Toyota C-HR 2.0 Hybrid - O mais eficiente de sempre

Enquadrado no segmento SUV, o Toyota C-HR vê-se rodeado de uma concorrência cada vez mais aguerrida. Numa tentativa de marcar a diferença, a Toyota além de disponibilizar o já conhecido 1.8 l híbrido, tem agora disponível também o 2.0 l Hybrid Dynamic Force. E foi com base nessa nova motorização que assentou o Toyota C-HR “Premier Edition”, que tivemos a oportunidade de ensaiar.

Escusado será dizer que os olhos são os primeiros a “comer”, e por fora o Toyota C-HR Hybrid convence logo à primeira vista. Esta foi aliás a primeira criação da Toyota “fora da caixa”, com um estilo jovem e irreverente, fugindo aos padrões do construtor. Para aqueles que já gostavam deste modelo “fora de série”, acreditamos que agora terão ainda mais razões para tal. As linhas inspiradas num “coupé” mas com uma elevação ao solo digna de um SUV parecem ter cada vez mais fãs, não tivesse este modelo vendido mais de 400 mil unidades apenas na Europa.

O novo grupo ótico de tecnologia 100% LED rasga uma frente marcada pelas linhas desportivas, à semelhança das alterações na traseira, que vê agora os farolins passarem a ser 100% LED com piscas progressivos e unidos por uma faixa negra. As jantes em liga leve de 18” em tom preto, a carroçaria em “Laranja Spice” e o tejadilho preto “Night Sky” são exclusivos desta edição “Premier Edition”.

Qualidade interior

Passando para interior, encontramos também algumas semelhanças com a geração precedente, onde os materiais são o seu maior ponto positivo. Os bancos dianteiros são em pele e em estilo “baquet” – ambos aquecidos mas apenas o do condutor com modo elétrico. O restante interior acompanha a tendência e recebe um tom escuro, em que apenas o tablier apresenta um tom acastanhado, também ele em pele.

Atrás, o acesso é um pouco dificultado pelas linhas mais baixas do tejadilho, que com portas de tamanho inferior às da frente e um piso mais elevado acabam por necessitar de alguma “ginástica” para aceder aos bancos traseiros.

Na bagageira, ainda que não seja uma referência no segmento, contamos com 355 litros de capacidade que, por estar equipado com um sistema de som JBL, acaba por “roubar” cerca de 20 litros de capacidade da mesma – face aos 377 litros de série.

Tecnologia e segurança

O sistema de info-entretenimento sensível ao toque de 8” continua a ficar um pouco aquém do restante mercado, com uma resolução e interfaces algo datados, em que a câmara de auxílio ao estacionamento também apresenta uma resolução “uns furos abaixo” do esperado.

Não sendo nem maior nem melhor que a concorrência, isso não impediu a Toyota de passar a equipar os seus modelos com Apple CarPlay e Android Auto a partir do início de 2020. O acesso aos mesmos é feito através de uma porta USB-A (convencional) e única, um pouco mais à frente do comando da caixa de velocidades.

A Toyota rendeu-se ao Apple Carplay e Android Auto

Finalmente a Toyota dotou os seus modelos dos sistemas Apple Carplay e Android Auto. A nova conetividade está presente em unidades a partir de 2020.

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“Não há bela sem senão”

Este tende a ser, ainda, o “calcanhar de Aquiles” da maior parte dos Toyota, oferecendo um sistema de qualidade inferior face ao que é oferecido noutras marcas. Aparte disso, o sistema de som JBL de nove colunas acaba por ser um bom complemento ao sistema de info-entretenimento, proporcionando um bom ambiente musical no habitáculo.

O painel de instrumentos atrás do volante é analógico e dá uma boa informação do nível de potência a ser utilizado e quando passa entre o modo 100% elétrico, a combustão e regeneração de energia. Ao centro deste, encontramos um pequeno ecrã TFT que possibilita a leitura de informações. É o caso dos consumos e outras informações como as ajudas à condução, e ainda um menu que permite a escolha entre os modos Eco, Normal e Sport, mas que acaba por estar muito escondido e não é fácil alternar entre modos sem recorrer ao mesmo – ao contrário do Toyota Corolla que ensaiámos há umas semanas, que conta com um botão físico.

