O novo Jeep Compass está mudado. Mas estará melhor?

Depois de há cerca de um ano termos dado a conhecer pela primeira vez o Jeep Compass, eis que o SUV americano se renova e ganha novos argumentos. Agora com novos detalhes estéticos e um interior completamente renovado, promete estar à altura dos concorrentes do segmento dos C-SUV. Eis o que esperar do novo Jeep Compass.

Por fora, pouco muda

A segunda geração do Jeep Compass chegou ao mercado em 2017 como uma aproximação da marca americana ao velho continente. Tal tem vindo a revelar-se uma boa aposta, pois este modelo já representa 40% das vendas da marca na europa, onde 1 em cada 4 é um Compass 4xe (híbrido plug-in). Mas como nada é efémero, recentemente demos a conhecer o mais recente facelift, como que uma “lavagem de cara” que lhe confere novos atributos estéticos e um interior completamente novo.

Por fora, quase passaria despercebido com outro Compass de segunda geração, não fossem alguns pormenores distintos. Na frente, conta agora com iluminação Full LED, passando a assinatura luminosa para a zona superior ao invés de inferior como na geração antecedente. Para além disso, conta ainda com um incremento de 100% da luminosidade face aos anteriores em Xénon, tudo em prol de uma maior segurança.

A grelha mantém-se com o mesmo desenho, e abaixo desta passamos a contar com uma abertura mais proeminente, “escondendo” os novos faróis de nevoeiro LED. Passa, assim, a ostentar uma frente mais trabalhada e musculada, condizente com o seu aspeto robusto. Já na traseira o destaque vai para os novos farolins LED, com um novo desenho, ainda que semelhantes à geração anterior.

No que toca a este nível de equipamento “S”, contamos com uma cor bicolor de série em Vermelho “Colorado” contrastante com o tejadilho preto. Enquanto as jantes de 19″ “Diamond Cut” de acabamento cinza antracite são também elas parte do equipamento de série.

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No interior, uma (r)evolução

Contudo, as maiores novidades estariam guardadas para o interior do Jeep Compass. Se por fora mantém a silhueta típica do modelo americano, no interior as diferenças para a anterior geração são bem evidentes. Novos materiais, um novo habitáculo e uma maior aposta na digitalização dão ao interior do Compass uma maior maturidade.

O volante é novo, tem boa pega e é aquecido, passando agora a ostentar um desenho mais elegante. O aspeto antes volumoso dá agora lugar ao minimalismo, onde até o símbolo passa a ter um desenho mais esguio. Atrás deste contamos agora com um painel de instrumentos digital de 10,25″ customizável em diferentes vistas. Não é o mais avançado nem apresenta a melhor resolução do mercado… mas dá bem conta do recado.

O túnel da consola central está agora numa posição mais elevada e inclui novos espaços de arrumação, enquanto que ao centro do tablier redesenhado encontramos o novo sistema de infotainment Uconnect 5 de 10,1″. Este passa agora a ter um maior destaque, estando em posição mais elevada e de melhor acesso. Além da ligação sem-fios a Apple Carplay e Android Auto (de série), este permite ainda integrar funcionalidades da Amazon Alexa por meio da interface “Home to Car”.

No que toca a energia em viagem, é coisa que também não falta. Na frente contam-se duas portas USB, uma convencional e outra do “tipo C”, bem como uma estação de carregamento sem-fios. Já para os “viajantes” dos bancos traseiros podem sempre optar entre o USB convencional, USB-C, tomada de 12V ou até mesmo uma tomada doméstica.

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Mais espaço para aventuras

Mas não só de um novo habitáculo se vangloria o novo Jeep Compass. No interior conta com mais espaço para os ocupantes, ainda que se viaje melhor com quatro do que cinco adultos – mesmo que para os bancos traseiros o túnel central seja baixo e haja bom espaço para pernas e cabeça. Já para os da frente, o conforto é aprimorado por bancos em pele de regulação elétrica e com bom apoio. Para além disso, e para os dias frios de inverno ou mais quentes de verão, é possível contar com aquecimento ou ventilação dos mesmos.

