Grupo Volkswagen em apuros!

Os resultados da análise são devastadores e se há uns meses tinha o telhado a arder… agora o Grupo Volkswagen está em sérios apuros!

Conflitos com os poderosos sindicatos alemães; segunda previsão em baixa dos lucros em 2024; encerramentos de fábricas; “cash flow” metade do previsto para 2024; vendas a recuarem; margem de lucro operacional abaixo dos 7%. Os resultados da análise ao Grupo Volkswagen são devastadores e se há uns meses a VW tinha o telhado a arder… agora está em sérios apuros!

Os responsáveis máximos pelos grupos automóveis europeus não estão a viver tempos felizes. O barco (leia-se indústria automóvel europeia) está a meter água por todo o lado e a ampulheta do tempo continua, inexoravelmente, a avançar. No Grupo Volkswagen, Oliver Blume está mergulhado numa crise profunda. Depois de ter tomado o lugar de Herbert Diess, o CEO da Porsche encontrou um grupo anquilosado, pesado e despesista que imitava a orquestra do Titanic. Encetou as reformas que entendeu necessárias, mas foi atingido por uma vaga gigantesca chamada mobilidade elétrica.

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Crise exógena transforma-se em crise endógena

O Dieselgate foi o começo dos problemas para o Grupo VW. Indemnizações, troca de veículos, reparação de milhões de unidades e uma reputação manchada. A resposta foi oferecida pela União Europeia ao atirar-se de cabeça para a mobilidade elétrica. A VW aproveitou a esteira começando por destacar os motores a gasolina e ao lançar a gama ID em 2019 com o ID.3. Sucederam-se os modelos 100% elétricos e… os problemas.

Ou seja, aquilo que era uma crise exógena criada pelo mercado, passou a ser endógena ao trazer para dentro de casa os problemas com que a mobilidade elétrica se deparou.

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Mercado em declínio e chineses pressionam

O mercado europeu está em queda com redução de vendas como nunca visto até à pandemia. Os chineses estão a invadir a Europa com modelos 100% elétricos a preços impossíveis de igualar. A quota de mercado na China de marcas como a Volkswagen, Audi e Porsche está a minguar como gelo ao sol. Marcas como a CUPRA e a Skoda começam a sentir dificuldades.

A Porsche perdeu 33% de quota de mercado na China. A Audi está a passar uma fase complicada e as duas, combinadas, estão a deixar os lucros do grupo em causa. Elas que durante anos foram verdadeiras galinhas dos ovos de ouro!

Por outro lado, marcas como a Tesla, estão a forçar os construtores tradicionais a entrar numa guerra de descontos que estreita, ainda mais, as margens. Junta-se a isto uma desconfiança dos consumidores que s leva a refugiar no que conhecem, o bom e velho motor de combustão. Um bocadinho à imagem do que sucede no meio financeiro. Podem dar muitas voltas, mas acabam todos a confiar no ouro.

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Compras adiadas, indecisão e custos sociais

Perante as guerras que se vivem neste momento a leste e no médio oriente, os consumidores tem estado a adiar as suas decisões de compra, particularmente os clientes de topo. Por outro lado, a estratégia de apostar nos modelos mais caros para gerar mais margem esgotou-se tal como sucedeu com os modelos elétricos. O ambiente económico está irrespirável e a Alemanha está à beira de uma recessão.

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Grupo Volkswagen em apuros!

Tudo isto provoca uma onda de problemas que está a atingir o grupo VW. Em setembro o grupo voltou a reduzir as previsões de receitas, vendas, lucros e “cash flow”. O que isto nos diz? Que o Grupo Volkswagen está em apuros!

Em primeiro lugar, já se sabe que vai vender menos que em 2023, naquela que será a quarta redução de vendas em cinco anos. Em segundo lugar, a margem de lucro operacional não deverá exceder os 5,6% quando estava previsto um valor de 7%, e este não é um número ainda definitivo. Finalmente, o “cash flow” (ou dinheiro no banco) será menos de metade do previsto no início do ano. O que pode ser um fator muito preocupante ao desenhar um risco existencial para o grupo!

A falta de renovação das gamas – devido à aposta cega nos elétricos – e a guerrilha de preços dos chineses, vão forçar o Grupo VW a investir. Mas, também, a tornar-se mais competitivo e ligeiro. Blume prometeu tornar o grupo mais competitivo e atirou pela janela o acordo de promessa de segurança do emprego que existia há décadas. Por outro lado, pela primeira vez, a VW vai fechar fábricas na Alemanha o que a coloca no ringue de luta contra os poderosos sindicatos. Não há forma de esconder: o Grupo Volkswagen está em sérios apuros e a liderança de Oliver Blume vai ser colocada à prova!