Italiano de Udine, nasceu no dia 12 de novembro de 1933 e acabou “infetado” pelo vírus do automóvel numa visita ao Salão de Turim de 1951 (tinha 18 anos). Decidiu seguir design automóvel e sendo italiano, nos anos 50, o que não faltava eram locais onde aprender e trabalhar. Pinninfarina, Ghia, Frua, Zagato, Michelotti, enfim, o rol é extenso. Começou na Carrozeria Ghia em 1955, mas foi na Mercedes-Benz onde se destacou. Bruno Sacco faleceu aos 90 anos, mas deixa um legado permanente.
O homem que desenhou verdadeiras obras de arte e a maioria dos modelos mais vendidos da história da Mercedes-Benz, faleceu na Alemanha com 90 anos. Bruno Sacco nasceu em Itália e escolheu ser designer depois de uma visita ao Salão de Turim. Começou a sua carreira em 1955 na Carrozzeria Ghia e o seu trabalho foi notado pela Mercedes-Benz que o contratou em 1957 para o seu departamento de estilo. A história começava a ser escrita, ou melhor, desenhada.
Mercedes 280SL Pagoda: primeiro vislumbre do seu talento
Foi o primeiro carro onde colocou as mãos. O clássico 280SL cujo tejadilho côncavo lhe deu a alcunha de “Pagoda”. A partir dai, Bruno Sacco esteve em quase todos os carros da marca de Estugarda dos anos 60 e 70. Falamos do W100 (Mercedes-Benz 600) que esteve em produção entre 1961 e 1981e que lançou a génese do Classe S.
Este sempre foi um automóvel especial, pois sempre esteve na vanguarda do estilo e da tecnologia, com um estilo formal, mas diferenciado, avançada engenharia e motores avançados.
Mercedes 190 e Classe G fruto do génio de Sacco
Apesar de sempre dizer que tinha pouco orgulho em modelos como o Mercedes-Benz Classe G ou o Classe S, a verdade é que foram modelos que deixaram marca. O G ainda hoje é semelhante ao que desenhou originalmente Bruno Sacco.
Porém, o italiano tinha como projeto mais importante um dos carros que marcou a história da Mercedes-Benz, da indústria e do design automóvel: o W201. Sabem qual é? O Mercedes 190 de 1982.
Conhecido como “Baby Benz” marcou a entrada da Mercedes no segmento C. Clássico procurado por muitos tem no 190 2.3 16 Cosworth o pináculo de uma gama que conheceu vários motores e versões, mas sempre com o mesmo estilo inspirado saído do lápis de Bruno Sacco.
Um estilo diferente
Bruno Sacco deu as mãos aos responsáveis da Mercedes para levar a marca a segmentos nunca desbravados. Foi assim com o Classe A, o Classe V (a primeira carrinha de passageiros familiar da casa de Estugarda), os Smart, o SLK, CLK e o Classe E. Ou ainda o Classe M. Todos eles obra da inspiração de Bruno Sacco.
Foi ele que, antes de se reformar em 1999, criou o Centro de Estilo Mercedes-Benz em Sindelfingen, tendo feito parte da administração do grupo Mercedes-Benz. Faz, também, parte do “Automobile Hall of Fame”.
E uma forma diferente de estar
A sua forma de estar também era diferente. Defendeu sempre a Mercedes dizendo, amiúdes vezes, “um Mercedes-Benz deve sempre parecer um Mercedes-Benz”. Por outro lado, referiu numa das suas últimas entrevistas que “a mão de um designer pode sempre ser reconhecida.” Dizia Sacco que “raramente um designer individual consegue compreender as qualidades intrínsecas do produto que lhe foi pedido para desenhar ou ‘vestir’. Por isso, na Mercedes, tentamos olhar para a questão como um conjunto de funções interdependentes. Assim, o novo desenho justifica-se na exibição da função.”
Bruno Sacco faleceu aos 90 anos e é elogiado pela Mercedes
Gorden Wagener, responsável pelo estilo do grupo Mercedes-benz, deixou elogios ao italiano. “Bruno Sacco deixou uma marca duradoura na empresa com os seus desenhos icónicos e a sua paixão pela estética. Perdemos uma personalidade extraordinária e um esteta impressionante!” Para Marcus Breitschwerdt, CEO da Mercedes-Benz Heritage “a Mercedes-Benz recordará, sempre, este extraordinário estilista e, no entanto, uma pessoa humilde. Bruno Sacco definiu a forma como inúmeros ícones da Mercedes-Benz. Muitos deles ainda hoje são vistos no trânsito, outros fascinam como clássicos da marca.”
Bruno Sacco teve uma carreira com mais de 40 anos de trabalho, dos quais 24 como patrão do estilo da Mercedes-Benz. O seu legado é fantástico e o Mercedes 190 e o Mercedes Gelandewagen (Classe G) vão ficar imortalizados na história da marca e do automóvel. Há cinco anos, Bruno Sacco disse que “a Mercedes tem sido a minha vida e defendo-a a cem por cento!”
