Foi há pouco mais de um ano que a marca japonesa revelou ao mundo o seu terceiro SUV. Estávamos no Salão Automóvel de Genebra e foi uma das estreias mundiais do salão helvético. O Mazda CX-30 posiciona-se precisamente entre os outros dois modelos SUV do construtor, o CX-3 e o CX-5, com 4,39 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,54 m de altura e 2,65 mm de distância entre eixos.
Mantendo a mesma filosofia de design da restante gama, o Mazda CX-30 é um SUV que passa despercebido. Foi o segundo modelo a incorporar a última evolução da filosofia KODO design do construtor. Por um lado as parecenças com o Mazda3 são demasiadas e a sua maior altura ao solo não chega para se destacar à primeira vista. Por outro, a sua silhueta de coupé assenta-lhe bem mas uma vez mais não sobressai demasiado. Certo é que o design já lhe valeu inclusivamente o prémio “Red Dot 2020”, arrebatado no ano anterior pelo seu irmão Mazda3.
Os Red Dot Awards premeiam o melhor que se faz ao nível do design. Inovação é o principal tema tido em conta, embora seja também avaliada a funcionalidade, ergonomia e claro, longevidade. São já vários os prémios alcançados pela Mazda nos Red Dot Awards, os mais conceituados prémios de design do muno, provando assim que o design é um dos pontos fortes do construtor.
Assim, temos um automóvel do segmento C-SUV com linhas modernas mas discretas e muito bem esculpidas. Sobressaem as guarnições das cavas das rodas e a na zona inferior das portas e para-choques lembrando que estamos perante um SUV. Talvez até em demasia…
Não só personalidade, também qualidade!
Sendo um modelo compacto, o espaço no interior deste SUV da Mazda é razoável tanto nos lugares dianteiros como traseiros mas no interior existem destaques mais relevantes. O habitáculo prima pela simplicidade. Poucos botões e um interior muito clean é o que se destaca, com uma qualidade de construção também acima da média. A ergonomia de todos os comandos é nota dominante. Os materiais agradam na sua maioria, embora haja um ou outro ponto aquém do expectável. Falamos do mecanismo de abertura do apoio de braço, e da qualidade dos ecrãs. A unidade em ensaio já contava com falha numa linha, o que infelizmente não é caso único.
O Active Driving Display assume uma mistura entre o painel central digital, alargado aos indicadores do combustível e consumo, e nas laterais uma instrumentação analógica. O ecrã central de 8,8″ oferece uma utilização simples e direta através do comando rotativo na consola central. Não é dos melhores mas cumpre a sua função sem grandes falhas a apontar.
Surpresa ao volante
Ao volante temos vários pontos a destacar. A boa posição de condução fruto do posicionamento mais baixo dos bancos dianteiros, o volante em pele com excelente pega e novos comandos à semelhança dos que surgiram no Mazda3, e um comportamento dinâmico previsível e com bom acerto de suspensão. A carroçaria não adorna demasiado e por isso o SUV intermédio da Mazda deixa-se conduzir com facilidade numa estrada mais retorcida. O sistema G Vectoring Control Plus presente melhora ainda mais a estabilidade dinâmica, utilizando os travões para reforçar o controlo direto nas ações mais bruscas com o volante. É praticamente impercetível, mas é um facto que resulta numa condução mais tranquila e suave.
Neste caso, para além do bloco Skyactiv-D (Diesel) com 116 cv, temos uma caixa manual de seis velocidades que não só tem um escalonamento correto como tem uma excelente precisão de tato mecânico e curto. Ainda assim, ao volante sentimos que o modelo está feito se deixar levar sem grandes ritmos, assim o dita a potência. A direção também é extremamente agradável ao nível de precisão, podendo apenas evoluir ao nível do feedback que transmite ao condutor. O bom nível de isolamento acústico é também notório.
Diesel poupadinho…
Outro ponto a favor são os consumos, que ao contrário das variantes a gasolina que exigem rotação devido à ausência de turbo, neste Skyactiv-D, são possíveis valores muito próximos dos anunciados. Com percursos entre cidade, estrada e auto-estrada, a média geral ficou nos 5,6 l/100 km.
Partilhando a plataforma com o Mazda3, o CX-30 consegue oferecer algumas mais valias. Para além do espaço já referido, suficiente mas não referencial, também a acessibilidade é superior, assim como a visibilidade, ainda que a câmara de estacionamento dê sempre aquela ajuda preciosa e tenha boa resolução. No que diz respeito a bagagens, contamos com 430 litros. Curioso é ver as dimensões entre os dois modelos e chegar à conclusão que no exterior é até o Mazda3 que leva a melhor.
No que diz respeito a ajudas à condução, o Mazda CX-30 está, sem dúvida alguma, bem apetrechado, mas nem todas são exímias na sua função como é o caso dos avisadores de mudança involuntária da faixa de rodagem, demasiado sensíveis, ou o alerta de colisão bastante intrusivo.
Revelando-se uma proposta muito equilibrada, e naturalmente disponível com outros propulsores e níveis de equipamento, o Mazda CX-30 tem fortes argumentos para ser de facto a escolha mais acertada para quem precisa de mais espaço e não prescinde do segmento SUV.
Conclusão
Com linhas de design arrebatadoras, merecedoras já de alguns prémios, o Mazda CX-30 convence também através de um interior sóbrio mas moderno e de qualidade. Por oferecer mais espaço, versatilidade, e a tão requisitada maior altura ao solo, o novo SUV da Mazda tem tudo para conquistar adeptos, incluindo os clientes do seu irmão Mazda3 com quem partilha não apenas a plataforma mas a maior parte das soluções.
Ficha Técnica
1759 cm3
Cilindrada
270 Nm
Binário Máximo
116 cv
Potência
10,8 s
0-100 KM/H
183 km/h
Velocidade Máxima
5,1 l/100 km
Combinado
5,6 l/100 km
Registado
135 g/km
Emissões CO2
30 755€
Base
32 155€
Ensaiado
Ergonomia. Condução. Comportamento. Consumos.
Potência. Alguns sistemas de ajuda à condução demasiado intrusivos.