Da mesma forma, a bagageira conta com bastante espaço para arrumação, onde o piso permite um posicionamento a dois níveis. A roda suplente, tal como acontecia na anterior geração, mantém-se opcional (útil para SUV’s deste porte). Abdicando da mesma, contamos apenas com o já usual kit anti-furo. Ainda assim, podemos sempre contar com um portão traseiro elétrico automático que dá uma boa ajuda na hora de arrumar a parafernália familiar.

E se nos modelos Jeep há tradições a manter, também no novo Compass se mantém os anteriormente presentes “easter eggs”. Seja um Jeep Willys no para-brisas, um lagarto perto das escovas, o orgulho marcadamente americano nas saídas das colunas do sistema de som Alpine^® ou até mesmo inúmeras silhuetas das grelhas dos icónicos Jeep, estão cá todos. São alguns, mas não tantos como no Jeep Renegade que tivemos a oportunidade de testar o ano passado.

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Motor capaz, mas caixa insuficiente

Por se tratar do nível de equipamento de topo, o Jeep Compass S tem disponíveis dois motores à escolha – à parte do 4xe. O primeiro, a gasóleo, recai sobre o 1.6 MultiJet de 130 cv e 320 Nm. O segundo, que equipa a unidade em teste, recorre ao 1.3 turbo GSE a gasolina de 150 cv e 270 Nm. Este surge acoplado a uma transmissão de dupla embraiagem de seis velocidades, a única disponível para este nível de potência.

Quer seja em estrada ou fora dela (não sendo na segunda a sua “praia”), o Compass mostrou-se bastante solícito, confortável e dinâmico. A suspensão, ainda que elevada, não se pode regozijar de ser a melhor do segmento, talvez um pouco por culpa das jantes de 19″. Ainda assim não trocaria o aspeto nem a estatura que o Jeep Compass S tem com base neste nível de equipamento, só para ganhar uns pontos no conforto, pois mesmo que um pouco mais firme a filtrar as irregularidades da estrada, mantém um bom nível de conforto interior.

O único aspeto negativo para este grupo propulsor é mesmo a transmissão automática de seis velocidades, pois na maioria das situações de arranque ou aceleração mais expeditas mostrou um pequeno atraso na passagem de caixa que faz subir a rotação sem que se perceba bem a sua razão. Apesar disso, e para andamentos mais apressados, podemos sempre contar com o modo “SPORT” e deixar o Compass um pouco mais reativo ao pedal direito.

Ainda assim poderá valer a pena considerar optar pelo motor Diesel onde os 1200€ extra e 20 cv a menos (mais 10 cv que o Jeep Compass que testámos antes), acabam por receber em troca mais 50 Nm de binário e uma caixa manual.

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Vamos a contas

No final do nosso contacto com o Jeep Compass S, os consumos alcançados foram ligeiramente superiores aos anunciados pela marca, fixando-se nos 7,8 l/100 km. Já no que toca ao preço, a nova gama Compass começa nos 28 700€ para a versão de entrada “Sport”, que inclui menos equipamento por um preço mais acessível. Contudo, a versão em teste inclui o nível de equipamento topo de gama “S”, na qual os preços começam nos 39 200 €. Tal diferença no preço se deve ao equipamento de série, que inclui faróis LED, pintura de para-choques à cor da carroçaria, jantes de 19″, bancos em pele com regulação elétrica e ainda o portão de abertura elétrica “mãos-livres”, incluindo ainda o equipamento antes referido.

Não havendo qualquer opcional aplicado a esta unidade, o valor base mantém-se inalterado, apenas contabilizando as taxas finais de entrega. Em suma, o preço total de venda ao público é de 40 522€, para o qual inclui ainda 4 anos de garantia sem limite de quilómetros.

Conclusão

O Jeep Compass renovou-se nos campos onde já antes pedia uma atualização para estar a par com a concorrência. Agora mais maduro, espaçoso e tecnológico que as gerações precedentes, traz ainda mais motivos para ser uma opção a considerar. A transmissão é o "tendão de Aquiles" deste grupo propulsor, mas que ainda assim não é motivo suficiente para esquecer a boa evolução feita nos restantes campos.

Ficha Técnica