Suzuki Swift Sport – O reguila japonês!

O Suzuki Swift Sport recebeu um módulo híbrido para 2020. Melhorou consumos e resposta ao acelerador, mas perdeu 11 cv. Este é o veredito final.

Suzuki
Citadino
Suzuki Swift Sport Hybrid

Paulatinamente a hibridização estende-se a um número cada vez maior de modelos. Pressionados pelas normas de homologação europeias, os fabricantes procuraram soluções mais ou menos simples para favorecer as emissões poluentes sem impactar demasiado o preço dos veículos, especialmente nos segmentos inferiores. A Suzuki tem feito esse processo em toda a sua gama e já tivemos oportunidade de testar o Vitara com sistema mild-hybrid. Chega agora a altura de testar a variante mais desportiva da gama, o reguila Suzuki Swift nesta versão Sport, agora híbrida.

Pequenas diferenças por fora… Mild-Hybrid por dentro

No exterior não temos grandes diferenças para o modelo precedente, marcando presença as jantes de liga leve de 17″ com desenho específico, bem como os para-choques mais envolventes, que integram duas saídas de escape.

Equipado com o motor de 1.4 l turbo Boosterjet, que perde 11 cv face ao modelo anterior, o Swift Sport debita assim 129 cv e 235 Nm de binário entre as 2000 e as 3000 rpm. A caixa de velocidades é manual e tem seis relações. Nota positiva para o peso, que se situa nos 1020kg favorecendo assim a relação peso/potência. As prestações anunciadas são de 210 km/h de velocidade máxima e 9,1 s dos 0-100 km/h, mais 1 segundo face à anterior versão não híbrida. Dados constantes da ficha técnica do Swift Sport.

O sistema mild-hybrid é composto por um alternador de 48v, ligado a uma bateria colocada debaixo do banco do pendura. Esta dá uma ajuda no arranque e permite aumentar a janela de funcionamento do start-stop, desligando o motor ainda em andamento.

Muito equipamento

Passando ao interior, este é muito similar ás restantes versões da gama Swift. Em tons escuros, encontramos plásticos rijos, mas com boa montagem. Esta versão Sport recebe uns bancos desportivos com bom apoio lateral e encosto integrado. Contudo, não é fácil encontrar a melhor posição de condução devido ao enquadramento entre o volante e o banco, algo que vai lá com o tempo. Já o comando da caixa encontra-se bem posicionado.

No centro do habitáculo encontramos o ecrã do info-entretenimento, que inclui navegação e ligações Apple Carplay e Android Auto. O ecrã tem, no entanto, pouca resolução e um funcionamento quase sempre lento, algo a melhorar no futuro. Na zona do velocímetro existe um completo computador de bordo com informação de consumos, das temperaturas e do funcionamento do sistema híbrido.

O Suzuki Swift Sport tem um nível de equipamento muito completo, do qual destacamos as ajudas à condução, nomeadamente o avisador de colisão frontal, de sinais de trânsito, de ângulo morto e o cruise-control com radar , que revelou um funcionamento correto. Também de série encontramos as luzes Led, a câmara traseira, o acesso sem chave, os vidros escurecidos e os bancos aquecidos.

O espaço nos lugares traseiros cumpre sem impressionar, até porque o espaço para os joelhos é limitado. Ainda assim é possível levar dois passageiros em viagens mais longas. A bagageira conta com 265 l de capacidade.

Ágil em estrada mas…

O Suzuki Swift Sport tem uma simplicidade que já não se encontra facilmente no mercado. Não existem modos de condução ou múltiplas afinações, “what you see is what you get“. Basta clicar no botão que desliga o ESP, baixar o travão de mão e arrancar. Felizmente este ainda é manual, pelo que pode servir também para apimentar a diversão com o gesto contrário.

Dentro da cidade o Swift Sport é de trato fácil, o motor tem bom binário a baixa rotação e o start-stop é muito suave. A suspensão é perfeitamente tolerável neste tipo de utilização. O Swift Sport é um bom daily driver, até nos consumos.

Quando encontramos uma estrada mais a jeito e aumentamos o ritmo percebemos que o Suzuki tem um chassis ágil, muda de direção com facilidade e entra bem em curva. O motor 1.4 l e os seus 129 cv permitem andamentos razoáveis e a suspensão controla bem as transferências de massa. Certamente que o peso muito contido é uma ajuda. A direção é precisa mas não transmite muita informação.

…com limitações em condução desportiva

Quando exploramos as capacidades dinâmicas do Swift Sport de uma forma mais empenhada, as suas naturais limitações vêm ao de cima. O motor é mais voluntarioso em regimes médios do que em altas rotações, onde tem alguma falta de “nervo”. A caixa de velocidades tem bom manuseamento mas uma precisão melhorável e, sem um autoblocante, a dianteira é a primeira a ceder, com fácil correção levantando o pé. A traseira ajuda à colocação em curva, sem se tornar protagonista, mas os travões não ajudam, que com pouco feedback no inicio do curso do pedal se tornam difíceis de dosear. Uma nota: O motor tem o corte de rotação ás 6000 rpm mas o velocímetro marca o red-line ás 6200 rpm…

Ficamos com a impressão que este Suzuki Swift Sport tem uma boa base, mas que a marca japonesa optou por criar um pacote suave, com muito potencial por explorar. Mais potência, um autoblocante e uns travões melhorados fariam muita diferença, mas… certamente também subiriam o preço que é neste momento… imbatível!

Preço abaixo da concorrência

Durante as centenas de quilómetros que realizamos conseguimos uma média de consumo de 6,4 l/100 km. Em andamentos calmos e sem trânsito este Swift é capaz de rolar abaixo dos 6 l/100 km, valores que consideramos muito satisfatórios tendo em conta a disponibilidade do motor e as pretensões deste pequeno reguila.

Em Portugal, o Suzuki Swift Sport custa 23 222 €, um valor abaixo dos seus concorrentes, sobretudo se tivermos em conta o equipamento que traz. Contudo existe pouca concorrência, já que os verdadeiros desportivos deste segmento já atingem a fasquia dos 200 cv e disparam para valores para lá dos 30 mil euros. O Swift Sport concorre num patamar onde por vezes tudo se concentra na aparência das versões com um aspeto desportivo. Felizmente este Suzuki ainda é bem mais do que isso!

Conclusão

Com a chegada da ajuda híbrida e dos 48v ao Swift Sport a Suzuki optou por suavizar o seu utilitário desportivo perdendo potência e alguma alma. A base é boa mas pedia-se uma exploração mais profunda do potencial do chassis, porém o preço destaca-se, o equipamento é vasto e os consumos muito bons.

Ficha Técnica

Cilindrada

1373 cm3

Cilindrada

235 Nm

Binário Máximo

129 cv

Potência

Cilindrada

9,1 s

0-100 KM/H

210 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

5,6 l/100 km

Combinado

6,4 l/100 km

Registado

127 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

23 222€

Base

23 222€

Ensaiado


Thumbs UpPreço, Consumos. Performances. Equipamento.

Thumbs DownPosição condução. Info-entretenimento. Bagageira.