Ao nível da segurança, o C-HR inclui o sistema Toyota Safety Sense de série em toda a gama Toyota C-HR 2020, composto por travagem automática, leitor de sinais de trânsito, cruise control adaptativo e aviso de manutenção na faixa de rodagem. Este sistema oferece ainda assistente de estacionamento com função de travagem automática em manobras nas versões mais equipadas.

Um motor mais potente e eficiente

Equipar o Toyota C-HR com o novo 2.0 Hybrid Dynamic Force de 184 cv e 190 Nm foi uma boa aposta por parte da Toyota. Face ao 1.8 l nota-se uma diferença muito positiva e acaba por ser uma mais valia, ainda que naturalmente aumente a fatura final. Este motor é ainda o motor de produção em série mais eficiente do mercado, com 41% de eficiência térmica. Tal feito é conseguido através do seu bloco em alumínio, abertura variável das válvulas de admissão e escape, e do sistema de injeção direta e indireta, controlada pela centralina.

O rolamento em estrada não é tão notório e a disponibilidade do motor é bastante direta, em que a caixa de Transmissão Variável Contínua (CVT) desempenha um papel bastante importante ao tornar a aceleração de forma bastante linear – a sensação é muito semelhante ao que sentimos ao ensaiar o Toyota Corolla 2.0 Hybrid, dado estarem equipados com o mesmo grupo propulsor.

Mas é no campo dos consumos que a Toyota continua a surpreender. Em pouco mais de meio milhar de quilómetros percorridos, o Toyota C-HR 2.0 Hybrid conseguiu manter-se um consumo de 5.1 l/100 km. O sistema híbrido ajudou em grande parte a alcançar tal feito. Em trajetos menores e com o auxílio do mesmo sistema híbrido, registámos ainda um consumo de 4,1 l/100 km que, com uma boa gestão no acelerador e sistema de regeneração, poderão ainda ser menores.

Experiência inegável

Com uma vasta experiência na eletrificação automóvel, a Toyota colocou o conhecimento que vem a desenvolver há mais de duas décadas nos seus modelos, e o Toyota C-HR Hybrid é resultado disso. Ainda afastada dos 100% elétricos, juntar o melhor de dois mundos é o que parece fazer mais sentido para a marca nipónica, que junta o melhor do motor térmico com o melhor do elétrico.

Não tendo necessidade de carregamento, é através do rolamento em estrada e travagem que recupera a energia que seria desperdiçada de outra forma, carregando assim a sua bateria de hidretos metálicos de níquel (NiMH) de 180 células e uma tensão nominal de 216V dispostas sob os bancos traseiros. Bateria essa que, quando totalmente carregada, permite percorrer alguns… metros, de forma totalmente elétrica (e que pode ser gerida através do modo “EV”, num botão na consola central).

Um conjunto que convence

Se no exterior temos um SUV de linhas desportivas que se destaca dos demais, juntar um motor híbrido que lhe permite consumos e prestações dignas de um “Diesel” acaba por lhe dar ainda mais razões para ser um modelo de sucesso.

O preço da versão ensaiada é de 39 635 euros, já equipada com o motor 2.0 Hybrid Dynamic Force, esta pintura e jantes de liga leve de 18 polegadas. Para quem procura um SUV de linhas desportivas que privilegia a performance e não abdica de bons consumos, este poderá ser uma excelente opção.

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Conclusão

Dotado de um grupo propulsor híbrido de excelente eficiência e capaz de fazer bons consumos, o Toyota C-HR consegue tirar partido do melhor de dois mundos. Pecando apenas em certos aspetos como a bagageira ou o sistema de info-entretenimento, revela muitos outros aspetos positivos, nomeadamente um estilo próprio e elevada qualidade e fiabilidade, características inegáveis no construtor.

Ficha Técnica