chão. Mais um rali com zero pontos.
WRC2: domínio Solberg, vitória para Gus Greensmith
Gus Greensmith (Skoda Fabia Evo Rally2) na frente de Emil Lindholm (Skoda Fabia), campeão do mundo WRC2 2022 e Oliver Solberg também num Fabia. O filho de Petter Solberg foi o mais rápido, mas conheceu problemas e experimentou vas agruras de um furo. Perdeu imenso tempo, mas com uma condução espetacular e um tempo no troço de Otates, com 35,63 km estratosféricos, permitiram-lhe subir até ao terceiro posto da classificação da categoria.
Próxima prova do Mundial de Ralis será nos dias 20 a 24 de abril na Croácia.
Rali do México – Classificação final
- Sebastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1), 3h16m09,4s;
- Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1), a 27,5s;
- Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1), a 27,9s;
- Kalle Rovanpera/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1), a 1m55,3s;
- Dani Sordo/Cândido Carrera (Hyundai i20 N Rally1), a 2m58,8s;
- Gus Greensmith/Jonas Andersson (Skoda Fabia RS Rally2), a 12m31,5s (1º WRC2) (…)
- Diego Domingues Jr./Rogelio Penãte (Ford Fiesta Rally3), a 30m24,8s; etc.
Classificação do Campeonato Mundial de Pilotos
- Sebastien Ogier, 56 pontos;
- Thierry Neuville, 48 pts;
- Kalle Rovanpera, 42 pts;
- Ott Tanak, 37 pts;
- Elfyn Evans, 37 pts; etc. Classificados 16 pilotos
Classificação do Campeonato do Mundo Construtores
- Toyota Gazoo Racing World Rally Team, 127 pontos;
- Hyundai Shell Mobis World Rally Team, 100 pts;
- M-Sport Ford World Rally Team, 73 pts;
Classificação Campeonato Mundial WRC2
- Oliver Solberg, 43 pontos;
- Yohan Rossel, 28 pts;
- Emil Lindholm, 28 pts;
- Gus Greensmith, 26 pts;
- Nicolay Gryazin, 20 pts; etc Classificados 24 pilotos.