A Nissan acaba de revelar a terceira geração do Nissan Qashqai e eu ainda “ando à boleia” do antigo. Antes mesmo de “passar à história”, nada como uma volta de despedida naquele que é apelidado como o “rei dos SUV” para perceber se mantinha os atributos necessários e que fizeram dele um best-seller. E é com base no motor 1.3 DIG-T de 140 cv, que promete bons consumos e prestações, que tivemos este contacto.
Inegavelmente, o Nissan Qashqai é um dos pioneiros e “rei” naquele que viria a ser um dos mercados mais concorridos de todos os tempos. Embora não tenha sido o “inventor da fórmula SUV”, foi responsável pelo impulso e popularidade deste tipo de ofertas e que ainda hoje fazem mexer o mercado dos usados. E se há muitas famílias a preferir os SUV aos familiares e monovolumes esta é, sem dúvida, uma boa aposta.
Mais do mesmo?
Antes de mais, confesso que este foi o meu primeiro contacto com esta segunda geração do SUV nipónico, estando no lugar do condutor. E se a primeira impressão foi que poderia ser “mais do mesmo”, o puro desconhecimento revelou-se o fator-chave para sair com nota positiva deste contacto.
Por fora, mantém a postura “de calças arregaçadas” que tanto serve para se desenvencilhar na cidade, como pode rapidamente rumar a uma aventura fora-de-estrada (mas sem abusos). Convém não esquecer que este tipo de propostas se dão melhor na estrada que fora dela. Mas nem mesmo isso deixa de ser motivo para uma pequena aventura por caminhos menos propícios.
O aspeto robusto é assinalado por uma altura ao solo evidenciada por jantes proeminentes, que onde ganham no aspeto, pecam (um pouco) no conforto. Ainda assim, mantém um aspeto atual e que pouco ou nada perde face à atual concorrência. Na minha opinião, é um dos SUV mais apelativos da sua geração e que facilmente ganha alguns pontos no que toca à estética.
É tempo de evoluir
Em contraste com o exterior, o habitáculo apresenta algumas notas que pedem uma (r)evolução. Falo, por exemplo, do sistema de info-entretenimento. Os grafismos são algo datados e a resolução é um pouco inferior até para os standards menos atuais. Ainda assim, em termos de utilização, pouco existe a referir. Os menus além de serem simples, mantêm uma funcionalidade que permite uma utilização fácil até durante a condução. E para minha surpresa, esta unidade equipa Apple Carplay e Android Auto de série, ao contrário de alguns fabricantes que fazem dele um “opcional de luxo”.
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Mesmo não sendo um modelo tão atual quanto a concorrência, o aspeto e materiais interiores permitirão ao Nissan Qashqai “envelhecer” sem perder a contemporaneidade. Revestido na maior parte por plásticos mais duros, encontramos ainda um “preto-piano” metalizado no tablier que contrasta com os restantes materiais acetinados. Nesta versão N-Style os bancos são em tecido, mas permitem um bom apoio e ajudam a suportar viagens mais longas sem acusar fadiga.
Ao centro da consola central encontramos ainda os “bons e velhinhos” comandos físicos da ventilação, que para meu gáudio estão também presentes na nova geração do Qashqai, invertendo a tendência 100% digital de alguns fabricantes. Ainda no ecrã tátil, encontramos uma câmara de marcha-atrás, que mesmo não tendo alta resolução, ajuda a manobrar este SUV na “selva urbana”.
Bom para a família
Sem dúvida, um dos melhores atributos do Nissan Qashqai é facilidade de adaptação ao quotidiano de uma família. Boas quotas de habitabilidade permitem carregar uma vasta parafernália de objetos, seja para as deslocações diárias como para umas férias em família. Nesse sentido, vale a pena sublinhar a amplitude da abertura das portas traseiras, que facilitam nas entradas e saídas – e em especial com cadeiras de criança.
Um pouco por toda a parte encontramos ainda alguns compartimentos de arrumos para pequenos objetos. Um deles por baixo do encosto de braço dianteiro, que dispõe de volumetria suficiente para garrafas de tamanho médio. E por falar em arrumos, a bagageira ostenta 430 l de capacidade e com os bancos rebatidos duplica esse valor (860 l).
Motor que surpreende
Mas a maior surpresa estava guardada para o capítulo das prestações. Fruto da Aliança (Renault-Nissan-Mitsubishi), e desenvolvido em parceria com a Daimler, temos o 1.3 DIG-T(urbo) a gasolina, que promete menores emissões e consumos reduzidos. Aqui na versão menos potente com 140 cv, em vez dos 160 cv também disponíveis com o mesmo bloco. Acoplado a este, uma caixa manual de seis velocidades (ah, que saudades de uma caixa manual…) de trato bastante mecânico e que se revelou uma excelente aliada deste grupo propulsor.
Tanto em termos de disponibilidade como prestações, são bastantes as notas positivas a retirar deste motor. A condução além de ágil é também bastante responsiva, tendo em conta as proporções deste SUV. O ruído do motor e vibrações fazem-se notar pela sua ausência e sempre que solicitados os 140 cv de potência e os 240 Nm de binário evidenciam-se, sem que isso afete os consumos em demasia.
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A nova geração abandona o Diesel e junta-se à eletrificação
E por falar em consumos, resultado de vários dias ao volante do Nissan Qashqai, permitiram-me perceber que os valores anunciados pela marca são uma boa realidade. Em contraste com o que seria de esperar, os consumos registados revelam bons indícios de que esta é uma boa alternativa aos Diesel.
Enquanto que numa condução maioritariamente citadina, podemos registar valores a rondar os 7,5 litros a cada 100 km, em estrada os valores descem para cifras bem mais apetecíveis, a rondar os 5,5 l/100 km. Por outro lado, em auto-estrada, conseguimos alcançar valores de 6,2 l/100 km com cruise-control ativado nos 120 km/h e em médias-longas distâncias.
Por fim, espaço e conforto qb para este segmento não faltam ao Nissan Qashqai, e com um bom preço. A nova, e já conhecida geração, só terá de manter os bons atributos já presentes, e evoluir naquilo que já faz falta. Em resumo, tecnologia e eletrificação!
Conclusão
A segunda geração do Nissan Qashqai está de saída para dar lugar a uma geração mais atual, o que não significa que não continue a ter atributos para continuar a vencer (e vender). No capítulo das prestações, apenas notas positivas a retirar deste contacto, pois o motor 1.3 DIG-T dá boas respostas e consumos bastante aceitáveis para fazer face aos (cada vez mais raros) Diesel. Resta agora esperar pelo contacto à nova geração e perceber se o legado do best-seller está em boas mãos.
Ficha Técnica
1332 cm3
Cilindrada
240 Nm
Binário Máximo
140 cv
Potência
10,5 s
0-100 KM/H
193 km/h
Velocidade Máxima
6,3 l/100 km
Combinado
7,5 l/100 km
Registado
144 g/km
Emissões CO2
24 230€
Base
29 230€
Ensaiado
Agilidade. Disponibilidade do motor. Ligação a smartphone.
Alguns materiais interiores. Sistema de info-entretenimento datado.