BMW X3 30e. SUV, híbrido plug-in e premium. Receita de sucesso?

Acabado de receber um facelift o BMW X3 mantém a versão plug-in 30e para atacar o mercado das frotas. Fomos ver se chega para a concorrência!

BMW
SUV
BMW X3 xDrive 30e Pack M Plus

Desde que foi apresentado em 2003, numa época em que a proliferação de SUV era muito inferior à atual, que o BMW X3 se reveste de profunda importância para a marca de Munique. Inegavelmente é capaz de assegurar volumes de vendas relevantes tanto na Europa como nos EUA, onde é produzido. Esta versão híbrida plug-in só vem reforçar ainda mais a posição do modelo no segmento premium. Fomos para a estrada com o BMW X3 30e.

Para manter a atratividade da atual geração do BMW X3, lançada em 2017, a BMW opera agora um facelift a meio do seu ciclo de vida. Neste encontramos o habitual redesenho dos para-choques dianteiro e traseiro, de aspeto desportivo reforçado nesta versão M Plus.

Alterações de detalhe

A iluminação passou a ser em LED, com função adaptativa opcional ou, num patamar superior, luz laser. Os contornos dos farolins traseiros são também diferentes, com um novo preenchimento luminoso com efeito “relevo”. Nada de revolucionário, apenas retoques cirúrgicos, mas que no geral conferem-lhe um aspeto mais moderno.

O mesmo pode ser dito relativamente ao interior. Os comandos da climatização foram substituídos pelos atualmente usados no BMW Série 3. Também o comando da caixa de velocidades automática foi renovado, e o sistema de info-entretenimento iDrive recebeu um ecrã de 12,3″. Esta é, quanto a nós, a versão mais fácil de usar do iDrive da BMW pois a climatização tem comandos próprios. As conexões Apple Carplay e Android Auto estão presentes e funcionam sem fios. O carregamento para smartphones sem fios é opcional contudo existem duas tomadas USB à frente e outras duas USB-C atrás. Existem vários espaços de arrumação, tanto nas portas, como no apoio de braços e junto à caixa de velocidades.

A qualidade, não apenas de materiais mas também de montagem mantém-se em bom nível

Ainda na dianteira o espaço do BMW X3 é amplo e a posição de condução fácil de encontrar. As regulações elétricas dos bancos e os próprios bancos desportivos ajudam, com bom apoio lateral e para os joelhos. Ambos fazem parte da opcional versão M Plus. Atrás, os ocupantes encontram bom espaço, mesmo que o quinto passageiro tenha algumas restrições de largura. Aqui encontramos climatização independente e duas tomadas USB-C.

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Híbrido Plug-In 30e é trunfo

Com cada vez mais adeptos, ainda que a maioria forçados pelas vantagens fiscais e empresas, as motorizações híbridas plug-in revelam-se de elevada importância para os construtores, principalmente em segmentos onde as frotas empresariais têm um peso elevado. Assim, para este ensaio com o novo BMW X3 escolhemos a motorização 30e, que não sofreu alterações.

Muito bem adaptada ás necessidades frotistas do mercado português e ás idiossincrasias da sua tributação autónoma, o BMW X3 30e é um híbrido plug-in. Combina um motor quatro cilindros turbo a gasolina com 2.0 l de capacidade e 184 cv com um motor elétrico de 109 cv. A potência combinada atinge os 292 cv e os 420 Nm de binário.

Uma bateria de 12 kWh alimenta o motor elétrico e pode ser carregada a um máximo de 3,7 kW. Ou seja, levará pouco mais de três horas para completar uma carga à velocidade máxima, ou pouco mais de cinco horas numa tomada doméstica (2,3 kW). Ainda que pensada essencialmente para cargas em tomadas domésticas, um carregamento mais rápido seria, em alguns casos, uma mais valia. Se fosse possível carregar a 7,4 kW, o tempo de carregamento diminuiria para metade. Se num carregamento doméstico tal poderá não ser relevante, num posto de carregamento rápido torna-se incomportável uma vez que o custo é feito em função também do tempo de carregamento, e uma carga completa poderá atingir os 20€.

Por outro lado, a colocação da bateria no fundo da bagageira faz também com que a capacidade da mesma seja de apenas 450 litros. Contudo, as restantes versões sem eletrificação têm 550 litros, o que pode ser decisivo numa utilização familiar. Também o tamanho do depósito fica-se pelos 50 litros de capacidade, menos 18 litros que uma versão apenas a combustão.

Na estrada com o BMW X3 30e

Passando da teoria à pratica, e aos quilómetros em estrada, as centenas de quilómetros que realizámos no BMW X3 30e permitiram retirar várias conclusões. Em primeiro lugar é possível escolher vários modos de condução, e em vários níveis. Temos o Hybrid, Sport, e Electric. Contudo, o primeiro tem dois níveis, “Standard” e “Eco Pro”, beneficiando este último de melhor economia. O “Sport”, para além do modo “Standard”, oferece o modo “XtraBoost” que combina a máxima potência de ambos os motores, e ainda o “Individual” que permite parametrizar vários itens. Por fim, o modo “Electric” subdivide-se no “Standard” e no “Individual”, favorecendo a utilização em modo 100% elétrico, com potência e velocidade reduzidas.

