Eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant

Eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant. A casa de Ingolstadt acertou em cheio no estilo […]

Audi A6 Avant 50 TFSie quattro

Eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant. A casa de Ingolstadt acertou em cheio no estilo musculado, bonito e sedutor do A6 Avant, mas a questão que paira no ar é: será este Audi melhor que os rivais alemães da BMW e Mercedes? Este ensaio à carrinha A6 é a resposta a essa questão.

A Audi nunca conheceu momentos disruptivos no que toca ao estilo e desde o último 80 na transição para o A4 que a casa germânica adotou o estilo “Matrioska”. Ou seja, poucas diferenças separam os cinco modelos fora da gama SUV: A4, A5, A6, A7 e A8. Talvez se livre desse estigma quando chegar a nova geração de produto Audi com base nos protótipos Esphere. Mas, por amor à verdade, tenho de dizer que este A6, particularmente, na versão carrinha, ou Avant, é um exercício de estilo bem conseguido.

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A versão que nos tocou em sorte para este ensaio não exibia as jantes de 20 polegadas que ficam perfeitas na musculada, mas perfilada, carroçaria do A6 Avant. Ainda assim, é um exercício de estilo que, na minha opinião, é mais bem conseguido que o Série 5 Touring da BMW e o Classe E Estate da Mercedes. A eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant

E se não lhe fazem falta sete lugares e não gosta de andar a conduzir no segundo andar, digo-lhe que o A6 Avant é melhor, globalmente, que o Q7. E é muito mais gira que o SUV. Mas esta é a minha opinião, claro!

Eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant

Pode até parecer que estamos perante aquelas carrinhas que sacrificam o conteúdo ao estilo, mas não. O nome Avant quer dizer, em “audiolês” que estamos perante a carrinha do A6. Modelo que está no mercado desde 2018 e que mantendo a plataforma MLB – que se poderia chamar MTCGV: Mãe de Todos os Carros do Grupo VW (risos) – é rival de modelos como o BMW Série 5 Touring e Mercedes Classe E Estate. Temos, ainda, a Volvo V90 e a Jaguar XJ Sportbrake, mas quase não contam nas vendas anuais de carrinhas Premium.

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Porque é uma carrinha, oferece uma bagageira com 405 litros de capacidade que se estende aos 1535 litros com os bancos rebatidos. Parece pouco, não é? Na realidade não é uma cifra espantosa, mas a culpa é da bateria que rouba nada menos que 160 litros a bagageira.

Na comparação com a Volvo V90 perde 155 litros, para o Série 5 Touring a diferença é a mesma e face à verdadeira caverna que é a bagageira da Mercedes Class E Estate, a diferença são 235 litros! Mais ou menos a mala de um utilitário! Mas, continua a ser uma carrinha. E a eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant!

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Se a mala é mais pequena, o interior também é afetado?

Nem por isso. Há espaço suficiente para cinco pessoas e no banco de trás pode ser jogador de basquetebol que não terá dificuldades em arrumar as pernas e a cabeça. Ah! e um detalhe: a bagageira que falamos acima, fica aquém dos rivais, porém, tem uma acessibilidade baixa o que dá muito jeito para cargas mais pesadas ou para levar o seu patudo.

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O interior do A6 Avant é… Audi! Ou seja, qualidade superior, montagem cuidada e um estilo que sem ser um quadro de Rembrant é agradável e, sobretudo, funcional. E não se espante que o A7, A8, Q7 e Q8 usam quase tudo igual. Economia de escala, dizem. A eletrificação elegante chama-se Audi e os interiores falam por si.

Seja como for, se for cliente deste Audi A6 Avant, perca algum tempo no configurador, pois há opções, diria, duvidosas. O bom gosto não se decreta nem compra, portanto aconselho-o a escolher bem as combinações de cores.

Apesar de tudo, é um regalo viver dentro deste A6 Avant. Tudo está ao alcance das mãos, os comandos respondem e o conforto dos bancos – com múltiplas regulações elétricas – é excelente.

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A eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant até no equipamento

Quanto ao equipamento, não me parece haver razões de queixa. Quanto aos opcionais, confesso que não me senti impelido a tentar configurar um A6 Avant. Deixo isso para si, caro leitor…

Certo é que todos os A6 têm dois ecrãs sensíveis ao toque na consola central: um no meio para controlar quase todas as funções do sistema MMI multimédia (10,1 polegadas) e outro por baixo que tem os controlos da climatização e de utilização, como o botão do “drive dynamic” e do modo EV. Há, apenas, um par de botões para controlar poucas funções. Poderia ter o A6 o mesmo esquema do A4… mas não.

Fica a consolação que ambos são de alta-definição e o Apple Car Play e Android Auto sem fios também é de série. Também oferecido com o preço do carro, o “Vitual Cockpit” é, totalmente digital. E não estou a fazer favor nenhum ao dizer que é, provavelmente, o melhor do segmento.

A versão ensaiada contava com pintura metalizada (425€), pacote de qualidade Ar plus (245€), teto de abrir panorâmico (2.285€) e vidros traseiros escurecidos (545€), mais algumas coisinhas que acrescentaram ao preço final 4.230 euros.

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E o sistema híbrido do Audi A6 Avant 50 TFSie quattro é eficiente?

