O VW Tiguan não só foi o SUV mais vendido na Europa em 2019, como foi também o modelo mais vendido da Volkswagen, com 911.000 unidades produzidas. Agora, recebeu uma atualização que se concentrou numa evolução ao nível dos sistemas de condução, conetividade e info-entretenimento, bem como reduções significativas nas emissões de CO2 nas motorizações Diesel. Surge ainda uma nova versão híbrida plug-in (eHybrid) e outra com carácter mais desportivo (Tiguan R). O nosso ensaio, um dos primeiros em território nacional, foi no entanto à versão provavelmente mais vendida em Portugal, o 1.5 TSI.
A secção dianteira foi totalmente redesenhada com novos grupos óticos em LED e um capot mais alongado, aproximando-se do seu irmão mais velho, o Touareg. Atrás, as falsas saídas de escape passam despercebidas nesta versão mais tímida do modelo, com um novo para-choques e novos faróis LED. Ao longo da sua vida, o Volkswagen Tiguan tem crescido e atualmente assume uma imagem forte com proporções que deixam antever um bom ambiente familiar.
Renovação interior
É no interior que confirmamos aquilo que facilmente conseguimos suspeitar. Um habitáculo muito espaçoso e bem construído, para além de moderno. Nos lugares da frente destaca-se uma posição de condução alta com bancos firmes, mas com bom apoio. O Cockpit Digital empresta mais modernidade ao interior com inúmeras configurações possíveis para o condutor, utilizando um ecrã de 10,25 polegadas.
Já o sistema de info-entretenimento ao centro só peca pelo brilho que provoca reflexos e muitas dedadas. O sistema ainda não é o mais avançado, e que encontramos no VW Golf, mas cumpre e até ganha por ser intuitivo e muito fluído nas operações. Não dispensa também os interfaces para ligação de smartphones com Apple CarPlay e Android Auto. A climatização ganhou novos comandos de operação tátil e os espaços de arrumação mantém-se em bom nível. O ambiente a bordo do VW Tiguan 2020 agrada, mesmo nesta versão Life que não representa o topo da gama Tiguan. À semelhança do que acontece no VW Golf, o interior das portas são forrados revelando algum cuidado por parte do construtor.
Atrás o panorama é igual, ou até melhor. Os bancos têm regulação longitudinal consoante se pretenda usufruir do espaço para passageiros, ou para bagagem. Tanto esse movimento como o de rebatimento é feito na proporção 60/40. Existe altura de sobra, climatização independente, tomada 12v e ligação USB-C, para além de várias bolsas nas costas dos bancos dianteiros para guardar objetos. Na bagageira são 615 litros de capacidade que, pelo menos nesta versão, não oferecem uma superfície de carregamento plana.
1000 km em estrada, e fora dela…
Ao volante o VW Tiguan oferece um pisar firme sem ser desconfortável na maioria das situações e com um bom nível de insonorização. Raras são as vezes que o motor 1.5 TSI, aqui na versão de 130 cv, se torna audível em demasia. Equipado com a gestão ativa dos cilindros, este bloco é capaz de desativar temporariamente dois dos quatro cilindros, sempre que possível, de forma a poupar combustível. O resultado são valores um pouco abaixo dos 7 l/100 km, apesar da nossa média final ter ficado ligeiramente acima desse valor já que fizemos questão de o levar para ligeiros trilhos fora de estrada, mesmo nesta versão de tração dianteira.
Sem modos de condução disponíveis nesta versão, o Volkswagen Tiguan tem um andamento solícito sem ser necessário explorar demasiado as rotações mais altas, dado que a caixa manual de seis velocidades também tem um escalonamento correto e um tato suave. Com um comportamento equilibrado, o Tiguan permite ainda algumas incursões fora de estrada devido à elevada altura ao solo, e nomeadamente nesta versão que não ostenta jantes de liga leve exageradas nem apêndices aerodinâmicos.
Com uma lista de opcionais extensa há pelo menos um criticável por não fazer parte desta versão intermédia (Life). Falamos do acesso conforto e/ou chave inteligente com arranque do motor por botão. Aqui ainda é tudo tradicional como a Volkswagen nos habituou durante muitos anos. Chave “ponta e mola” e uma ignição convencional. Seremos nós que já estamos mal habituados?
O novo VW Tiguan 2020 está também disponível em duas novas versões. Uma híbrida Plug-in (eHybrid) e a versão R com o bloco 2.0 l TSI de 320 cv, à semelhança do que acontece com o irmão mais pequeno, o T-Roc. Concretamente em relação a esta versão 1.5 TSI, mais do que suficiente para todo o tipo de utilização, nem se pode afirmar que o preço pedido pela VW seja elevado. Pelo contrário… e sendo um SUV à prova de TUDO, é um bom compromisso.
Conclusão
O VW Tiguan é um produto homogéneo, sem falhas nem grande margem para críticas. Prova disso é o seu estatuto de SUV mais vendido na Europa em 2019. Nesta renovação recebeu importantes conteúdos tecnológicos que o mantém como referência no segmento. A qualidade, a boa insonorização e o espaço desafogado fazem dele um bom SUV familiar.
Ficha Técnica
1498 cm3
Cilindrada
220 Nm
Binário Máximo
130 cv
Potência
n.d. s
0-100 KM/H
195 km/h
Velocidade Máxima
6,3 l/100 km
Combinado
7,3 l/100 km
Registado
143 g/km
Emissões CO2
33 069€
Base
34 702€
Ensaiado
Qualidade. Espaço.
Chave convencional com ausência de acesso conforto.