O Encontro Ibérico de Automóveis Clássicos foi uma ode ao saudosismo no seu melhor, com carros não só a colorir as estradas ibéricas entre Salamanca e Guarda, como ainda a demonstrar alguns dos seus trunfos de outras épocas, através de alguns desafios irrecusáveis. O evento pretendeu ser mais do que um passeio, um encontro com boa disposição e algumas surpresas, mas também uma viagem de contemplação pelas paisagens e museus ligados à herança histórica, técnica e cultural do automóvel.
Entre o passado e o presente, sucesso ibérico
Companheirismo, boa disposição e lotação mais do que esgotada, com a presença de 18 marcas de automóveis, algumas delas já extintas, fizeram do primeiro Encontro Ibérico de Automóveis Clássicos um evento verdadeiramente extraordinário. Na edição de estreia que decorreu neste fim-de-semana, a organização viu-se forçada a abrir mais cinco inscrições, contando a caravana com uma miscelânea de 30 viaturas clássicas e 70 participantes, dos quais 20 provenientes da vizinha Espanha.
Entre as viaturas que mereceram referência neste encontro de automóveis clássicos estiveram um Peugeot 202B de 1939 (o mais antigo), mas também o Alpine Renault A 110 de 1973, o Citroën SM de 1970 e o Maserati Vignale de 1959. O balanço não poderia ser mais positivo, com os participantes a felicitar a organização pelos locais de visita selecionados e pelo programa que contemplou cerca de 250 quilómetros de paisagens, visitas com destaque para o mundo automóvel e para os centros históricos, gastronomia, vinhos da região e muitos momentos de conversa sobre a paixão automóvel.
18 marcas de automóveis!
Admirar os clássicos dos participantes e sonhar com dezenas de outros modelos de todas as épocas e estilos foi o estado de espírito logo na receção do evento, no Museo de Historia de la Automoción de Salamanca, visitado por todos e que conta atualmente também com uma exposição temporária dedicada à maquinaria agrícola. A receção no Ayuntamiento de Salamanca na Plaza Mayor e a visita guiada ao Centro Histórico de Salamanca somaram conhecimento e deslumbramento ainda no primeiro dia.
Partir para o asfalto no sábado de manhã, seria sinónimo de aventura, rumo à arquitetura histórica de Ciudad Rodrigo e às milenares gravuras rupestres de Siega Verde, um contacto inédito para muitos. O acolhimento para almoço na recente unidade do Fuerte de la Concepcion, mesmo junto à fronteira, brindou os participantes com a melhor gastronomia antes de passar a terras lusitanas, rumo a Gouveia, para conhecer os vinhos referenciados da Casa da Passarella e as histórias do Museu da Miniatura Automóvel de Gouveia, onde Fernando Taborda foi cicerone de exceção. O passeio contou também com a colaboração de S. Pedro, já que permitiu um passeio com sol e temperaturas amenas e apenas no percurso até Gouveia obrigou a mais cautelas na condução, devido à chuva de uma trovoada passageira.
Encontro de Automóveis Clássicos com companheirismo e boa disposição
O programa de Domingo conduziu a alguns dos prazeres da região do Dão e de Nelas, nomeadamente à Vila Termal das Caldas da Felgueira e seu balneário termal, e às Fidalgas de Santar, um espaço de referência nos vinhos e em produtos gourmet, apreciado por todos.
A chegada à Guarda acabou por rematar este encontro de automóveis clássicos com uma visita ao centro histórico, seguido do almoço no Hotel Vanguarda, com entrega de prémios aos participantes. Sem quaisquer acidentes ou avarias a registar, salientar que a organização se fez acompanhar de dois excelentes mecânicos. A dupla ibérica Álvaro Ramos e Manoel Dominguez de Arriba pode também apreciar o passeio sem grandes transtornos.
Esta primeira edição mostra o quão importante continua a ser o convívio entre os amantes dos automóveis clássicos. Creio que conseguimos adicionar a estes elementos um programa rico e interessante e, graças a todos os parceiros desta organização, realizámos um passeio extraordinário que, quem sabe, poderá ter edições futuras.
Luís Celínio, Presidente do Clube Escape Livre