A Audi diz que sim! Na ficha técnica diz que o consumo homologado WLTP é de 1,2 a 1,5 l/100 km e emite entre 30 e 36 gr/km de CO2. E aqui tenho de lhe dizer o seguinte: se o que leu até agora o interessou, faça-me um favor, quer dizer, faça um favor a si. Carregue a bateria sempre que a carga acabar! Mas sempre! Porque se não o fizer vai andar a arrastar um peso morto e não vai conseguir chegar, sequer, perto dos valores anunciados. Lá porque a eletrificação elegante chama-se Audi se deixar de carregar a bateria passa a ficar um nadinha mais feia.

Com a bateria carregada, utilizando o sistema híbrido e com algumas cautelas, consegui 4,8 l/100 km. Em autoestrada e com o sistema e-tron a usar, judiciosamente os 60 a 66 km anunciados de autonomia elétrica, o consumo ficou nos 5,2 l/100 km. Nada mau até porque só não consegue bater o Mercedes E300de EQ Power, porque este tem um motor diesel.

Agora, se andar com a bateria descarregada, não se espante… o Audi A6 Avant 50 TFSie quattro gasta 7,2 l/100 km e 7,9 l/100 km em autoestrada, baixando, bastante, se for em modo tartaruga, ou seja, a 100 km/h e no modo “efficiency”. Assim, os consumos caem para os 6,0 l/100 km. Mas, como percebe, sem carregar a bateria, o sistema PHEV simplesmente… não funciona!

A autonomia elétrica que consegui ficou um pouco aquém dos 60 km anunciados. Mesmo assim percorri 56 km no percurso pendular casa-trabalho. O que, no meu caso, dá para andar sempre em modo elétrico desde que não passe dos 100 km/h (o máximo são 135 km/h).

Contas feitas, com o pequeno depósito de 52 litros, este Audi A6 Avant 50 TFSie quattro tem uma autonomia de 600 km mais 56 km em modo elétrico.

A bateria tem um carregador de 7,4 kW, pelo que a bateria de 14,4 kWh carrega rapidamente num par de horas.

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Quer dizer que tudo isto se paga caro?

Bom, relativamente aos rivais mais importantes – BMW e Mercedes – a Audi A6 está… no meio! A BMW 530e Touring começa nos 70.200€, já a Mercedes 300e Station começa nos 76.000€. Pois, a Audi A6 Avant 50 TFSie quattro tem como preço base 73.514€. A eletrificação elegante chama-se Audi A6 Avant mas custa caro!

Porém, nada disto tem algum valor porque, como habitualmente nos carros alemães, o estimado leitor terá de navegar pelos opcionais e pacotes disponibilizados.

Por exemplo, o modelo que ensaiámos tinha, “apenas”, 4.230 euros de extras, pelo que se quiser uma A6 igualzinha a esta terá de pagar 77.744 euros. Mais cara que a Mercedes? Não, pois à 300e Estate terá de adicionar muita coisa para ficar, certamente, a seu gosto.

Como referi acima, tudo depende da configuração que escolher. É assim como ir a um restaurante de tapas… começa a entusiasmar-se com os sabores e quando acaba o jantar a conta é muito maior do que estava a pensar. Calma com o configurador! Seja como for, o pacote base deste Audi A6 Avant 50 TFSie quattro é, no meu entender, muito bom e completo. Só faltam ali as jantes de 20 polegadas…

Conclusão

Linda, bem construída e desejável. Prática e confortável é uma carrinha que no segmento de topo satisfaz os mais exigentes. É verdade que o BMW Série 5 Touring será uma carrinha que no global é melhor que a A6 e a Mercedes Classe E Estate é mais espaçosa e tem uma mala imbatível. A Audi A6 Avant 50 TFSie quattro não é muito divertida de conduzir nem é essa a sua função. É segura, sólida, eficaz e capaz de nos levar de um ponto ao outro em perfeita tranquilidade. Por outro lado, é a mais confortável deste triunvirato alemão. E no que toca ao interior – que é onde passamos mais tempo num carro! – é, claramente, a melhor com uma praticabilidade que está ao nível de um SUV com cinco lugares. Enfim, para mim, esta é uma carrinha que ficaria bem com o meu tom de pele. Como já tenho idade para não andar em correrias não preciso do comportamento preciso e divertido da BMW. Por outro lado, a minha filha já é crescida e por isso a bagageira da Mercedes também não me faz falta. Se está enquadrado nesta definição e os 73 mil euros não o fazem recuar, a Audi A6 Avant 50 TFSie quattro é a melhor escolha. E ainda por cima é a mais gira das três…

Ficha Técnica

bateria

14,4 kWh

Bateria

7,5 kW

Max AC

- kW

Max DC

Cilindrada

1984 cm3

Cilindrada

370 Nm

Binário Máximo

265 cv

Potência

Cilindrada

6,3 s

0-100 KM/H

250 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

1,2 - 1,5 l/100 km

Combinado

4,8 - 6,1 l/100 km

Registado

37 - 34 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

73.514€

Base

77.744€

Ensaiado


Thumbs UpEstilo. Eficiência. Qualidade. Habitáculo.

Thumbs DownPreço. Sistemas de segurança bruscos