Honda HR-V. Versatilidade em formato SUV coupé

Ao lançar o novo Honda HR-V, a marca reuniu o melhor de cada um dos seus modelos num só automóvel. Não é bem um SUV do segmento C, mas oferece muito mais do que se espera de um segmento B. Se tivermos que nomear alguns concorrentes indicaríamos o Toyota C-HR ou o Volkswagen T-Roc. O novo Honda HR-V tem a versatilidade do Honda Jazz, com o sistema híbrido presente no Honda CR-V.

A nova geração do modelo reflete o design atual da Honda em comparação com os últimos modelos da marca. Inclui uma nova grelha integrada, enquanto a carroçaria incorpora um tejadilho comprido. As laterais são mais acentuadas com os puxadores das portas traseiras dissimulados junto ao pilar C e os guarda-lamas reforçados por guarnições em contraste preto e um vinco na carroçaria. A traseira é a que lhe confere o tal aspeto coupé.

Evolução interior

Se no exterior poucas são a parecenças com a anterior geração, no interior então é tudo bem distinto. O primeiro destaque vai para a combinação de materiais utilizados que não só agradam e transmitem uma sensação premium, como revelam uma construção sólida e robusta. Com um interior mais conservador, mas suficientemente tecnológico, onde encontramos um sistema de info-entretenimento simples de utilizar e que inclui Apple CarPlay e Android auto, a Honda não prescindiu de botões físicos para a maioria das restantes funções. O sistema de climatização também é totalmente independente, o que agrada.

No volante (aquecido) controlamos a maioria dos sistemas de ajuda à condução e o computador de bordo bem ao estilo dos japoneses. O painel de instrumentos está dividido 50/50 entre a parte digital e o velocímetro ainda analógico. E porque não? Na primeira é possível optar pela informação referente ao telefone, ao rádio ou multimedia, à navegação, ao computador de bordo, ou ainda ao funcionamento do sistema híbrido. O único senão é termos de escolher apenas um deles, ficando sem a restante informação. Não faltam ligações USB, vários porta objetos, carregador de smartphones sem fios e um controlador do ar da climatização que permite selecionar mais ou menos difuso. Contamos ainda com travão de mão elétrico, e um sistema de controlo de descidas.

Apenas como híbrido

Contudo, a principal novidade do novo Honda HR-V é o sistema híbrido que compõe esta única motorização disponível. O sistema consiste em dois motores elétricos que trabalham em conjunto com um motor de combustão interna i-VTEC 1.5 litros. Tem uma bateria de iões de lítio e uma transmissão de variação contínua acoplada a uma unidade de controlo de potência. Esta alterna automaticamente e constantemente entre condução Elétrica, Híbrida ou Motor a Combustão, dependendo da que considera mais eficiente, ou necessária, para cada situação.

O resultado são 131 cv e 253 Nm de binário, mais do que suficientes para cidade, mas um pouco aquém em algumas situações, nomeadamente quando queremos imprimir um andamento mais célere ou manter velocidades em subidas mais íngremes. É também nestas situações que o ruído do motor se torna um pouco mais audível que o desejado.

Por outro lado, e ainda que com uma direção precisa e com o peso certo, a suspensão está desenhada para favorecer o conforto. Ou seja, não esperem um rolamento de carroçaria muito controlado como encontramos em algumas outras propostas.

Já no que diz respeito a consumos, o sistema do novo Honda HR-V é realmente eficiente. Se mesmo em viagem os consumos são bastante comedidos, é em cidade que as mais valias do sistema híbrido se revelam, sendo capaz de circular em modo elétrico por longos períodos. As patilhas no volante permitem aumentar e reduzir a regeneração de forma simples e prática, ainda que esteja também disponível o modo “B”.

Muito equipamento

O novo Honda HR-V conta de série com algum equipamento, nomeadamente os faróis Full LED, o cruise control adaptativo, os sensores de estacionamento, as jantes de liga leve de 18”, o painel de instrumentos de 7” e o ecrã central de 9” com Apple Car Play e Android Auto. Contudo, nesta versão Lifestyle não faltam sequer os faróis automáticos, bagageira com abertura elétrica e sem mãos, câmara de estacionamento traseira, bancos e volante aquecidos e sistema de som Premium.

Como familiar o Honda HR-V tem bons níveis de conforto ajudados não apenas por uma suspensão bem calibrada, mas também por bancos confortáveis e com bom apoio. Oferece ainda muito espaço para ocupantes nos lugares traseiros. Aqui, apenas a altura é prejudicada pelo tejadilho descendente, não dando muita margem para ocupantes com mais de 1,80 m de altura. A versatilidade está em excelente plano com o sistema de bancos mágicos estreado no Honda Jazz. A bagageira, com os 320 litros, também não é referência. Na verdade a versão ensaiada nem isso tem. Por culpa do sistema de som, ficamos com apenas 304 litros.

O novo Honda HR-V é assim uma proposta com fortes mais valias para o quotidiano dentro da cidade, e capaz daquelas viagens pontuais de fim de semana. Isto porque em estrada não se sente totalmente à vontade com andamentos mais expeditos.

Conclusão

Não há dúvida que o Honda HR-V sofreu uma evolução muito significativa. Mais tecnológico, mais económico, com espaço e conforto para ocupantes e uma versatilidade só prejudicada pela volumetria da bagageira um pouco aquém. O sistema híbrido é realmente uma mais valia em cidade com consumos muito reduzidos, e sem necessidade de carregamentos externos.

Ficha Técnica