Hyundai Santa Fe. Será este o melhor SUV de 7 lugares do mercado?

O Hyundai Santa Fe renovou-se, apresentando agora uma nova imagem e interior mais aprimorado e refinado. Mas o que vale o SUV coreano na versão 2.2d 8DCT (Diesel)?

Hyundai
SUV
Hyundai Santa Fe 2.2d 8DCT Vanguard + Luxury Pack MY21

A Hyundai continua a surpreender pela polivalência no que a segmentos diz respeito. Há para todos os gostos, necessidades e carteiras, e tal não difere quando chegamos ao já pouco habitual segmento dos grandes SUV. Para contrariar essa tendência descendente, renovou aquele que foi o seu primeiro SUV, lançado nos idos anos de 2000. Falamos, claro está, do Hyundai Santa Fe, o sete lugares para o mercado dos SUV.

O Hyundai Santa Fe surgiu no início do milénio como o primeiro SUV da marca coreana, apresentando-se aos dias de hoje na sua quarta geração, lançada em 2018. Contudo, em 2020 viria a sofrer um facelift, que rompe com o anterior aspeto, agora com um tratamento mais aprimorado e tecnológico face ao modelo antecessor.

Tal atualização permitiu ainda disponibilizar três versões ao mais recente Santa Fe, incluindo versões eletrificadas “Smartstream”. Assim, surge disponível na versão híbrida (HEV) recorrendo a um motor 1.6 T-GDi de 180 cv. Na versão híbrida plug-in (PHEV) recorre ao mesmo motor mas inclui um elétrico de 66,9 kW, garantindo uma potência combinada de 265 cv e tração integral. Por fim, está ainda disponível na versão Diesel recorrendo a um motor 2.2 litros de 202 cv, aquela em que recaiu este nosso ensaio. Sem mais demoras, o que mudou no Hyundai Santa Fe?

Uma melhoria no aspeto

Na frente, o Santa Fe ostenta agora uma grelha tridimensional de maiores dimensões, ao passo que a iluminação se mantém a já habitual LED bi-partida. Contudo, demarca-se agora por uma assinatura luminosa em “T”, que inclui ainda os sinais de indicação de mudança de direção. Do aspeto exterior, talvez seja a frente musculada, e quiçá algo desportiva, que me chamou mais à atenção durante todo o ensaio.

Da mesma forma, a traseira apresenta também ela algumas diferenças no conjunto ótico (também LED), passando agora a estarem unidas por uma fina linha luminosa. Os para choques ganham também outro destaque, tanto na frente como na traseira, onde a cor prateada contrasta com a pintura metalizada “Rain Forest” (519€). Talvez seja boa altura para referir que a pintura é o único opcional, tudo o resto é de série.

As jantes de 20″ fazem parte do pacote “Luxury”, ao passo que de série conta apenas com jantes de 18″ (ou 19″, nas versões eletrificadas). De aparência robusta e altura ao solo generosa, não intimida no tamanho e mantém uma postura de familiar. No entanto, é no interior que se afiguram as maiores atualizações.

No interior, uma (r)evolução

Antes mesmo de nos sentarmos ao volante, existem alguns aspetos que nos saltam logo à vista. Primeiramente, o esquema de cores do revestimento interior. Num misto entre a pele castanha e o preto, além de conferir um aspeto bastante cuidado e premium, garante uma maior leveza e claridade ao aspeto interior. E vai desde o tablier aos assentos da traseira.

De seguida, uma nova consola central “flutuante” que, graças ao sistema de transmissão “shift-by-wire”, permite explorar o espaço inferior à consola. É aqui que, de forma menos facilitada para o condutor, encontramos uma tomada de 12v e uma porta USB convencional. Mas não é caso de preocupação, porque o Santa Fe permite outras formas de carregar ou ligar o smartphone em viagem. Uma delas, de forma engenhosa, através do carregamento sem-fios vertical, disposto num dos compartimentos da consola. De resto, contam-se inúmeras portas USB e até uma tomada convencional, para que não falte energia a ninguém.

O painel de instrumentos passou a contabilizar 12,3″ – a par com os mais recentes modelos da marca. Enquanto que o sistema de info-entretenimento aumentou de 7″ para 10,25″, incluindo ainda um sistema de som Krell. Estão incluídas as ligações a plataformas móveis recentes e ainda um sistema de head-up display projetado no para-brisas – não atrapalha e dá imenso jeito.

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Espaço para tudo e todos

Os bancos, além de confortáveis, são ainda aquecidos e ventilados, e incluem regulação elétrica com memória para a frente. Já para quem viajar na fila do meio, contará “apenas” com aquecimento para os dias mais frios. E para que nada falte, são ainda reguláveis, aumentando ou diminuindo o espaço para os dois lugares mais isolados.

Por falar neles, a última fila de assentos esconde-se sobre o fundo da bagageira. E diria que é mais fácil “montar” estes dois assentos, do que “nos montarmos” neles. O espaço é algo acanhado e o acesso um tudo ou nada dificultado por uma abertura pouco ampla da fila do meio. E será sempre uma opção mais útil a crianças e jovens do que propriamente a adultos. Ali, apenas damos conta da falta da ventilação (ao contrário do seu par Kia Sorento, que muito me surpreendeu).

