Audi A1. Premium em part-time!

Originalmente lançado em 2010 como a opção premium da Audi para o segmento dos utilitários, o A1 sofre em 2018 uma renovação completa. Utilizando como base a plataforma MQB já adoptada nos irmãos Polo e Ibiza, os técnicos de Ingolstadt procuraram ampliar o pacote tecnológico do modelo bem como a dinâmica, um dos seus pontos fortes, e a eficiência.

Outro dos objectivos foi, mantendo a boa capacidade de personalização (recorrendo á extensa lista de opcionais), dar ao A1 uma imagem mais desportiva. É o que se nota particularmente nesta versão S-Line com entradas de ar avantajadas, mesmo que boa parte delas tapadas no seu interior… A nova geração destaca-se desde logo pela ausência do pilar A contínuo a terminar no C, em vez disso o novo Audi A1 adota a solução apresentada no irmão Q2, com um pilar C pronunciado e á cor da carroçaria, interrompido pela linha do tejadilho. Na frente mantêm-se os faróis rasgados, mas com nova assinatura LED. Por cima da grelha Single Frame surgem três aberturas, a fazer recordar os saudosos Audi Quattro.

O que mudou no novo A1?

Com a nova plataforma desaparece a versão de três portas bem como os motores a gasóleo, reféns da menor procura no mercado. Na anterior geração, 43% das vendas concentravam-se em motores a gasolina. As dimensões cresceram, com a distância entre eixos ampliada em 9,4 cm, o comprimento total em 5,6 cm e a bagageira em 65 l, para um total de 335 l de capacidade.

O aumento nas dimensões teve benefícios no espaço para os passageiros atrás, com maior desafogo na distância entre os bancos e os joelhos dos ocupantes. Nos lugares dianteiros encontramos uma posição de condução com boas regulações e um painel frontal totalmente novo, onde o destaque vai para os dois ecrãs, o do painel digital com 10″, e o central de 8,8″ que incorpora todas as funções de info-entretenimento e que está direcionado ao condutor, ambos de série no nosso país. Dispomos também de um apoio de braço de pequenas dimensões.

Mas nem tudo evoluiu…

Mas nem tudo foram upgrades no interior face ao modelo precedente deste utilitário. Na montagem e na qualidade dos materiais verificamos um retrocesso. Existem alguns ruídos parasitas e os plásticos duros a comporem a totalidade das portas e das zonas inferiores do habitáculo não estão ao nível de um premium, ficando ao nível do irmão da Volkswagen. Até mesmo este em determinadas versões já apresentou materiais mais agradáveis ao toque e menos suscetíveis a ruídos.

O sistema MMI é de fácil utilização e a integração com o smartphone funciona de forma eficaz, no entanto o painel digital à frente do condutor não é configurável (opcional por 270 €). Por outro lado, numa utilização citadina a visibilidade traseira é perfetível devido ao tamanho do óculo e à dimensão dos pilares. Passam no entanto a estar disponíveis o avisador de manutenção na faixa e o cruise control adaptativo, este último como opcional. O Bluetooth e os sensores de chuva e luz são de série.

Como peixe na água

Ao nível do comportamento o Audi A1 demonstra aptidões acima da média, como aliás já era apanágio do modelo que teve como rivais aquando do seu aparecimento o MINI Cooper e o Alfa Romeo Mito. Bem apoiado pelos pneus Bridgestone Turanza, o A1 é muito estável e controla bem os movimentos da carroçaria, dando confiança em ritmos mais apressados. Apesar do pacote S-Line, esta não pretende ser a versão mais desportiva da gama. Equipado com o motor 1.0 TSI de 116 cv, a esta versão 30 TFSI posiciona-se a meio da gama. Acima temos o 35 TFSI com o bloco 1.5 l e 150 cv e abaixo temos o 25 TFSI com a versão de 95 cv do mesmo bloco.

Os comandos são precisos e a direção é tipicamente Audi, precisa sem ser super informativa. O motor 1.0 l turbo permite boas prestações tendo em conta a potência, dado que se encontra bem acompanhado pela caixa manual de seis velocidades, com uma 4ª velocidade ainda utilizável, ficando a 5ª e a 6ª relações para reduzir consumos em estrada.

Gama só a gasolina!

O motor demonstrou também elasticidade, patente na facilidade de recuperar, sem nunca passar vibrações indesejáveis aos comandos. O som típico dos três cilindros está presente, mas o trabalho dos engenheiros faz com que este não seja incomodativo. As jantes de 17″ não penalizaram o conforto mesmo em pisos mais degradados e demonstraram um bom compromisso entre conforto e comportamento.

Curiosidade

Um terço dos clientes do Audi A1 têm menos de 35 anos e metade são mulheres.

Os consumos que verificamos situam-se nos 6 l/100 km numa utilização despreocupada, mas sem trânsito é possível rondar os cinco litros.

O Audi A1 30 TFSI S Line está disponível a partir dos 27 004 €. Importa contudo ressalvar que a dotação de equipamento de série é bastante curta. Para os opcionais são relegados itens tais como o Apple Carplay / Android Auto, a iluminação LED, os sensores de estacionamento, o cruise control e o ar condicionado automático, que fazem empolar substancialmente a fatura final.

A unidade em ensaio orçava em 31 989€, um valor que se é alto para o segmento, até porque nem tudo aquilo que justificaria um preço acima da concorrência (dentro e fora do grupo VW) se mantém presente nesta nova geração, embora esta mantenha o legado de um bom comportamento com elevados níveis de tecnologia.

Aceda aqui ao configurador do Audi A1

Conclusão

O Audi A1 continua a ser uma proposta que se destaca no segmento dos utilitários pelo seu bom comportamento dinâmico. A nova geração perdeu a versão três portas e os motores gasolina, e viu a qualidade de materiais e construção descer consideravelmente. Com uma vasta lista de opcionais, nomeadamente no que diz respeito a tecnologia, um A1 bem configurado pode atingir valores difíceis de justificar para o segmento, até porque afinal, nem tudo é premium.

Ficha Técnica