A saída de Carlos Tavares da Stellantis tem estado a transformar a face do grupo criado com a fusão da FCA com a PSA. Jean-Philippe Imparato é, agora, o responsável pelo mercado europeu. Com toda a certeza foram promovidas algumas alterações, pois a Stellantis regressa à ACEA e vai cumprir normas de poluição em 2025. Como? É aqui que a “porca torce o rabo” e Carlos Tavares, provavelmente, tinha razão no que dizia.
Jean-Philippe Imparato acredita que a Stellantis vai cumprir as normas de poluição impostas pela União Europeia para 2025. O novo CEO da zona EMEA da Stellantis diz que o grupo não tem intenção nenhuma de pagar multas à União Europeia. “Isso nem sequer foi alvo de discussão dentro da Stellantis” disse Imparato.
Vender mais elétricos é a solução
Com toda a certeza, a solução para conseguir esse desiderato é vender “mais modelos elétricos. E temos 14 novos modelos 100% elétricos que vão ser lançados até ao final do primeiro semestre de 2025.” Qual é o problema desta solução?
Com o propósito de cumprir as regras da União Europeia, as contas são muito simples: a quota de modelos elétricos nas vendas da Stellantis terá de passar dos atuais 12% para uns muito otimistas 21%. Caso isso não suceda, as multas por falhar os objetivos será de cerca de 300 milhões de euros!
A outra solução é reduzir as vendas de automóveis com motores de combustão. Ou seja, tudo aquilo que Carlos Tavares defendia e que o conselho de administração liderado por John Elkann não queria.
Stellantis regressa à ACEA
Carlos Tavares decidiu retirar a Stellantis da ACEA (a organização dos produtores europeus de automóveis) no início de 2023, mas com a sua saída, o grupo manifestou a vontade de regressar à associação.
A Stellantis, sob o comando do português, opunha-se à pressão da ACEA em mudar os objetivos do CAFE em 2025. Com Carlos Tavares fora, a Stellantis vai alinhar-se com as propostas da ACEA. Por outras palavras, a Stellantis dá uma no cravo outra na ferradura e tem um longo caminho pela frente para recuperar.
Por tudo isso, rumores dizem que John Elkann – que conhece bem o CEO do Grupo Renault – está a tentar “roubar” Luca de Meo ao gigante francês.