E por falar em bagageira, há espaço para tudo. Sem rebatimento (7 lugares) contabilizam-se 130 litros. Com a terceira fila rebatida, são 571 litros. E rebatendo todos os bancos traseiros, são 1649 litros de capacidade. Além disso, conta ainda com portão elétrico e um espaço de arrumação sob o piso para transportar a chapeleira de forma segura, e prática.

Segurança acima de tudo

Na segurança, o novo Hyundai Santa Fe não fica atrás das mais recentes tecnologias como ainda surpreende com recursos inéditos neste segmento. Falo, por exemplo, do Remote Parking Assist. Significa que, apenas com o “poder” da chave nas nossas mãos, permite não só ligar e desligar o motor, como ainda estacionar remotamente. Tudo de forma lenta, é certo, mas também segura e bastante impressionante. E acreditem que muito jeito deu para estacionar este pequeno “avião” de 4,8 m de comprimento e 1,9 de largura, quer seja em paralelo ou perpendicular.

Da mesma forma, outros sistemas fazem parte da lista de equipamento de série. Só para ilustrar alguns, estão disponíveis sistemas de auxílio ao estacionamento, como a câmara 360º de quatro câmaras, alerta de Fadiga do condutor, alerta de passageiros nos bancos traseiros, saída do veículo em segurança (SEA), alerta de tráfego na retaguarda do veículo (RCCA), sistema de acompanhamento da faixa de rodagem (LFA), assistente de prevenção de colisão em mudança de direção (FCA-JX), radar de ângulo morto (BCA), entre muitos outros.

Para além disso, inclui ainda uma câmara em cada retrovisor exterior, que sempre que se inicie o sinal de mudança de direção, mostra a câmara no painel de instrumentos, alertando em caso de perigo iminente.

Motorização… Diesel!

Tal como referido no início deste artigo, debaixo do capot deste Hyundai Santa Fe encontramos uma motorização cada vez menos comum noutros segmentos, mas neste parece fazer todo o sentido. Este equipa um motor 2.2 CRDi Diesel com uma potência de 202 cv e um binário de 440 Nm. A desmultiplicação fica a cargo de uma caixa automática de oito velocidades, recorrendo a “banho” de óleo para arrefecimento da embraiagem.

Ao volante, muitas vezes nem damos conta que estamos perante um SUV de duas toneladas, tal a sua animosidade em estrada. Embora, nalgumas vezes, o arranque seja menos pronto, o que acaba por ser normal para quebrar a inércia. Ainda assim, dando conta dos modos de condução, podemos ter vários carros num, sendo o “Sport” o mais animado, e o “Eco” o mais ecológico (claro está). No meio destes dois encontramos os mais equilibrados, “Smart” e “Comfort”, que gerem a potência e consumo de forma autónoma para uma viagem mais relaxada.

Não havendo qualquer queixume no que toca a travagem, suspensão e até mesmo na insonorização do habitáculo, diria mesmo que estamos perante um dos melhores SUV de 7 lugares do mercado. Pelo menos eu já saberia qual escolher caso estivesse à procura de um.

Hyundai Santa Fe 20

Consumos e preço

Se por um lado a marca prometia bons consumos, a realidade é que não ficou longe disso. No papel, são prometidos consumos de 6,3 l/100 km. E na realidade, embora muito tempo a rondar os 6,8 l/100 km, fechou-se este contacto na cifra dos 7,0 l/100 km, depois de muitos e bons quilómetros ao volante do Santa Fe – e em variados ambientes. Mas, caso não seja na versão Diesel que vê o melhor investimento, estão ainda disponíveis versões a gasolina híbridas e híbridas plug-in.

A gama Santa Fe começa nos 55 956€, equipando o motor 2.2 CRDi 8DCT e pacote Vanguard. Já a unidade em teste inclui o pacote Luxury e pintura metalizada, fechando as contas nos 60 450€. Contudo, poderá levar uma unidade igual por 54 450€, caso opte pelo financiamento através de parceiros da marca. Tudo isto contando com os habituais 7 anos de garantia, sem limite de quilómetros.

Conclusão

O Hyundai Santa Fe detém uma longa história no seio da marca sul-coreana, mostrando que continua “para as curvas”. Agora mais refinado e “premium” que nunca, mostra-se capaz de enfrentar o segmento dos SUV de 7 lugares sem medos ou receios. Recheado de tecnologia e equipamento de série, acaba por ser um excelente “value for money”, onde a qualidade dos materiais e construção se destacam. Apenas a considerar que paga Classe 2 nas autoestradas.

Ficha Técnica

Cilindrada

2151 cm3

Cilindrada

440 Nm

Binário Máximo

202 cv

Potência

Cilindrada

9,0 s

0-100 KM/H

205 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

6,2 l/100 km

Combinado

7,0 l/100 km

Registado

163 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

55 956€

Base

60 450€

Ensaiado


Thumbs UpEquipamento de série. Tecnologia. Qualidade de construção.

Thumbs DownLugares 3ª fila um pouco acanhados. Classe 2 na AE.