É pela paisagem, pela cultura, e pelas raízes alentejanas que nos fazemos aos trilhos. O património arqueológico e arquitetónico associa-se ao viver de uma região sempre marcada por uma história onde a consolidação territorial marcou os dias do tempo. Hoje, o Alentejo representa uma identidade própria, segura de si mesmo. Vamos ligar Reguengos de Monsaraz até Vila Viçosa.
Bastiões de uma Reconquista de territórios onde monarcas afirmaram uma identidade. Mais de 6000 anos de ocupação do território garantem uma presença indelével espelhada desde os conjuntos megalíticos existentes passando pelas invasões árabes, a ação de Geraldo Sem Pavor, D. Sancho II, D. Manuel e as Ordens dos Templários e de Cristo.
História e Património também presentes
Desfrutando do ambiente vivido pelas ruas de Reguengos de Monsaraz, aproveite para visitar os monumentos emblemáticos da sede de concelho. A igreja de Sto. António, de 1887, representa um dos melhores exemplos do neogótico em Portugal. A Igreja de Nossa Senhora da Lagoa, quinhentista, foi construída para substituir o anterior templo gótico que, diziam, estava contaminado pela peste; os Paços da Audiência de Monsaraz em Reguengos de Monsaraz que testemunha o desenvolvimento da vila de Monsaraz. Curioso é o fresco que existe na edificação que reza uma história do séc. XIV. É conhecido pelo fresco do Bom e Mau Juiz.
O Roadbook tem início junto às instalações do Sharish, nome de gin, tipicamente português. Um sabor único com um paladar e as tonalidades dos produtos genuinamente locais, destilado lentamente para se poder saborear num final de tarde ou num serão recatado…
O trajeto, sem grandes dificuldades, requer alguma atenção se for realizado com o terreno molhado e escorregadio. Para acompanhar o Roadbook, escolhemos o novo Jeep Compass, na versão especial 80th Anniversary. Trata-se uma versão especialmente equipada onde pontuam itens que destacam a melhoria do desempenho e o conforto dos ocupantes. Dotado do motor 1.3 a gasolina com 150 cv, caixa de seis relações DCT e apenas tração 4×2, o modelo herda o património da marca ao exibir um comportamento neste tipo de terreno ao nível do esperado. Com uma suspensão independente, o nível de conforto e eficácia, mesmo em caminhos mais acidentados, destaca-se e permite-nos aproveitar tudo o que aí vem.
O Jeep Compass 80th Anniversary é fiel à sua herança em fora de estrada
As paisagens encantam pelo intercalado da planura, as vinhas demarcadas e os olivais. Marcas registadas de um Alentejo que oferece a tranquilidade em cada olhar do horizonte agora espelhado nas águas do grande lago do Alqueva. Em cada local, é notório o rico património com uma identidade própria de usos e costumes.
A tradição da cerâmica em São Pedro do Corval remonta aos tempos pré-históricos, graças à existência de depósitos de argilas com caraterísticas específicas nesta zona do Concelho de Reguengos de Monsaraz, que motivaram desde sempre esta atividade. O barulho das rodas de oleiro e a mestria dos mestres recordam as peças moldadas à mão que outrora serviram o quotidiano das gentes e, hoje, representam um conjunto de verdadeiras obras de arte, na forma e na decoração, fazendo de Corval uma referência peninsular.
Mont Sharish
No cimo no monte, o castelo de Monsaraz (Mont Sharish). A muralha, medieval construída nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis recorta o perfil da paisagem. É tempo de uma pausa. O local, onde a história remonta à civilização castreja, sente-se a influência militar e religiosa por entre o casario bem preservado. Um passeio pelas ruelas pontilhadas de xisto, é um apelo às histórias seculares. A descoberta de cada recanto leva-nos à Capela de São José, onde os presos recebiam os ofícios divinos; a Casa da Inquisição, à Casa do Juiz de Fora, à antiga Cisterna, que poderá ter sido o local de uma mesquita, a Capela de São João Batista, conhecida por cuba, com uma forma cúbica e de influência mourisca.
Este é um passeio recheado de tradição, autenticidade e tranquilidade.
A parte final do trajeto vai levar-nos até Vila Viçosa. O mosteiro de Nossa Senhora da Orada marca presença no caminho, um monumento do séc. XVIII, com uma fachada tipicamente de estilo barroco, da época de D. João V. Mas o local assume um significado especial na história de Portugal. Reza a tradição que à Orada de Monsaraz está associado o nome do “condestável” D. Nuno Álvares Pereira, que aqui rezava antes de enfrentar castelhanos.
Dali até Vila Viçosa é um pulinho. É inegável a importância e o significado da vila para a história de Portugal. Chegados a terras reais, o passado fica espelhado nas vicissitudes dos nossos tempos. O património histórico é grandioso, do tamanho da nacionalidade. De tempos romanos e muçulmanos até à consolidação da nacionalidade, Vila Viçosa, ainda hoje, testemunha o seu papel histórico. Sede do Ducado de Bragança, a última casa que reinou no país, hoje continua com os traços que fizeram dela uma verdadeira princesa, em terras de reis e rainhas.
E nada melhor do que eu um passeio a pé para sentir em cada pedra da calçada polida um sentimento de pertença. O centro histórico, entre o Terreiro do Paço e o castelo, mantem uma identidade própria. É junto do Terreiro do Paço, onde pontua a estátua equestre de D. João IV, que podemos desfrutar da igreja e do convento dos Agostinhos, o Real Convento das Chagas de Cristo e, naturalmente, do Paço Ducal, começado a construir no início do séc. XVI. Mais de cem metros de fachada revestida a mármore e um interior luxuoso, definem páginas e páginas de história da casa real portuguesa.
Saboreie, com vagar, cada palmo de terra percorrido, cada vinho e cada prato típico.
Mas não se fique por aqui. Uma visita ao castelo é obrigatória. Mandado construir por D. Dinis no séc. XIII tendo sido residência oficial do ducado de Bragança entre 1461 até à inauguração do Palácio Ducal. E se o pelourinho manuelino é fonte de admiração no espaço, e a igreja Matriz e o santuário de N. Sra. Da Conceição, padroeira de Portugal, que deverá merecer atenção num local onde Nuno Alvares Pereira mandou construir uma ermida após a vitória em Aljubarrota. Simples histórias, quiçá, merecedoras de um fim de tarde bem contado na Praça da República ao som de um belo cante…
Por entre terras alentejanas, saboreamos o que de melhor a gastronomia oferece. Nas entradas, o pão alentejano acompanhado dos únicos enchidos de porco preto, azeitonas, queijo de cabra ou de ovelha, azeite… Para pratos principais, bem condimentados pelos sabores aromáticos das ervas da planície, açorda alentejana, pratos de caça com coelho, lebre, perdiz ou javali, as migas de espargos bravos com ovos, as silarcas (cogumelos) grelhardes, favas, as migas de porco, o ensopado de borrego. Ah…claro… pratos bem acompanhados por uma das castas tão bem desenvolvidas em finais do séc. XIX (Touriga Nacional, Trincadeira, Aragonez, Antão Vaz e Roupeiro) com as mais de um milhão de cepas plantadas.
E antes de voltar para casa, nada melhor do que levar uma manta de lã tecida manualmente num dos teares tradicionais com padrões de origem árabe, um chocalho, considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade desde 2015, ou uma peça de olaria tradicional.
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