Toyota Aygo X. Sem eletrificação, será o ideal para a cidade?

Foram vários os construtores que se extinguiram do segmento A dos pequenos citadinos. A Toyota fez diferente. Comprou a fábrica onde outrora se produzia o Aygo juntamente com o Peugeot 107 e o Citroën C1, visto estes terem abdicado não só do projeto, mas também de apresentar uma proposta para este segmento, e apresentou o novo Aygo 2022 em formato de mini crossover.

É desta forma que podemos afirmar que este é o primeiro Aygo 100% Toyota. Um automóvel totalmente novo face às duas anteriores gerações que vendiam entre 80 a 100 mil unidades por ano. As ambições para esta 3ª geração são maiores e por isso a Toyota transformou o Aygo num pequeno crossover, acrescentando-lhe a letra “X” na designação.

Aygo 2022. Maior, e mais jovem!

Assim são 3,7 m de comprimento total, 1,74 m de largura e 1,525 m de altura. Ou seja, cresceu em todas as direções, o que se reflete também no espaço interior. Mas começando por fora, o destaque são as rodas de grandes dimensões, neste caso de 18″, e que, ainda que com pneus relativamente estreitos, para além de lhe conferirem uma maior presença, atribuem-lhe um comportamento mais “certinho”. Para além disso, os sobressaídos guarda-lamas e a maior altura ao solo atribuem-lhe robustez e confirmam a sua nova postura de crossover.

Para reforçar um aspeto mais aventureiro e jovial do Aygo 2022, contamos ainda com pintura bi-tom que não se restringe ao tejadilho, mas é alargada ao para-choques traseiro e à secção lateral traseira. Temos também uns apontamentos a contrastar, neste caso em laranja, tanto nas jantes especiais como na zona inferior das portas e para-choques.

Equipamento como os grandes!

No interior do Toyota Aygo X as promessas foram cumpridas. Nesta versão especial de lançamento, denominada de “Limited”, não existe falta de qualquer tipo de equipamento. Dispomos de acesso sem chave com arranque do motor por botão, ar condicionado automático, carregador sem fios para smartphones, sensores de estacionamento, bancos aquecidos, faróis automáticos, e vários sistemas de ajuda à condução. Entre eles a manutenção na faixa de rodagem e o alerta de colisão.

O novo sistema de info-entretenimento conta com um ecrã de 9” com Apple CarPlay e Android Auto sem fios. Temos ainda uns bons bancos para o segmento que nesta versão são parcialmente revestidos a pele. À frente do condutor encontramos ecrã a cores com todas as informações e configurações dos diversos sistemas, e que é rodeado pelo velocímetro na zona superior, e o nível de combustível e rotações nas laterais.

Motor pequeno, mas fiável

Provavelmente devido à pouca margem nestes segmentos, a Toyota abdicou de uma solução híbrida para o novo Aygo X. Ao invés disso contamos com uma solução a combustão com um motor 1.0 l de três cilindros com 72 cv de potência. Contudo, muito longe de ser o rei dos semáforos, o Aygo X revelou consumos muito interessantes de 5 l/100 km. Isto mesmo nos dias que passamos com temperaturas muito altas a obrigarem a um uso excessivo do ar condicionado. Contudo, podem contar com andamentos distintos em função da utilização do ar condicionado. Um híbrido seria ainda melhor? Provavelmente, mas colocaria o pequeno Aygo X em valores completamente desadequados ao segmento e diminuiria ainda mais a margem da Toyota.

Mas mais importante do que a rapidez, é a fiabilidade! É nesse aspeto que uma vez mais o Aygo X é um bom investimento. Eu que o diga que já tenho muitas horas consecutivas e a fundo, ao volante do meu pequeno Citroën C1 nas várias provas do Troféu C1. Já agora, é já no próximo fim de semana que vamos arrancar para mais umas 24 horas no Circuito de Portimão! Para quem não sabe, a principal receita de sucesso deste Troféu é precisamente a fiabilidade da mecânica dos pequenos C1, e que ficou a cargo da Toyota em ambos os modelos (Toyota Aygo, Citroën C1 e Peugeot 107/8).

E no quotidiano?

Quanto ao sentido prático da nova proposta da Toyota, convém referir que o construtor preferiu aumentar o espaço de carga em prole do espaço para os ocupantes do banco traseiro. Assim, temos 231 l de capacidade. Contudo, estes podem ir até aos 829 l com o rebatimento dos bancos. Especial destaque para a solução encontrada para a chapeleira que por não ser rígida é muito mais prática e versátil.

Atrás o espaço não abunda apesar de contarmos com apoios de cabeça reguláveis. Aqui as janelas também são pequenas e os vidros abrem apenas em compasso. Contudo, o principal “senão” é a pouca abertura das portas traseiras a prejudicar consideravelmente a acessibilidade ou mesmo a colocação de uma cadeirinha de bebé/criança. É um facto que, podendo não ser o automóvel principal de uma família, muitas vezes estes carros têm de se sujeitar a compromissos familiares durante a semana.

A nível de segmento faria sentido um elétrico, mas pagar mais por um automóvel para uma utilização mais restrita, parece ser um contrassenso! O preço do Aygo X está assim alinhado com o segmento.

Esta versão Limited faz-se pagar pelo completo nível de equipamento que oferece, e que está ao nível de outros segmentos, com um preço superior a 20 mil euros. Contudo, a versão de entrada deste Toyota Aygo 2022 tem um preço pouco acima dos 16 mil euros.

Conclusão

Com as alterações produzidas pela Toyota, com o novo pacote exterior bem adequado aos tempos modernos, muito equipamento e uma boa economia de utilização, posso afirmar que, apesar de tudo, ainda existem boas propostas para o segmento A, e o Aygo X é um deles.

Ficha Técnica