União Europeia aliviou pressão sobre as emissões de CO2

Em vez de basear os objetivos de redução das emissões de CO2 de uma vez só em 2025, a União Europeia aliviou pressão sobre os construtores.

A União Europeia deu passo… ao lado para aliviar a pressão sobre as emissões de CO2 que ameaçava espirrar multas milionárias por toda a indústria automóvel. Dessa maneira, em vez de basear os objetivos de redução das emissões de CO2 de uma vez só em 2025, a União Europeia aliviou pressão sobre os construtores permitindo a redução regulamentada ao longo de três anos. Respiram de alívio aqueles mais atrasados na eletrificação, apoquentam-se os que tudo apostaram na redução de emissões. Difícil agradar a gregos e a troianos!

Todos esperavam um gesto de benevolência da União Europeia, mas as indicações não eram lá muito saudáveis. Falava-se de um escalonamento do pagamento das multas (prestações) o que mantinha o fardo sobre as contas. Mas, felizmente, prevaleceu o bom senso e Ursula Van Der Layen, presidente da Comissão Europeia confirmou o passo… ao lado.

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Três anos para chegar aos limites de 2025

Com toda a certeza que a Comissão Europeia não podia perder a face, mas também não podia continuar num caminho que, era evidente, afundaria mais um pouco a indústria automóvel europeia.

Dessa maneira, foi escolhida uma solução salomónica: os objetivos são os mesmos de sempre, mas podem ser alcançados em três anos (2025, 2026 e 2027) mantendo-se, também, a proibição de vender carros com motor de combustão a partir de 2035.

Lembra a Comissão Europeia que desta forma os construtores menos capazes de cumprir com as regras iniciais tenham tempo para cumprir os objetivos, não penalizando os que estão já bem dentro dos limites iniciais. A proposta vai, agora, ser submetida a votação no Parlamento Europeu, onde não haverá nenhuma dificuldade na aprovação.

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União Europeia aliviou pressão, mas problema mantém-se

“Os objetivos são os mesmos, mas isto significa mais flexibilidade para a indústria!” Foi assim que Ursula Van Der Leyen se referiu a esta decisão. Porém, o elefante continua no meio da sala: não se vendem elétricos suficientes para baixar a média de emissões de CO2! Com toda a certeza que a estimativa está feita: será preciso uma quota de mercado superior a 20% de veículos elétricos para que todos evitem as multas. E, neste momento, estamos muito longe disso. O que vai obrigar, apesar deste alívio, a fazer muitas alianças com as marcas que emitem zero ou perto disso para escapar às multas.

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Reações para todos os gostos

As reações não se fizeram esperar e a ONG “Transport&Environment” declarou que “o enfraquecimento das regras da União Europeia relativas aos automóveis com baixas emissões recompensa os maus desempenhos. Isto pouco contribuirá para a indústria automóvel europeia, para além de a deixar mais para trás em relação aos seus concorrentes chineses no que diz respeito a veículos elétricos.”

Por outro lado, alguns construtores manifestaram-se contra este alívio dos objetivos de emissões de CO2 para 2025. De acordo com os dados da ACEA, aquilo que muitos profetizavam como uma invasão chinesa esta aposta na mobilidade elétrica, não se está a concretizar. Verdade que a SAIC (MG) e a BYD estão a crescer, mas mais lentamente do que previam. E há algumas marcas chinesas que recuaram nas vendas. Onde está o problema?

MERCADO USADOS 12

Nos consumidores, pois o poder de compra reduziu-se. Muito desde que a inflação tomou conta da economia após o Covid-19 e poucos estão dispostos a comprar carro novo. Aliás, vários estudos mostram que a idade média dos automóveis está a aumentar, levantando cada vez mais receios sobre o efeito Havana. Ou seja, os consumidores adiarem cada vez mais a decisão de compra. Levando a perpetuar o seu automóvel muito para lá daquilo que seria a sua vida útil. E esse é um enorme problema!

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