O Salão de Genebra regressa depois de ter sido cancelado em 2020 quando a pandemia de Covid 19 se instalou no mundo inteiro. Cinco anos depois, aquele que já foi o mais importante certame ligado ao universo automóvel volta a abrir portas. Porém, previsivelmente será uma pálida imagem daquele que era o salão onde todos tinham de marcar presença. O regresso faz-se com apenas oito construtores. Dos mais importantes a nível mundial, apenas o Grupo Renault marcará presença.
Aprazado para os dias 26 de fevereiro a 3 de março, o Salão de Genebra está de regresso aos pavilhões do Palexpo. Porém, este regresso faz-se de uma forma tímida e muito longe daquilo que foi o certame helvético.
Salão de Genebra regressa com apenas oito marcas
Historicamente um catalisador de entusiastas do automóvel, líderes mundiais da indústria e muitas caras famosas, o Salão de Genebra vai, com toda a certeza, abrir portas com menos glamour. Uma sombra daquilo que foi durante décadas.
De facto, o certame helvético terá, apenas, oito marcas de automóveis. Sim, leu bem, apenas oito construtores disseram sim à organização liderada por um luso-suíço (Sandro Mesquita). E desses não há nenhum grande nome. A exceção chama-se Grupo Renault que vai participar com as marcas Renault e Dacia. Não há uma marcas alemãs e nenhuma das japonesas mais importantes.
Dessa maneira teremos os chineses da BYD e MG Motor, os japoneses da Isuzu, juntando-se a Lucid, Microlino e Pininfarina. Os outros 21 expositores estão ligados ao automóvel, mas não são construtores.
Longe da importância do passado
Só para exemplificar estarão presentes empresas como a ErreErre Fuoriserie (que faz restomods de carros modernos em modelos antigos), a Kimera (que vai lançar as suas réplicas do Lancia 037 e Delta S4) e a Totem Automobili (que faz réplicas elétricas de carros do passado).
Apesar de tudo, há algumas novidades a serem reveladas no Salão de Genebra que regressa em 2024. A principal, e que tem tudo para ser “o carro do salão”, é o novo Renault 5. O regresso do ícone de Renault, agora como um citadino 100% elétrico, será finalmente revelado ao público na sua versão final. A outra marca do grupo levará certamente o novo Duster, que não sendo uma estreia, concentrará em si todas as atenções.
Por outro lado, a MG apresenta o novo MG 3. Será um pequeno utilitário, posicionado abaixo do MG 4, e que terá no preço o seu principal argumento. Enquanto isso, a Microlino prometeu apresentar uma novidade.
Por outro lado, e recuperando uma tradição, os organizadores do Carro do Ano Europeu vão anunciar o vencedor para 2024. BMW Série 5, BYD Seal, Kia EV9, Peugeot 3008, Renault Scénic, Toyota C-HR ou Volvo EX30. Um destes sucederá ao Jeep Avenger.
Salão de Genebra 2024 mais virado para o público
A ausência dos grandes construtores abriu espaço para orientar o certame para os espectadores. Com o propósito de lhes dar maior animação, vão ser oferecidas quatro zonas experimentais que têm como pano de fundo o tema do salão: “Auto. Future. Now.”
Por certo que todas essas zonas vão apelar ao interesse dos espetadores e a primeira delas é a “Adrenaline Zone”. Está dedicada aos veículos de elevadas performances e ao desporto automóvel.
Depois, destaque para a “Design District” que albergará exibições da Pininfarina e do designer Frank Stephenson. Por outro lado, o “Mobility Lab” irá exibir diferentes formas de transporte pessoal ou partilhado. Destaque, ainda, para o “Next World” desenhado em parceria com a Polyphony Digital (os criadores do jogo Gran Turismo) e que vai oferecer uma visão do futuro da mobilidade. Nessa medida, vão estar a ser exibidos vários protótipos GT Vision que foram criados para o jogo Gran Turismo.
Aumentar o número de marcas é promessa
Por outro lado, Sandro Mesquita, tem uma missão complicada. Ajudar os visitantes a descodificar o tema “Auto Future Now”. Nessa medida, decidiram criar estas zonas experimentais. Porém, o desejo é cativar o interesse das marcas. Nessa medida, as referidas zonas vão evoluir ano após ano acompanhando as tendências e as tecnologias emergentes.
Porém, os organizadores continuam a desejar que os construtores sejam as principais vedetas do certame. Este ano debateram-se com a ausência da Stellantis, Grupo VW, Grupo Hyundai Kia, Grupo BMW e Mercedes-Benz, entre outras.
Mas o presidente da organização, Alexandre de Senarclens, mantém firme o desejo de voltar a ser o principal salão automóvel do mundo. O convencimento do presidente da organização do Salão de Genebra leva-o a pensar que há, ainda, um papel importante a desempenhar na revolução da indústria automóvel. Por isso, Alexandre de Senarclens diz que “a ideia é convencer o público. Mas. igualmente, também as marcas que por diversas razões não estão connosco em 2024.”
Por outro lado, um dos responsáveis do Salão de Genebra está convencido que o certame pode mostrar que não se vendem carros apenas na internet e que as pessoas querem e precisam de ver e compreender os novos veículos.
Espaços “plug and play” para conter custos
Com toda a certeza, uma das novidades deste Salão de Genebra 2024 são os novos espaços “plug and play”. Esta proposta, segundo Sandro Mesquita, “oferece quatro tamanhos diferentes e os expositores alugam o espaço já pré-construído e personalizam-no com a sua identidade corporativa.”
Nessa medida, o luso-suíço deixou claro que “nunca pedimos a ninguém que construíssem catedrais.” Por essa razão é feita esta oferta para conter os custos. Mas não é obrigatória e cada marca tem liberdade para fazer o que lhes interesse para promover da sua imagem.