Ao volante do Opel Astra plug-in. Apenas um francês disfarçado?

Fomos tentar descobrir os atributos do Opel Astra híbrido plug-in, agora que partilha muitos dos componentes com outros modelos da Stellantis.

Opel
Segmento C
Opel Astra Hybrid GS Line (PHEV)

O Opel Astra foi, durante vários anos, a escolha de muitos aqueles que procuravam uma opção no segmento C. O nome Astra surgiu em 1991 e, se assim for, então estamos agora perante a 6ª geração. A marca inclui o Kadett nas contas e fala na 12ª geração. Seja como for, aquele que outrora se destacava por uma afinação tipicamente alemã, agora partilha praticamente todos os componentes, incluindo plataforma e motorização, com os franceses da Stellantis. Será este novo Opel Astra híbrido plug-in, assim tão distinto do primo Peugeot 308?

O objetivo neste ensaio era precisamente esse. Perceber até que ponto o novo Opel Astra se consegue diferenciar das outras propostas da Stellantis, com a qual partilha quase tudo! Isto porque, segundo a marca, os engenheiros da Opel tiveram alguma liberdade em três áreas. Na imagem exterior, no desenho do interior, e na dinâmica. E por onde começar?

Distinto por fora!

Vamos então ao exterior. Sem qualquer dúvida que o Opel Astra se diferencia, mas mais importante do que isso foi o desenho de linhas bem conseguido com uma imagem bastante moderna e apelativa. Com linhas bastante vincadas, nesta versão sobressaem os logótipos a preto tanto na frente como na traseira, e grupos óticos com alguma personalidade a revelarem a assinatura luminosa em LED.

O contraste entre a pintura e o tejadilho em preto também resulta bem e há vários detalhes que compõem uma imagem interessante como é o caso do vinco a meio do capot. O spoiler traseiro inclui a iluminação de nevoeiro ao centro e o portão da bagageira ostenta as letras A S T R A bem espaçadas e em destaque. Já os detalhes em vermelho nas jantes de liga leve, na minha opinião eram dispensáveis… Contudo, no geral acho que é unânime que o trabalho desenvolvido pelos designers foi bem sucedido.

Simples mas confortável por dentro!

Quando passamos ao interior do novo Opel Astra as coisas são ligeiramente diferentes. A qualidade até está num plano aceitável, ainda que ligeiramente inferior ao que encontramos no irmão 308. Contudo, para além de um painel de instrumentos demasiado básico, em grande contraste com o que sucede no modelo da Peugeot, damos conta também da presença do mesmo comando para controlo da caixa de velocidades automática. Para além de pouco prático, é lento em manobras.

Mas, claro, nem tudo é criticável. A boa posição de condução é facilmente encontrada graças a um volante bem colocado e aos bancos com certificado AGR que garantem não só bons níveis de conforto, como bom apoio lateral. Temos vários espaços para objetos espalhados pelo habitáculo, e encontramos comandos físicos para a climatização, ainda que toda a informação nos seja dada através do ecrã do sistema de info-entretenimento, onde também a podemos controlar.

Para terminar o capítulo do interior, o espaço nos lugares traseiros é correto, não sendo referencial, assim como a acessibilidade prejudicada pelas portas ligeiramente curtas. Contudo, temos saídas de climatização e uma ligação USB disponível. Na bagageira temos 352 litros de capacidade, o que está dentro da média para estas versões híbridas plug-in, inevitavelmente prejudicadas pelo espaço necessário para a bateria.

De referir ainda que a versão GS Line ensaiada conta com bastante equipamento, como é o caso do carregador sem fios para smartphones, Apple CarPlay e Android auto sem fios, bancos e volante aquecidos, cruise control com distanciamento do veículo da frente, câmaras de estacionamento à frente e atrás, entre outros.

Definitivamente alemão na estrada!

Seguimos para a estrada com o novo Opel Astra híbrido plug-in, e damos conta de vários detalhes. A direção é precisa e suficientemente direta para um bom feeling de condução. A suspensão favorece mais a dinâmica, sendo esta a principal diferença face ao Peugeot 308 que consegue melhores níveis de conforto.

Para além disso, o novo Opel Astra consegue tirar bom partido de todo o conjunto em modo Sport. A potência combinada entre o motor 1.6 l turbo e a unidade elétrica é de 180cv, mais do que suficientes para qualquer andamento. A caixa automática EAT-8, também ela proveniente do grupo, sendo a mesma utilizada na maior parte dos modelos da Stellantis, é suave e precisa em andamentos comedidos, mas pouco obediente quando nos aplicamos no modo Sport. Seja como for, o comportamento em curva é muito certinho, sem grandes oscilações.

Nos modos de condução podemos escolher entre o 100% elétrico, enquanto o nível de carga na bateria o permitir, o híbrido e o Sport. Para além disso temos disponível um modo “e-Save” que permite guardar uma reserva de bateria para utilização posterior, ou até carregar a bateria através do motor a combustão.

Poupadinho, em qualquer circunstância!

A bateria de 12,4 kWh é capaz de proporcionar pouco mais de 50 km em modo totalmente elétrico, mas consegue sempre dar uma ajuda nos arranques e andamentos ao fornecer energia ao motor elétrico com 110 cv e 320 Nm de binário. Um ponto muito positivo, é a capacidade de efetuar carregamentos em corrente alterna (AC) até 7,4 kW, o que significa menos de duas horas para efetuar uma carga completa. Já a uma velocidade mais normal de 2,3 kW são precisas mais de cinco horas.

Nos cerca de 500 km do nosso teste, e com algumas cargas de bateria, a média de consumo final ficou-se nos 5,5 l/100 km, o que se revela um bom valor a fazer justificar a presença das baterias. Valores que incluem andamentos até bem expeditos durante este ensaio para pôr à prova este Opel Astra híbrido plug-in. Por outro lado, e em percursos pontuais no dia-a-dia, registamos valores a rondar os 4 l/100 km!

Conclusão

O novo Opel Astra consegue-se diferenciar através de uma imagem distinta e bem conseguida e uma dinâmica mais apurada em estrada com um comportamento firme. Consegue bons consumos e tem um interior acolhedor onde se destacam os bons bancos AGR como ponto positivo, e o pacote tecnológico com um painel de instrumentos demasiado básico no outro extremo.

Ficha Técnica

bateria

12,4 kWh

Bateria

7,4 kW

Max AC

Cilindrada

1598 cm3

Cilindrada

360 Nm

Binário Máximo

180 cv

Potência

Cilindrada

7,6 s

0-100 KM/H

225 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

1,1 l/100 km

Combinado

5,5 l/100 km

Registado

24 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

37 300€

Base

42 300€

Ensaiado


Thumbs UpDinâmica. Consumos. Equipamento. Conforto dos bancos.

Thumbs DownAlguns materiais. Comando da caixa de velocidades.