Contudo, e tal como já tínhamos constatado no ensaio aos BMW 320e Touring e 545e, o sistema híbrido sabe, através do GPS e da aplicação eDrive zones, se está ou não dentro de um centro urbano. Assim, reserva carga na bateria para esses momentos. Esta gestão inteligente nunca permite que a carga da bateria chegue a zero, garantindo uma ajuda do motor elétrico em ultrapassagens ou em solicitações repentinas ao motor 2.0 litros.

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A autonomia elétrica anunciada está entre os 42 e 50 km WLTP. Na prática, conseguimos valores mais perto dos 42 km, do que dos 50. Inegavelmente é uma mais valia no dia a dia, mas sendo este um produto premium, a verdade é que já existem propostas (premium e não premium) com valores superiores. Com uma direção precisa mas não muito informativa, o BMW X3 destaca-se pelo bom nível de conforto que apresenta. A unidade ensaiada, apesar de ser a versão M Plus, não estava equipada com a opcional suspensão adaptativa, pelo que o conforto era privilegiado apesar das jantes de 19′ com pneus run-flat.

Versão M… confortável?

Em estrada e auto-estrada a estabilidade é a nota dominante do BMW X3, com a capacidade de fazer longas tiradas sem qualquer esforço. Não só sem esforço, como com um refinamento característico dos modelos da marca bávara. Mesmo que em zonas mais encadeadas o comportamento seja correto, o centro de gravidade alto e as duas toneladas de peso não fazem milagres. O controlo dos movimentos da carroçaria é mais pronunciado, e há algum adornar que apesar de tudo não consideramos excessivo. Existe ainda alguma inércia a mudar de direção, mas este X3 plug-in é sempre mais dinâmico e interativo que os seus principais concorrentes como o Volvo XC60 ou o GLC da Mercedes-Benz. O tato do pedal do travão, apesar da regeneração de energia, é fácil de dosear e ajuda muito quando se pretende uma condução mais emotiva.

Na cidade a utilização da propulsão elétrica e uma caixa de velocidades ZF bastante suave, fazem do BMW X3 30e um automóvel fácil de conduzir, com boa visibilidade e relativamente ágil. Os sistemas de ajuda à condução, nomeadamente as câmaras de estacionamento, contribuem para um melhor manuseamento.

Consumos beneficiados, enquanto houver bateria

Naturalmente os consumos beneficiam muito do carregamento regular da bateria. Nos primeiros quilómetros, enquanto existe carga na bateria, a boa gestão do sistema híbrido permite consumos em redor dos 4 l/100 km. Por outro lado, quando a carga se esgota é normal o X3 30e marcar cerca de 7 l/100 km de média. Contudo, qualquer entusiasmo pode fazer subir esses valores para os 9 l/100 km.

Nos cerca de 500 km que fizemos durante o nosso teste, terminámos com uma média de 7,1 l/100 km, e desses, 150 km foram percorridos em modo 100% elétrico, o que representou três cargas de bateria completas.

Surpreendentemente, com a versão M Plus ensaiada, o equipamento do BMW X3 é bastante completo, e além dos bons bancos com regulação elétrica, encontramos camara traseira, iluminação LED, sistema de som Hi-fi e vidros escurecidos. Também a mais recente iteração do idrive está incluída apesar das poucas possibilidades de configuração dos manómetros digitais. Para além disso, na extensa lista de opcionais, encontramos o prático acesso conforto, o alarme, as camaras 360º, a suspensão adaptativa e o som Harman Kardon, para mencionar apenas os mais “interessantes”.

O preço do BMW X3 30e na versão M Plus aqui em teste é de 74 932 €, ao passo que a versão base do X3 30e começa nos 65 500 €. Ambos podem ser configurados no site da marca alemã.

Conclusão

Alvo de uma atualização cirúrgica, o BMW X3 viu imagem e conteúdos refrescados para manter a competitividade no mercado. Sem alterações mecânicas ficou o 30e, a versão híbrida plug-in da gama. Bem executada, tem uma gestão do módulo híbrido que facilita a utilização e permite bons consumos sempre que existe carga na bateria. O BMW X3 30e é um produto completo e bem adaptado a uma utilização familiar e ao mercado das frotas, face aos benefícios de que os plug-in usufruem. Bons argumentos para continuar a ser a versão mais vendida da gama.

Ficha Técnica

Cilindrada

1998 cm3

Cilindrada

420 Nm

Binário Máximo

292 cv

Potência

Cilindrada

6,1 s

0-100 KM/H

210 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

2,0 l/100 km

Combinado

7,1 l/100 km

Registado

45 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

65 500€

Base

74 932€

Ensaiado


Thumbs UpGestão do sistema híbrido. Qualidade. Dinâmica.

Thumbs DownCapacidade da Bagageira. Autonomia elétrica.