Diferente no estilo, acolhedor pelo interior espaçoso feito com qualidade e com uma ampla bagageira, o ensaio ao Toyota bZ4X revelou um familiar competente que acrescenta a propulsão elétrica. Aqui e ali há coisas a melhorar, mas olhando para a imagem maior está aqui uma boa opção para quem busca um familiar elétrico.
Como sempre sucedeu, os construtores automóveis diferenciam-se por características endógenas. Que, no caso da Toyota, passam pelos sistemas híbridos e pelas caixas CVT que a casa japonesa não para de desenvolver. Não se rendendo à doutrina dos elétricos, a Toyota não podia passar ao lado do fenómeno e atirou para cima da mesa o bZ4X.

Um familiar espaçoso
Sendo muito maior do que as fotos podem sugerir (tem 4,69 metros de comprimento), os 2,85 metros de distância entre eixos e a arrumação cuidada do sistema de propulsão, oferecem uma habitabilidade espetacular! Por outro lado, os 450 litros de capacidade da bagageira são mais que suficientes para que cinco pessoas transportem as suas quinquilharias num fim de semana ou viagem de férias.

Algo que vai ter de se habituar é à posição de condução. Seguindo a tendência do passado, estamos sempre muito altos e com o volante “ao colo” tendo a Toyota olhado para o i-Cockpit da Peugeot e feito algo semelhante. Eu não gosto da posição do volante, mas é a minha opinião. Acredito que com o hábito tudo seja mais simples.

Botões e mais botões
Por outro lado, a ergonomia é boa no que toca ao acesso, por exemplo, aos comandos da climatização. Mas parece que alguém tentou colocar o maior número possível de botões no volante, espalhando alguma confusão. O comando de voz tem de ser melhorado é outra das conclusões deste ensaio ao Toyota bZ4X.
Sem reparos a qualidade do habitáculo no que toca à qualidade de construção. Menos feliz é a escolha de alguns materiais. Fiáveis e resistentes, mas desagradáveis ao toque. Felizmente, poucas vezes tocamos neles.

Confortável apesar dos pneus grandes
Outro excelente desempenho reside no conforto, com as suspensões a absorverem quase tudo e o chassis a manter uma postura excelente nos buracos ou lombas. Já agora dizer que o conforto acústico não é uma das qualidades do Toyota bZ4X: há algumas vibrações que chegam até nós vindas dos generosos pneus colocados em jantes de 20 polegadas e o ruído de rolamento é um nadinha elevado.

Um elétrico calmo para viajar
Colocado em andamento, percebe-se o peso elevado (quase duas toneladas) e apesar dos 204 cv do motor, fica evidente que o bZ4X está afinado para a maior eficiência. Quando passamos os 130 km/h sente-se um menor fulgor. Depois desse limite chegamos à velocidade máxima, é certo, mas de forma mais lenta e com maior gasto de energia. Porém, acelerando dos 0-100 km/h em cerca de 5 segundos, estamos perante um automóvel rápido. Menos veloz, mas essa é uma característica dos modelos 100% elétricos.
Destaco, ainda, uma travagem fácil de explorar (menos fácil em cidade), uma eletrónica que entra demasiadas vezes em pânico se tentamos ser um pouco mais ousados na condução (não me choca, mas irrita quando queremos “abusar” dos 204 cv) e para os três modos de utilização. Eco, Snow (para condições de baixa aderência) e One Pedal. Este último não é muito radical e nem sequer permite imobilizar o carro.

Autonomia sofre com as condições climatéricas
Neste ensaio ao Toyota bZ4X, tentamos saber qual a autonomia real. A autonomia oficial é de 500 km, mas na vida real as coisas são ligeiramente diferentes. Em primeiro lugar porque o frio reduz, muito, a autonomia. Depois, porque em autoestrada a bateria esvazia em menos de um fósforo.

E se é verdade que em cidade a autonomia se aproxima dos 400 km (o que é excelente), os cerca de 300 km em estrada ainda colocam o bZ4X num patamar interessante. Em autoestrada, os 265 km conferidos deixaram-me menos feliz. Com uma bateria tão grande e com nova gestão que permite aumentar a autonomia, esperava um pouco mais. Fica o registo do consumo de apenas 15,3 kWh/100 km em cidade (excelente) e 21,8 kWh/100 km em auto estrada. Ainda assim, o consumo médio deste ensaio ficou em ótimos 17,3 kWh/100 km. E com o carregador de 150 kW, as recargas são rápidas.
Conclusão
A avaliação final é muito boa e para um primeiro ensaio no mundo dos 100% elétricos, a Toyota fez um bom carro fácil de usar e cheio de coisas boas. As falhas são ultrapassáveis e não influem em demasia na sua utilização quotidiana. Pena que como um bom elétrico o preço seja elevado. Esta versão Lounge, muito bem equipada, do bZ4X custa 57.740 euros. É o que é.
Ficha Técnica

71,4 kWh
Bateria
22 kW
Max AC
147 kW
Max DC

265 Nm
Binário Máximo
204 cv
Potência

7,5 s
0-100 KM/H
160 km/h
Velocidade Máxima

14,3 kWh/100 km
Combinado
17,3 kWh/100 km
Registado

52.990€
Base
57.740€
Ensaiado
Habitabilidade, agrdabilidade de condução, qualidade,
Autonomia em autoestrada, Preço