Pela voz da presidente da Comissão Europeia será possível flexibilizar limites de emissões. Ursula von der Leyen declarou que os objetivos da União Europeia de reduzir as emissões de CO2 e as competentes multas aplicáveis a quem não cumprir esses limites, devem ser aplicadas de forma justa. Ou seja, pode estar a caminho uma flexibilização dos limites e das multas para os construtores.
Ursula von der Leyen referiu, em conferência de imprensa, que “é necessário que o sistema seja justo. Porque alguns já investiram e conseguiram cumprir os objetivos. Mas também (desempenha um papel) a flexibilidade e o pragmatismo necessários para resolver esta questão complexa”.
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Multas preocupam construtores
Acrescentando que “esta é uma questão que não deve ser olhada individualmente, mas como um todo.” Tudo isto a propósito da mais que provável incapacidade de os construtores evitarem as pesadas multas. Isto porque para as evitar, teriam de ser alcançados os 20% de quota de mercados dos veículos elétricos. Ora, até agora, o mercado não subiu acima dos 13,6%, recuando em 2024.
Luca de Meo, anterior presidente da ACEA, associação dos construtores automóveis europeus, e CEO do Grupo Renault, já referiu que os valores poderiam chegar a 15 mil milhões de euros.
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Flexibilizar limites de emissões é preciso
Com toda a certeza, este enquadramento não é favorável aos construtores. Isto porque estão a braços com uma enorme crise e com investimentos brutais que tardam (ou nunca vão dar) em dar retorno. Por outro lado, alguns construtores preferiram gastar o dinheiro que seria das multas para pagar a marcas como a Tesla e a Volvo. Isto para incluírem os modelos mais poluentes nas suas gamas e assim contornar a lei.
As palavras de Ursula von der Layen foram bem acolhidas pela ACEA. Em comunicado, refere que “o facto de a Comissão estar a analisar a forma como pode apoiar os fabricantes de automóveis é um passo positivo. Entre muitas outras coisas, nas discussões em curso sobre os custos desproporcionados do cumprimento dos objetivos de CO2 para 2025”. Nessa medida, a associação pediu “um pacote de medidas muito mais vasto que permitirá à indústria automóvel europeia continuar a competir a nível mundial”.
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Subsídios aos construtores? Alívio fiscal?
Nesse sentido, a Comissão Europeia acaba por dar “uma no cravo e outra na ferradura”. Isto porque há uma atualização do “Competitiveness Compass” (que orienta a Europa para o crescimento e a inovação). Que passa a dizer “identificaremos soluções imediatas para salvaguardar a capacidade de investimento da indústria. Nesse sentido, analisando possíveis flexibilidades para garantir que a nossa indústria se mantém competitiva, sem diminuir a ambição global dos objetivos para 2025”.
Este guia que estabelece o caminho para os próximos cinco anos. Para competir com as maiores economias do mundo, tem nesta atualização um compromisso para reduzir as emissões em 90% até 2040. E a União Europeia vai introduzir a lei climática ainda este ano.