Com os mais recentes dados e algumas declarações polémicas, os motor Diesel parecem terem os dias contados, parecem… porque na verdade não têm! Ainda assim, é um facto que, desde 2014, a queda de vendas nas motorizações Diesel tem de registado em troca de um aumento pela procura de motorizações a gasolina, também elas cada vez mais económicas e com custos de produção significativamente inferiores para os construtores.
Atenta ao mercado, a Renault acaba assim de apresentar a sua mais recente novidade na gama de motores para 2019. O novo motor 1.3 TCe – T(urbo) C(ontrol) E(fficiency) – é o resultado da partilha de componentes entre a Aliança Renault-Nissan e o grupo Daimler e foi totalmente desenvolvido em conjunto. Com a aplicação de algumas tecnologias inovadoras foi possível aumentar a potência e o binário, diminuindo os consumos e as emissões poluentes. O resultado é um desempenho geral melhorado e uma agradabilidade na condução. A Renault optou por estrear a nova motorização no Renault Mégane, personagem importante no cada vez mais concorrencial segmento C, e com três variantes do mesmo bloco com diferentes níveis de potência.
Mégane estreia a nova motorização 1.3 TCe
A atual geração do Renault Mégane surgiu em 2016 mas ainda se mantém como uma referência no segmento, seja a nível tecnológico com os avançados sistemas de ajuda à condução, seja com elevados níveis de conforto e espaço, ou mesmo com uma dinâmica apurada e ainda mais destacada nas versões GT Line. Em quase 25 anos de história, o modelo já conheceu seis vitórias do ranking do automóvel mais vendido no país. Nos últimos 16 anos, só uma vez não esteve no Top5 das vendas.
O modelo pode conter um ecrã vertical de 8,7 polegadas com comando tátil que concentra as funcionalidades de navegação, telefone, aplicações, rádio, mas também a tecnologia MULTI-SENSE, que permite ao condutor optar por diversos modos de condução que personalizam o Renault Mégane em função do estado de espírito do condutor ou das necessidades do momento. São configurados, entre outros, o nível da suspensão, direção, resposta do acelerador e do motor, mas também o ambiente do habitáculo, com cinco cores e três estilos para o painel digital.
Ao longo das quatro gerações o Renault Mégane já vendeu 175 mil unidades em Portugal, só de passageiros.
São três as propostas da Renault para o novo motor 1.3 TCe de injeção direta – TCe 115 FAP, TCe 140 FAP e TCe 160 FAP.
Em comum têm também várias tecnologias. O “Bore Spray Coating” é uma tecnologia de revestimento dos cilindros usada no motor do Nissan GT-R, que melhora a eficiência, através da redução do atrito e otimização da transferência de calor. Depois, através do aumento da pressão de injeção direta de gasolina – 250 bar – e do desenho específico da câmara de combustão, é possível obter uma redução do consumo de combustível e emissões de CO2 e uma mistura de combustível/ar mais rica, com melhorias nas prestações. Para além disso, tecnologia “Dual Variable Timing Camshaft” controla as válvulas de admissão e de escape de acordo com a carga do motor, conseguindo um maior binário a baixas rotações e mais linear em rotações elevadas. Todas as variantes do motor integram ainda um filtro de partículas (FAP), com o objetivo de reduzir as emissões.
Um motor a gasolina com várias tecnologias e já testado sob o mais recente protocolo WLTP, e compatível com a norma ambiental EURO 6D-TEMP, que entrará em vigor apenas em setembro de 2019.
Motor TCe com três níveis de potência
A versão TCe de 115 cv é naturalmente a entrada de gama. Com um binário de 220 Nm às 1500 rpm, e associado a uma caixa manual de seis velocidades, é uma proposta com uma boa relação prestações/consumos/preço a pensar essencialmente no cliente empresarial.
Está disponível com o nível de equipamento Limited nas versões Berlina, Grand Coupé e Sport Tourer, com preços que começam nos 24 254€.
Versão intermédia abaixo dos 25 mil euros
Se no meio está a virtude, provavelmente o motor TCe 140 cv será o mais vendido. Com um binário de 240 Nm às 1600 rpm, o motor a gasolina permite andamentos muito interessantes, rivalizando com os melhores Diesel e evidenciando o bom chassis do Renault Mégane. Esta versão pode ser associada a uma caixa manual de seis velocidade ou à caixa automática de dupla embraiagem EDC de sete velocidades.
Em função dos níveis de equipamento – Limited e GT Line – e da carroçaria (Berlina, Sport Tourer ou Grand Coupé) esta versão está disponível desde 24 965€ (Grand Coupé Limited com caixa manual) até aos 30 124€ (Sport Tourer GT Line com caixa automática EDC).
Topo de gama chegará ao Talisman
No topo da oferta do novo motor 1.3 TCe está a versão mais potente com 160 cv associada ao nível de equipamento de topo – Bose Edition – também ela disponível, em opção, com caixa manual de seis velocidades, ou automática EDC de sete relações. Com um binário de 260 Nm às 1750 rpm, esta é a versão que melhor aproveita o chassis do Renault Mégane, com performances desportivas. Chegará também ao modelo do segmento D, o Talisman.
Esta versão está disponível apenas nas carroçarias Berlina e Sport Tourer e tem preços que começam nos 28 497€ e vão até aos 31 524€. Em ciclo WLTP, e dependendo da versão, carroçaria e tipo de caixa de velocidade os consumos anunciados para esta versão variam entre os 6,3 e os 6,6 l/100 km.
1332 cm3
115 cv às 4500 rpm
220 Nm às 1500 rpm
190 Km/h
10,7 s 0-100 km/h
139 g/km CO2
6,2 l/100 km
1332 cm3
140 cv às 5000 rpm
240 Nm às 1600 rpm
205 Km/h
9,5 s 0-100 km/h
9,2 s 0-100 km/h*
139 g/km CO2
147 g/km CO2*
6,1 l/100 km
6,5 l/100 km*
*caixa automática EDC
1332 cm3
160 cv às 5500 rpm
260 Nm às 1750 rpm
270 Nm às 1800 rpm*
212 Km/h
9 s 0-100 km/h
8,2 s 0-100 km/h*
142 g/km CO2
147 g/km CO2*
6,3 l/100 km
6,5 l/100 km*
*caixa automática EDC
Motor 1.3 TCe transversal a (quase) toda a gama
O novo motor 1.3 TCe irá chegar a outros modelos do construtor. É o caso do Renault Captur, do Scénic, do Kadjar e ainda do Talisman, representante da marca para o segmento D. Também o SUV da Dacia, o Duster irá ter uma versão com o novo bloco TCe.
Ao volante do 1.3 TCe
Durante a apresentação do novo bloco 1.3 TCe pudemos experimentar as versões de 140 e 160 cv aplicadas ao Renault Mégane, nas versões Berlina e Sport Tourer ambas com caixa manual. No percurso de cerca de 150 km divididos entre auto estrada e estrada nacional, que nos conduziu à Adega Mãe, comprovamos a boa e constante disponibilidade do motor, com uma resposta linear e a permitir bons andamentos. Por outro lado verificámos que este é um excelente aliado para tirar partido da boa agilidade do chassis do Mégane, ainda que nestas versões tenha abdicado do sistema de quatro rodas direcionais 4Control. No percurso misto foi anda possível registar médias de consumo entre os sete e os oito litros, o que não nos pareceu demasiado elevado dado o percurso, o andamento e a pouca quilometragem das unidades em ensaio.